Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
A Mr. nunca subiu a cadeiras, camas, mesas altas (baixas sim), nunca destruiu um livro, nunca destruiu brinquedos, nunca se atirou da cama abaixo, nunca dormiu uma noite seguida até aos três anos e pouco.
A Gr. sobe para todo o lado: cadeiras, mesas altas e baixas, camas, you name it. Já se atirou da cama uma vez, já não podemos deixá-la sozinha para adormecer, tivemos de desmontar o parque porque quando a rapariga achava que estava na hora de sair, trepava a rede e lá vinha ela.... já rasgou livros inteiros e destruiu brinquedos e já dormiu mais noites seguidas que a Mr. em ano e meio de vida. Embora haja noites que acorda, basta um biberon de leite para se calar. Bebe o leite, entrega-nos o biberon dizendo "pama", vira-se para o lado e dorme. Se não estivermos lá para receber o biberon é que o caldo se entorna.
Conta até três e já diz outros algarismos.
palavras recentes: chau (chão), xixi (sabe que a casa de banho é para fazer xixi).
Não me posso esquecer de registar que nesta idade, a Mr. dizia que os patos faziam cau cau.
Gajas, roam-se (ou não): as temperaturas continuam na ordem dos 27, 28 graus.
Continuamos por casa. Que é como quem diz: out of job.
Continuamos sem saber se temos direito a subsídio de desemprego.
A Gr., neste momento, anda a passear com o meu rato pelo chão. Temos animal de estimação!
A gaja não mexe um cu!
1. nada de doenças
2. uma casa montada (que é do BPI, mas ele deixa-nos cá morar enquanto lhe pagarmos a renda)
3. dois carros (um deles é da CGD mas podemos andar nele enquanto pagarmos)
4. M. tem trabalho e recebe sempre no fim do mês, salário que, até ver, dá para o essencial
5. está sol e calor
6. a gr. está a dormir, o que me permite estar aqui (quando devia estar a limpar a casa montada, que é do BPI)
7. tenho tido tempo para fazer um cadinho de exercício. Ontem fui correr. UH! UH!
8. sex life glowing
9. a chegar à meia-idade com corpinho de adolescente (mais ou menos)
10. vem aí a época das castanhas
De momento não me ocorre mais nada, mas preciso deste tipo de exercício para me manter à tona e lembrar que um emprego e respectivo salário não é tudo na vida.
Hasta
Estou farta deste país, à beira mar plantado, cheio de fdps e gente de merda.
Ainda ontem, de repente: um, doooooooiiiiissssshhh, tês!
Assim mesmo, um um normal, um dois prolongado e um três tão rápido que mal se dá por ele.
Hoje, ao subir as escadas para casa, veio a contar degraus.
A Gr., sempre que nos dá alguma coisa para a mão, diz qualquer coisa parecido com "pama", que nós interpretamos como "toma".
Já percebe quando queremos alguma coisa e se conhece o objecto pega nele e diz "pama".
Quando começamos a contar uuuum, ela diz doooooiiiiiisssssss, mas não passa daí.
Numa destas noites, tivemos de a passar para a nossa cama para podermos dormir um bocadinho. Entre pontapés e empurrões, estávamos a tentar endireitá-la e ela "ladrou" a dormir. Devia estar a sonhar com cães.
A Mr. está a deixar o biberon da noite, mas a fralda mantém-se. Culpa nossa, que, ou não nos levantamos para a levar à casa de banho, ou falhamos no momento, geralmente quando lá chegamos já ela fez na fralda e não faz mais nada. Ou seja, se acertarmos no timing, a rapariga pode dispensar a fralda.
Começamos mais um ano le(c)tivo, eu estou sem trabalho e o M. com menos horas. Avizinham-se tempos difíceis. A Gr. mantém-se comigo em casa e a Mr. no mesmo infantário.
As féria já lá vão, mas o tempo quente (cerca de 27 graus) não nos deixa esquecer a praia e os dias de dolce fare niente.
Estou para aqui a escrever para ver se entretanto a sopa acaba de cozer.
Mr. aconselha Gr. que está constipada e cheia de expetoração:
"gomita, gomita e gospe que isso passa já!"
Escrevo no rescaldo da saída das listas de contratação, enquanto faço um ragu de soja, ao som de Eddie Vedder e do seu ukelele.
Estou tão, mas tão down on the dumps, que adivinho TPM.
O gajo está revoltado porque na escola onde está há 6 anos estão a fazer cortes em tudo, mas tem 24 horas lectivas e sabe que para o ano está lá outra vez porque já está nos quadros.
Está revoltado porque os cortes servem para o patronato continuar a encher os bolsos à custa do sacrifício dos professores. Nada de novo, apenas a reprodução do que se passa nos corredores de poderes maiores.
Está revoltado porque nenhum dos colegas se manifesta, com medo de represálias e de perder o emprego.
Eu estou revoltada porque de há uns anos para cá, quando deixei a RD, nunca sei que vai ser da minha vida: tenho ou não tenho trabalho? com contrato e direitos todos? a recibos verdes, pagos tarde e mal, sem direito a subsídios e com direito a pagar 200 euros mensais para a SS?
Nunca sei, por isso revolta-me um bocado a revolta tão revoltada do gajo, que tem trabalho e para já o que recebe dá para pagar as contas, embora o compreenda, estou revoltada porque não devia estar revoltada com ele, que tem todo o direito a sentir a revolta que sente.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.