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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
.....No tengo miedo ni esperanza. Desde un hotel exterior al destino, veo
una playa negra y, lejanos, los grandes párpados de una ciudad cuyo
dolor no me concierne.
Vengo del metileno y el amor; tuve frío bajo los tubos de la muerte.
Ahora contemplo el mar. No tengo miedo ni esperanza.
Antonio Gamoneda
Libro del frio (ed. Assírio e Alvim)
Neste natal, querido velho de barbas que só existes na nossa fantasia, como eu ando a tentar convencer a Mr, eu quero uma noite.
Uma noite sem crianças para alimentar e adormecer, num local longe daqui, uma noite regada com um bom vinho a acompanhar um jantar delicioso. É importante este pormenor, o jantar tem de ser bom, para convidar à bebida de um bom tinto alentejano ou do Douro, um bom vinho que me leve para a cama com aquela euforia deliciosa que dá lugar a um sexo fantástico de trepar paredes. Uma noite dormida do principio ao fim, sem interrupções, excepto mais sexo, se se proporcionar.
Pode ser? São pormenores a mais?
Que raio de porra de vida é esta que me ando a sentir mãe solteira...?
Preciso de Christmas mood, sem a necessidade mórbida de gastar dinheiro, porque afinal natal não é isso.
AH! a Gr. agora diz "stóia". Pega nos livros e senta-se com a postura de quem está a ler, balbucia e palra para lá umas coisas, depois levanta-se, pousa ou atira com o livro e diz "já tá".
A semana passada, com as duas doentes em casa, teve como resultado uma filha mais nova no limite da melguice. Continuamente agarrada às minhas pernas, guinchando: mamãããã...
A Mr. anda eufórica com os preparativos para o natal, os da rua, porque cá em casa o clima ainda não entrou. As luzes, os presépios, os pais natais, as estrelas, as árvores montadas em todas as esquinas deixam-na histérica. Tirá-la de casa agora é canja. Anda Mr, vamos ver se há mais luzes de natal! E bora com ela, a correr à frente.
Na quinta que vem, dia 8, é a festa de natal da escola dela.
Devo ser uma porcaria de uma mãe, porque acho aquilo uma valente seca. Mas não quero estigmatizar a criança, por isso, todos os anos lá estamos nós, de máquina em punho, tirando 33030303 fotografias, todas iguais, da miúda em cima do palco, cheia de baba e ranho, a chorar pela mãe.
E o tempo passa tão depressa!
Para mim, a época natalícia só começa quando a ouço num qualquer centro comercial ou loja ou rádio. Ainda não começou, lamento...
Gosto quando da outra ponta da cama os teus pés se enroscam nos meus.
Gosto quando chego à cama gelada e me encaixo em ti tão quente.
Gosto quando estou na cozinha a fazer o refogado e me fazes largar faca e cebola e me abraças muito.
Gosto quando depois de uma semana de merda no sábado de manhã levas as miudas para a outra ponta da casa e me deixas dormir e depois me levas o pequeno-almoço à cama, com um bilhetinho de amor.
Gosto de ti, quase sempre e amo-te todos os dias.
Não, não fazemos anos de nada, apeteceu-me.
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