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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Sou só eu que me sinto numa bolha?
Levanto-me todos os dias e viro o robot, que faz todos os dias as mesmas coisas sem pensar muito, como se estivesse à espera de começar a viver a qualquer momento, como se ao virar da esquina fosse encontrar as verdadeiras causas e as verdadeiras emoções.
Sou a única mãe que brinca com as filhas e de vez em quando, só de vez em quando, olha para o lado e pensa "quando é que vou começar a divertir-me?"
Passo tempo de mais sozinha com elas, sem aproveitar verdadeiramente o que os momentos têm para me dar, mas só me lembro disso quando não estou com elas. E o tempo passa e a vida passa.
As ites estão de malas aviadas. Hoje deixo de tomar o antibiótico, devia ser amanhã, mas ando enjoada como se estivesse grávida e estou farta. A Mr. acaba hoje o dela.
A Gr., apesar do ranho constante, está bem.
Hoje fui com a Mr. ao centro comercial da esquina, tomar café e a rapariga fartou-se de me pedir coisas. Não é normal. Gosto de pensar que a estou a educar para dar valor ao que tem, por isso e porque não há dinheiro para muitas coisas, não lhe dou nem metade do que pede.
Hoje, pediu um gelado no café. Claro que não lho dei. Eram 11 da manhã. Depois, pediu um bolo. Como sei do que a casa gasta, acedi mas pedi ao senhor para o partir e pôr na caixa. Eu já sabia que ela ia dar-lhe duas dentadas e ficar satisfeita. Não me incomoda o facto. Sei que a rapariga com pouco se satisfaz e trouxe o resto para casa.
Depois, pediu para meter uma moeda numa máquina que dá brindes, umas sandálias da hello kitty e outra coisa que não me lembro. De facto, nunca me tinha pedido tanta coisa e espero que não seja uma "moda" prestes a começar. Coitada, já ouve tantos nãos e não me apetece "oferecer-lhe" mais ainda.
Quando eu era miúda, pedia algumas coisas, de vez em quando: um rebuçadito, no verão um epá e pouco mais.
Sabia que para outras coisas viria um não e não foi coisa que me tenha traumatizado.
Faz-me confusão o tipo de pais que dão tudo, com a justificação de que são coisas pequeninas e baratas. Sim, um rebuçado ou uma pastilha elástica, uma bola das que saem nas máquinas, são coisitas, mas se são oferecidas sempre que o puto ou a miúda pedem, que mensagem se passa?
Estou a ver as férias a passar.
Depois penso: mas quais férias qual carapuça, estou desempregada, isto não são férias!
Desempregada indefinidamente.
Continuando, em mood de férias, os dias vão passando, ora com chuva ora com chuva, ora fazendo coleção de ites (amigdalites e conjuntivites, sim arranjei uma no olho direito, que está de passagem para o esquerdo), sem fazer nada de especial, nada de concreto, nada de útil.
Daqui a pouco estamos em setembro, termina o mood de férias, entra o modo desempregada a sério e dona de casa desesperada e aí é que vai ser.
É que nem uma limpeza a sério da casa fiz, para fazer jus ao meu estado profissional atual.
Os dias correm, cavalgam, fazem maratonas e eu... não faço nada, parece que estou à espera não sei de quê, num limbo estupido.
Uma amigdalite: da mãe, detetada no domingo, quando já estavam cerca de 28 graus.
Outra amigdalite: da Mr., detetada agora da manhã. Ontem à noite, quando consegui levantar-me da cama, ao ouvir a Mr falar pareceu-me que, embora não se queixasse, a garganta dela não estaria muito bem. De facto, aquilo era uma bola. Hoje de manhã, sangrava.
Fui ao hospital (o meu pai a fazer de motorista) e vim-me embora. Desapareceu a urgência pediátrica e havia muuuiiiitaaa gente.
Acabei por ir ao hospital privado onde me atenderam a mim ontem.
Sou uma boa cidadã: não é para o privado que o estado quer que nós vamos?
Saio da Batalha com 27 graus, chego ao Porto estão 18 e a Mr. com 38,5. Vencedora absoluta!
A Gr. já sabe comer cerejas: mete-as na boca, lá dentro separa o caroço, deita fora a cereja, fica com o caroço na boca e diz "hmm, c'a bom!"
