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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
..... quer comprar base para pôr na cara, dele!
Ao que parece, sempre que chega à escola depois de sair de casa a correr, com as marcas da máscara da cpap na cara, peguntam-lhe se esteve a chorar.
Nos tempos que correm, tenho de aproveitar os momentos em que a Gr. dá beijinhos aos bonecos ("dá meijinho, dá") para sacar a minha dose de "meijinhos".
Já fica melhor na escola e consta que passa a tarde a cantar.
A Mr., ontem, esteve a tarde de sexta feira "depré". Segundo a educadora, o reportório andou à volta de coisas como:
"tenho o coração apertado!"
"mas porque é que e minha mãe não vem? Tenho tantas saudades dela"
"por favor, não me obrigues a ir para a rua. Deixa-me ficar aqui na sala!!"
"por favor, não façam tanto barulho, estou cansada!"
???
Não sei o que terá acontecido, e novelas mexicanas, nem outras, já agora, se vêm cá por casa.
A professora que há em mim, nos dias que correm, está como uma vela ao vento.
Primeiro, estou a fazer trabalho voluntário forçado há quatro meses.
Segundo, não há um dia em que venha para casa contente com o trabalho que fiz. Os meus métodos devem estar complemente desadequados, as minhas metodologias idem.
Os putos não têm regras nenhumas, são incapazes de fazer silêncio e de trabalhar em silêncio, não têm noção dos limites, não parecem ter capacidade de raciocínio, de memorização. E sinto-me um calhau com olhos à frente das turmas.
Não sei trabalhar assim.
Parabéns, Catarina! Temos saudades tuas, se bem que ainda agora perguntei à Gr. se te queria ver no FB e ela disse que não, pediu antes o pom pom pom.
Lá vou eu ouvir o raio do dueto com a Carminho e os Moon. pela 4647586970707ª vez.
Há lá coisa mais sexy que um homem que vai para a cozinha e faz o jantar?
Há putos cujo comportamento me dá vontade de bater com a cabeça na parede. A dele, bem entendido.
isto deve fazer de mim uma péssima professora, mas custa-me ver como cada vez mais, miúdos e miúdas desafiam a autoridade do professor e saem impunes.
Antes do final do segundo período, tive de segurar um puto que, pura e simplesmente, se recusou a parar de fazer os disparates que estava a fazer, nomeadamente subir e descer das mesas, acender e apagar as luzes e, para cúmulo dos cúmulos, quando percebeu que as provocações não tinham efeito (porque eram provocações apenas) vir apagar o que eu tinha escrito no quadro. Quando o agarrei para o controlar, ameaçou que me mandava para um sítio feio e que dava um pontapé na minha mala, o que cumpriu.
Pois este rapaz de 9 anos, que deve pesar uns 80 kgs e medir para lá de metro e sessenta, continua na sua vidinha, não se passa nada, apesar do relatório descritivo que fiz, apesar de já ter roubado bens do professor da turma, apesar de ..... são tantos os apesares.
Um puto destes devia ir fazer tijolo! Literalmente! Pôrra lá para a escolaridade obrigatória e já agora a escola para todos! Vá lá para os esteiros, à moda do Soeiro.
A professora primária diz que o inglês é uma disciplina extra curricular.
A professora primária diz que é importante fazer a avaliação. Até o professor de natação da filha faz avaliação da filha.
A professora primária diz que o professor de AECs não necessita de participar nas reuniões da avaliação com os professores das turmas, porque é um professor extracurricular.
Argumenta que o professor de natação da filha não faz reuniões com os outros professores para saber como deve avaliar a filha dela.
Argumenta que a avaliação do professor da turma não influencia em nada a avaliação do professor de AECs. Defende que se este quiser saber alguma coisa do aluno pode sempre ler o Plano Curricular.
E depois, espantam-se porque nem pais nem alunos respeitam o professor de AECs.
Já houve fases como esta: chegar aqui e não "ver" nada de jeito que valha a pena partilhar.
O relambório é sempre o mesmo. A sucessão de acontecimentos, ou melhor, de não acontecimentos repete-se incansavelmente: levantar, arranjar miúdas, arranjar-me, levar Mr à escola, tomar café com a Gr, voltar para casa, arrumar camas, roupa, roupa, roupa, roupa, fazer almoço e dar almoço à Gr., levá-la à escola, deixá-la, na maior parte das vezes, a chorar, vir para casa, almoçar, arrumar, ir para a escola, dar aulas, ir buscar miúdas, tratar do jantar, dos banhos, jantar, pôr miúdas na cama, adormecer na cama de uma delas, arrumar ou não, sentar-me um bocado em frente aos blogs de leitura diária com a série da noite no canal 2, deitar, ler um bocado, dormir, acordar para sossegar uma delas de pesadelos (doença frequente cá por casa) e acordar para repetir tudo de novo.
Dou aulas e não me pagam. Stop
Aturo as estupidezes dos putos e apetece-me fugir. stop
Venho para casa e descarrego nas miúdas. stop
O M. tem trabalhado muito. stop
Estou sozinha em casa. stop
Faço jantares, dou banhos, dou jantares, aturo birras e mais birras sozinha. stop
Meto miúdas na cama. Stop
Chego aqui e não sai nada de jeito. stop
STOP
Partida!
Lagarta!
Fugida!
- Mr., não é lagarta, é largada.
- É?! oh, lagarta é mais giro.
Tem razão, a rapariga.
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