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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Ontem fiz um daqueles testes parvos no FB. O objetivo era saber em que país europeu nós viveríamos melhor. Vi aquilo e pensei logo: " vai-me calhar um país daqueles género Lichtenstein ou Mónaco!"
Tumba! Mónaco! Ao que parece eu estava bem era ao pé da princesa Stephanie.
Julgava eu que seria lá um daqueles civilizados, onde se pagam impostos e há qualidade de vida apesar de não haver luz solar grande parte do ano, mas não.
Isto porquê? porque eu julgo possuir algumas características nórdicas. Não passo sem cortinas, que não, mas não passo roupa a ferro.
Ontem tive de passar um casaco que estava mesmo mau e deixei a tábua de passar montada. A Mr., quando chegou a casa, olhou para aquilo muito espantada e perguntou o que era. O M. desatou a rir à gargalhada.
Abençoado marido que tenho, que não se importa de sair de camisas por vincar!
Pela casa, há mesas postas com louça de vários tamanhos e materiais e bebés que dormem nos sítios mais estranhos.
Eu sorrio para dentro umas vezes, e outras para fora e peço licença aos bebés para passar ou desculpa se os acordei com o aspirador.
Deixo os pratinhos nas mesas de cabeceira, na mesa da sala e no chão do quarto.
Alguém há-de chegar para neles comer, mais logo.
Ah, mas as baixinhas chegam onde toda a gente chega!
O caraças! Só se tiverem um escadote.
Agora, queria lavar aqueles azulejos lá em cima (não, não são hidráulicos) e não chego lá.
E não tenho escadote.
Já pensei em ir calçar as botas de tacão, mas uma queda do cima das escadas, em cima dos tacões, deve ser coisa para morrer e eu não quero morrer a lavar azulejos.
Estivesse eu a dar aulas de português a níveis avançados.
Levaria este vídeo para ser analisado pelos alunos como exemplo de obra prima da surrealismo.
Ou então só como exemplo de como usar a língua e não dizer nada.
Podemos ter saudades de coisas que não tivemos?
Tenho saudades das saídas que não tenho com as minhas amigas. Das conversas loucas e histéricas que temos tão poucas vezes. Das andanças pelos bares e tasquinhas e ruas do Porto. Dos lanches à volta da mesa da Big, do jantar em casa da Cláudia, das boleias da Sandra...
Dos gins que não tomo com a Rita no Circunstância.
Dos jantares a dois que não temos há tanto tempo, M.
Tenho saudades dos ensaios de teatro que não estou a ter, das gargalhadas e ataques de riso que saem à medida que as personagens vão aparecendo nas nossas peles.
E sinto tanto a falta das minhas sobrinhas que vejo tão pouco.
Se o meu espaço interior tivesse direito a banda sonora, a escolha caíria sobre "o monstro precisa de amigos".
Eu nunca poderia ser minimalista!
Aqui há uns tempos estava eu a ler um post sobre destralhar a casa, já depois de ter tido contacto com o blog da senhora que tem um gato às riscas e bateu-me a revelação.
É verdade que acho que a minha casa tem porcarias de mais, é verdade que me faz confusão a quantidade de merdinhas que o M. consegue acumular, como mesmo depois de passar um dia a "arrumar" o escritório, ele fica na mesma, com os mesmos papeis, as mesmas pedras (minerais, minerais!), os mesmos fosseis, as mesmas máquinas e lentes, os mesmos fios.
É verdade que já me fui livrando de loiça e roupa e brinquedos que já não usamos, mas...
Gosto muito das estantes cheias de livros e não me passa pela cabeça desfazer-me de qualquer um, ainda que possivelmente não volte a lê-los, sei a história de quase todos e todos estão ligados a pessoas ou momentos da minha vida.
Gosto das fotografias nos mais variados sítios e nas mais variadas molduras.
Gosto de receber gente em casa e preciso da mesa mais as seis cadeiras da sala, mais as quatro da cozinha e até dos bancos de plástico que andam por aí.
Gosto de cozinhar para muita gente, por isso preciso das panelas grandes e dos tachos e dos tabuleiros de ir ao forno.
Os livros de bebé, apenas imagens e pequenas palavras, serão os primeiros livros que as minha filhas hão-de ler.
Gosto de abrir aquelas caixas que estão em cima da cómoda e as outras em cima do aparador e ver o bilhete da primeira ida ao cinema da Mr., o guardanapo do café onde estava com o M. a primeira vez que nos encontrámos...
Gosto de saber que a minha vida tem uma história que pode ser traçada pelas coisas físicas e materiais que acumulo.
Parecemos selvagens.
Às vezes, no trânsito, apetece-me apitar ou fazer ultrapassagens e coíbo-me do o fazer, porque me lembro daquela notícia de um homem, que não tendo apreciado a facto de ser ultrapassado, sacou de uma arma e deu um tiro no ultrapassante.
Quando comprava o blitz na forma de jornal, nos meus tempos de adolescentes, ficava espantada com o tipo de comentário que se trocava nas páginas centrais. Os adoradores de limp biskit insultavam os adoradores de pearl jam, os fãs de nirvana mandavam enrabar os outros todos, os do porto mandavam os de lisboa para aquele sítio muito feio acabado em alho... era uma rebaldaria! Mas eram putos.
Agora, basta ir a um jornal online com secção de comentários, a um blog famoso e é ver a forma como toda a gente se manda àquela parte, sem a mínima cerimónia, sem qualquer tipo de argumentação válida, tal e qual os adolescentes no longínquo tempo do blitz sob a forma de jornal semanal.
Há muita caverna com wireless!
Podia ter aproveitado este texto para dizer tanto palavrão de foram justificada! Ai que bem que me tinha sabido! Preciso de ir ao norte mais vezes, onde ninguém fica com cara de cú depois de ouvir uma valente *****alhada!!
Dasse! Oh que merda de puta de chuva. Dá lá uma tréguas, que até a alma eu trago molhada!
nota-se muito que estou com tpm?
quanto mais chove, mais a minha vida é uma seca!
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