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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Com a guitarra cor de rosa na mão, Gr. vem ter com a mãe e pede uma palheta. É o orgulho do pai.
Ainda não ouvi o "last christmas" dos Wham, como tal não entra aqui em casa nada relacionado com o natal! Não há prendas, não há árvores com bolas, não há luzes, não há.
Até porque, quando vierem, será mais uma catrefada de coisas espalhadas pela casa, graças aos dotes artísticos da catraia mais pequena.
Raspam, raspam,
deixam-nos a raspar,
e quando começamos a viver com a única preocupação de raspar para não morrermos de fome e reféns de caridadezinhas, começam a tirar-nos tudo o que nos era devido: saúde, educação, trabalho, cultura.
E como estamos tão ocupados a sobreviver, permitimos.
E o estado social, conquista dos nossos pais e avós, vai à vida.
Viva! Viva o liberalismo!
Levanto-me todos os dias como se tivesse levado com um piano em cima. Até quando terei de acordar e levantar-me todas as noites pelo menos uma vez? Nas últimas semanas tem sido uma média de três vezes.
Em dias como os de hoje tenho vontade de me auto internar numa clínica do sono. Chego lá e digo: olhe, se faz favor, cama para uma semana, deve ser suficiente uma semana. Acordem-me daqui a uma semana, se faz favor. Obrigado e até lá.
À noite, o silêncio tem mais vazio
é mais redondo
somatório dos ruídos do dia
"estou sem paciência para ti"
Levantar-me-ei cedo, para temperar a carne e deixar que no forno ela asse lentamente e se encha dos sabores dos temperos (talvez alho, azeite, paprika, "muita paprika" assim à Vacondeus, vinho tinto e umas folhinhas de alecrim), depois decido se leva batatas ou não.
Peço-te que vás ao pão fresquinho e que tragas regueifa, eu sei que não gostas, mas tenho saudades de regueifa e no caminho levas a mãe à missa.
Ponho a mesa com calma e rigor: pratos de festa, guardanapos de pano, copos de pé alto.
Regressas da rua e levas as miúdas ao parque e depois vais buscar a mãe.
Faço um arroz de forno, com salsa e cebola por cima.
Chegam todos a casa, todos os avós (os outros também) e sentamo-nos à mesa, a tua cabeça de cãs a presidir, a mãe a ajudar a Gr. a comer a sopa.
Queria um domingo assim. Pode ser já no próximo?
Eu podia ter jurado que havia uma betoneira dentro de casa, mas era só o M. a ouvir música.
Mãe e pai: - Gr., bateste nos teu amigos?
Gr. - Não bati muito...
Ela diz bom dia e che faz fabor, obrigada e até já ou até logo e de nada. Tão educadinha que ela é. E depois, chega à escola e arreia nos colegas.
(é a Gr., pois claro!)
Hoje é o dia do pijama. Alguém se lembrou de inventar mais um dia para lembrar qualquer coisa que devia se lembrada todos os dias e na escola da miúdas vai tudo de pijama, melhor: foi tudo de pijama.
Quando vi este dia assinalado no programa do infantário pensei logo que era uma maravilha e que todos os dias deviam ser do pijama, era só tirar as miúdas da cama, dar-lhes o pequeno-almoço e metê-las no carro. Ai, o que eu ansiei por este dia.
No entanto, a Gr. resolveu sujar as calças do pijama dela no seu momento de limpeza intestinal matinal e a Mr. achou que o pijama com que dormiu não era digno de levar para a escola e vai de achar o mesmo dos outros todos que estavam lavados, para já não falar de que anda tudo trocado.
Resultado: manhã igual às outras, exceto a parte de andar na rua com duas miúda em pijama. As miúdas tinham uma certa piada, mas aquela mãe, coitada, digna de pena, por ser ou louca ou pobrezinha.
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