blogdocaixote

foi você que pediu um harlem shake?

E você, já fez o seu harlem shake de hoje?

Um harlem shake por dia, nem sabe o bem que lhe fazia!

De estarmos a ver versões de harlem shakes na net, até a maluca da Rita sugerir que fizéssemos um, foi um pulinho.

Foi parvo? foi.

Foi uma cena desnecessária e absurda? foi!

Mas foi tão divertido!

Ora zumba na caneca, ora na caneca zumba...

Vou a uma aula de zumba!

As de barre terre continuam a puxar pelo físico, que nos dias seguintes anda para aí aos tropeções, com dores em sítios inusitados. Olha, não sabia que aqui havia músculo. Ai!

... não digam a ninguém, o meu marido está a secar o cabelo e a pentear-se com uma escova cor de rosa, da hello kitty!

Gr. - "Pai, dás-me pão com fiambre, sem pão?"

Não sei se é da idade, mas nos últimos tempos não é qualquer vinho que me agrada. Este refinamento de gostos é uma bosta. Nos tempos que correm, não nos podemos permitir gastar em bens não essenciais. Por outro lado, já não consigo atingir aquele estado de embriagamento suave e levemente eufórico, que às vezes, me apetece sentir, à conta do vinho rasca que não me assenta bem e não me apetece beber.

Se hoje o meu exmo. marido lesse os meus pensamentos, traria para casa uma garrafa da Herdade do Esporão e tanta coisa podia acontecer.

A coisa da pedagogia positiva é muito gira. O problema é quando dá de caras com uma Mãe pessimista!

A Mãe procura seguir dicas e indicações lidas nos manuais, congratula filhas por sucessos alcançados e é premiada com birras e comportamentos opostos aos que foram premiados com palavras de amor e abraços apertados.

Mas quando a Mãe ignora sucessos, fá-los passar por acontecimentos naturais, banais, esperados, nada dignos de demarcação, filhas mantêm-se na linha.

Mãe, negativista, com cargas de culpa imensa no corpo e na alma, fica sem perceber.

Na escola, cheguei à sala da mais velha e a auxiliar que já lá estava fez um comentário qualquer sobre a Mr. não ter laca no cabelo e sobre algumas miúdas nem quererem brincar para não estragar os penteados. Achei  um pouco estranho, mas nem liguei. Vi inclusivamente um puto com o cabelo todo lambidinho a pentear-se ao espelho e achei piada, mas nada mais.

Estava em casa, mais tarde, e o homem entra-me pela porta dentro, stressado porque tinha de preparar o material para a tarde. Achei estranho, mas mais uma vez, passou-me ao lado. Uma boa meia hora mais tarde, pergunto-lhe: mas afinal que material é que tens de preparar? porque é que estás aí todo stressado?

Porque é hoje que vou tirar fotografias à escola das miúdas.

Nem aqui me caiu a ficha, gentes!

Só quando estava limpar a sanita (se calhar devia omitir esta parte, mas já levaram com ela) é que juntei três mais três: os putos estavam penteadinhos porque as mamãs se lembraram de que era dia de fotografias!

A Mr. e a Gr. foram para a escola com a primeira roupa que me veio às mãos (se andam com bibes, para quê perder tempo a conjugar cores e materiais?), a Gr. foi até com a saia com que dormiu (outra coisa que devia omitir, mas já está. Dormiu de pijama e saia porque está a entrar na fase insuportável da princesite aguda).

Nem por ser o meu próprio marido a ir fotografar as crianças eu me lembrei!

Sou ou não péssima mãe?

Mulher compra sapatos novos, de tacão (ui!), a única compra destes saldos.

Mulher calça sapatos em casa e mostra ao esposo. Esposo, antes de expressar juizos de valor sobre sapatos nos pés da esposa, tenta ensinar esposa a andar de tacão.

Esposa não sabe se fica perturbada, se agradada com preocupação do esposo.

Quase ninguém sabe que grande parte das canções do Zeca Afonso me fazem chorar. Por uma infinidade de razões, mas sobretudo por estarem ligadas à minha infância. 

Isto, hoje, fez-me chorar e rir ao mesmo tempo. 

O truque que uso para que cada semana seja mais leve é procurar ter sempre algo pelo qual anseio. Um jantar com suspeitos do costume ou outros, uma saída, um passeio, algo que quebre a rotina.

O problema é que, depois, passo o tempo a desejar que o tempo passe depressa e nem sinto o tempo passar e não sentir o tempo passar porque ele passa muito depressa é terrível. Terrivel porque não apreciamos verdadeiramente a vida e porque quando damos por nós já estamos a fazer anos outra vez e só de pensar que já vou para os 36 sinto um nó em partes do corpo que nem sabia que existiam.

O que também pode ser bom.

Pôrra! Odeio o inverno!