Na segunda feira por volta do meio-dia a Gr., que estava doente mas ainda não tinha tido febre desde as cinco da manhã, começou a tremer e a ficar com as extremidades rôxas, dedos das mãos e pés rôxos, lábios rôxos... e sem febre. Assustámo-nos e o M. decidiu auscultá-la. Entrou mais ou menos em pânico porque, dizia ele, ela estava cheia de arritmias. Largou o estetoscópio (sim, o meu marido tem um) e queria ir a correr para o hospital.
Nestas situações eu sou sempre mais calma e pus água na fervura, sugerindo que ligássemos primeiro para a Saúde 24. Assim o fez.
Estava eu com ela ao colo, a assistir aos seus tremores e a ver como estava rôxa nos lábios, quando de repente me lembrei de meningite. Assim, de repente, "TRÁS" meningite apareceu-me na cabeça e ao mesmo tempo que tal pensamento me surgiu, olhei para os pés da miúda. Os dedos estavam rôxos e pretos por baixo. Isto é sintoma de meningite em estado avançado, de acordo com um episódio de E.R.
Zás, passei-me, passei a miúda para o colo já não sei de quem (estavam cá os meus pais) e fui preparar as coisas para irmos para o hospital a voar, toda eu tremendo e murmurando continuamente "meningite, meningite......"
Cheguei ao pé da miúda e saquei de um toalhete para a limpar, porque lembrei-me de que ela andava descalça, portanto tinha os pézitos sujos. Tinha, pois tinha. O preto era sujo.
O M. olhou para mim, com um ar alucinado, com o telefone no ouvido a ouvir a enfermeira, que lhe explicava quais os sintomas que devemos procurar, no caso de meningite (manchinhas no corpo, fotofobia e rigidez do pescoço e nuca). Que ela não tinha.
Dá para rir, sim senhora, e para concluir que depois de sermos pais nunca mais somos os mesmos.
Passadas umas horas, o M. diz-me meio a sério, meio a brincar: hoje deixaste-me ficar mal. Tu és sempre a mais calma e racional nestas situações, mas hoje passaste-te.
Pois foi, respondi eu.
Deixa lá. Eu dei por mim a lamber-lhe os pés para conseguir perceber mais depressa se o preto era sujo ou não.
Ontem, por volta da uma e meia da manhã, estava eu a dormir e acordei com a tosse da Gr.. A coitada tosse tanto que se engasga e é preciso ir levantá-la para facilitar a coisa.
Pois, dizia eu que acordei e dei por mim sozinha na cama (mais uma vez). Tive então uma ideia fantástica que pode ajudar a salvar casamentos.
É a seguinte: o gajo, quando começa a ver que coisa é séria, que vai dar em casamento ou ajuntamento, devia virar-se para a rapariga, se for caso disso e avisar "olha que comigo não há cá essa coisa de irmos juntos para a cama. Tenho sempre uma porrada de coisas mais interessantes para fazer antes de me deitar, por isso não contes comigo no leito nupcial antes das duas ou três da matina." E pronto, a rapariga sabe com o que contar. Se não se importa, avante, se tem problemas com isso, vai à vida dela e ninguém se chateia.
Mas não, não. Nos primeiros tempos, o gajo deita-se ao mesmo tempo que ela, é miminhos e outras coisas antes de adormecer e tal, criando a ideia de que vai sempre assim. Só passado algum tempo é que revela esta faceta de animal noturno e entram em cena as discussões.
Uma mulher quando se casa ou quando se ajunta não está à espera de ter serões de solteira todas as noites! Para isso ficava solteira, pôrra!
Poupava-se uma série de chatisses se o homem avançasse logo com esta característica.
A Gr. está outra vez doente. Parece que os fins de semana são especialmente apelativos para ficar com febre, aquela febre que aparece de repente, demora uma horita a baixar com antipirético e cinco horas depois regressa novamente em força.
A vantagem é que por estar tão caidita, faz menos disparates. Ainda assim, tenho constantemente de arrumar as gavetas e armários por onde passou.
Como doente, é um doce: deixa medir a temperatura, toma o "xaiópe" com gosto (também eu tomava, se pudesse, aquilo é bom!) e dorme muito tempo. O problema é que quando está acordada só quer "coinho" da mãe.
Às vezes, apetece-me mandar o sitemeter embora. Depois, vejo visitas de França, Kuwait, Itália e acho tão giro que ele acaba por ficar.
E as vezes que os senhores da Mountain View me visitam? Ui....
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