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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Ainda não há carregador, há o computador do M., que neste momento me deixou em casa com as miúdas.
A Gr. dorme a sesta, a Mr. está encostada ao meu ombro, enquanto vê o canal panda (aaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!) e me pede leite com chocolate. Estamos no norte, em casa dos meus pais.
Na nossa casa não há tv por cabo. Na nossa casa não haverá tv por cabo nos próximos 40 anos! A miúda chega aqui e fica literalmente colada à televisão, tirá-la de casa é tarefa hercúlea, a não ser que seja para ir ao café do alexandre ou a casa da outra avó, onde também pode ver o malfadado canal.
Compreendo que em determinados momentos dê jeito ter os putos colados à tv em vez de estarem a desfazer brinquedos ou a fazer asneiras inimagináveis, mas saber que há uma coisa tão poderosa a ponto de hipnotizar uma miúda incomoda-me muito. Ainda por cima, em cada intervalo somos bombardeados com anúncios a brinquedos estúpidos e estupidamente caros, que a miúda quer ter.
Quando lhe disse que a mãe e o pai não têm dinheiro para lhe dar tantos brinquedos, a resposta foi: não são vocês que me vão dar! São as outras pessoas!
Estou sem computador. O carregador deu o berro. Consequência: tenho de esperar pela noite para escrever algo. Como à noite já não funciono muito bem, vou poupar-vos a tortura de lerem posts espatafúrdios, desconexos e cheios de erros.
Esperemos que novo carregador não demore muito a chegar.
A gr. está no ponto culminante da aprendizagem da fala. Aos quase vinte meses repete a maior parte das palavras que lhe pedimos, desde que não sejam, claro, palavras como otorrinolaringologista ou helicobactéria.
Assim, à lista de palavras que diz acrescentamos:
-sapatilha (caramba, agora que passámos a calçar botas é que a gaja atina com o nome do calçado, até aqui tudo o que fosse para calçar era simplesmente pé)!)
-avô e avó
-sopa (não sei se já tinha esta)
-chuva
-lixo
-sujo
-cocó
menina (a propósito desta convém não deixar passar que há pérolas como:" chão menina"; "óó menina"; "sopa menina"; "bábua (água) menina" e outras quando quer alguma coisa.)
-xuô (flor)
-boa (quando faz alguma coisa digna de ser registado, por exemplo hoje subiu as escadas sozinha agarrada à parede e no final auto-congratulou-se com um "boa!"
A mr. está na fase do palavrão. Atualmente somos brindados com palavras como peido, cocó e xixi, ditas até à exaustão e a propósito de tudo e mais alguma coisa.
Todas as manhãs há birra para vestir porque não quer ir para a escola e todas as tardes há birra porque não quer ir para casa.
E eu ando tão sem paciência!
Dizem que o desemprego é bom porque há mais disponibilidade para a família e para a casa, eu ando sem disponibilidade emocional para tudo.
Gosto muito quando os meus pais nos visitam. A minha mãe ajuda-me muito e o meu pai dá-me sempre perspetivas diferentes sobre aspetos e situações cá de casa que a mim não me passavam pela cabeça.
Apesar de tudo, meia-hora depois já estou a hiperventilar (ou será hiper-ventilar?) com a minha mãe. A mulher não se cala! Tem sempre opiniões e bitaites sobre tudo e mais alguma coisa, que partilha não só comigo, como com o gajo, que até tem paciência de santo e ouve e cala.
Eu, bem... eu vou respirando fund.... muito fundo umas vezes, e outras.... não consigo e sai-me alguma coisa que não devia.
O que mais me lixa é que tenho quase a certeza de que aos cinquenta ou sessenta vou ser igualzinha à minha mãe!
Frustração é sair do quarto que acabámos de arrumar e limpar para guardar o aspirador, e quando voltamos o conteúdo das gavetas está todo chão.
Frustração é tentar escrever duas vezes o mesmo post e só conseguir à terceira porque a criança carrega no botão on/off do computador no momento em que vamos nós carregar no botão publicar.
Sloth: 40%
Gluttony: 20%
Pride: 20%
Wrath: 20%
Envy: 0%
Greed: 0%
Lust: 0%
Chance You'll Go to Hell: 14%
You will get bugs, because you're too lazy to shoo them off. And then you'll die.
your deadly sins
Foda-se!
Foda-se!
Foda-se!
Foda-se!
Instalou-se um ritual engraçado à hora do jantar: o pai conta em detalhes o dia na escola e a mr. conta em detalhes o dia no infantário.
O relato da mr. é usualmante básico porque a rapariga tem para estas coisas memória de peixe de aquário, o do pai é sempre mais detalhado e às vezes interrompido por pormenores que, julgávamos nós, não interessavam à mr.
Na semana passada, o pai fazia o seu e fez um aparte onde entrava a palavra gajo que fez não sei o quê.
Depois, continuou. No final, a miúda vira-se para o pai e diz:
- então... não contaste tudo.
- Contei, sim, contei.
- ó pai, falta aquela parte do gajo! que contaste à mãe....
Temos tão pouco cuidado com a língua!
Por cá, ando tão chocha que dou por mim a ansiar os dias de comparência quinzenal no centro de emprego porque é uma mudança de cenário.
Depois, saio de lá com um nó no estômago e uma revolta tão grande que a minha vontade é partir tudo o que vejo à frente. Não o podendo fazer, hoje comprei um pacote de bolachas de chocolate negro e enfiei seis de seguida!
Há quase dois meses que aguardo que analisem o meu pedido de subsídio de desemprego, que já esteve para ser indiferido.
Hoje, a senhora que me atendeu disse-me que, talvez, se eu fizesse prova dos rendimentos que auferi em 2010 como trabalhadora independente agilizassem o processo.
Mas eu já fiz prova disso. E, pensando bem, porque é que é necessário fazer tal prova? É com os rendimentos de 2010 que devo pagar as contas de 2011?
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