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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
chego a casa de manhã, depois de deixar as filhas nas escolas, e olho muito para a minha cama, ainda por fazer e penso que ficaria muito bem se me deitasse novamente, debaixo do edredon de penas, só mais um bocadinho, para aquecer, sabes, é que tenho muito frio, muito frio.
Depois, decido que tenho mesmo fazer a cama para não cair em tentação e calço só as pantufas.
Depois, olho para o computador e penso que não posso ligá-lo, mas ligo-o para dar som à casa, que está tão silenciosa que dói e, olha, estou aqui, caída em tentação. Que pôrra!
Não bastavam os outros
http://blogdocaixote.blogs.sapo.pt/desabafinho-226534
agora vêm estes
http://www.greenboots.pt/index.php/pt/
São botas alentejas, pá!
Todas as vezes que me cruzei com a "senhora" para quem trabalhei há dois anos e que ainda me está a dever quase todos os salários eu, educadamente, disse "bom dia" ou "boa tarde".
Devia era ter-lhe cuspido na cara, literalmente cuspido na cara.
Entro aqui, muito de vez em quando, para ler tudo de rajada, a medo.
E de cada vez, um arrepio atravessa-me de uma ponta do corpo à outra.
Um arrepio e uma vertigem, de frustração, de inveja, de maravilha.
Without any kind of resentment, using no such thing as irony what I feel is this: you kind of write funny stuff and they go and highlight a text where you admit you drank half a bottle of wine!
A propósito de um desabafo do M., perguntei-lhe como é que ele tinha aprendido a tocar guitarra.
Veio então o desfiar de memórias, que são dele, portanto não vou aqui espraiar-me. O que interessa para aqui é que começámos a lembrar uma época em que era preciso mandar vir pelo correio pautas e tablaturas.
" Eu e aquele e aquele mandávamos vir livros de pautas, 5 contos cada livro, já viste! e depois passávamos horas agarrados à guitarra...."
Era o tempo em que só havia o Blitz, formato jornal, que saía às quintas-feiras. "Lembras-te que naquela época, se queríamos saber alguma coisa sobre uma banda, mandávamos uma carta para o "alô alô D. Rosa" (eu creio que era assim que se chamava) e ficávamos semanas à espera?"
"Agora, vamos ao google e até a cor das cuecas dos gajos ficamos a saber..."
desde as 9.15 da manhã (são 13.35).
Achei que podiam achar interessante.
Não sei se elas têm alma de artista ou não, afinal, as crianças mudam muitas coisas de um dia para o outro e há sempre fases (é engraçado como as fases são sempre de "não", não querer dormir, não querer comer, não querer tomar banho, não querer ir para e escola... porque não "a fase de querer andar porco", por exemplo?)
Dizia eu, não sei se têm alma de artista, mas as miúdas cá de casa adoram dar espetáculos.
Esta noite fomos brindados com mais um. Mantiveram-nos fora do quarto para prepararem tudo e, quando pudemos entrar, à luz da lnterna, estava a Mr. em cima da cama, com um pano à volta do pescoço, lábios com gloss e um arco na testa. A Gr. esperava a ordem de entrada no palco (a cama), vestida de bailarina, com um gorro e luvas da iellou kity.
Fomos então brindados com um espetáculo de canto e dança, como já vem sendo habitual (aqui é que elas podiam ir variando). A Mr. cantou um bocadinho do tema "já passou" do filme Frozen, sempre olhando pelo canto do olho para a sua sombra na parede atrás, com um ar dramático de fazer chorar as pedras do passeio, a Gr. dançou e fez coro.
A mãe tinha emborcado meia garrafa de vinho ao jantar ria-se feita tonta com o ar de dama das camélias da mais velha e a mais nova irritada pedia pára mãe, o pai dava-me cotoveladas e depois acabámos todos uns em cima dos outros.
Não sei se foi do vinho, se das artistas, mas este foi o melhor espetáculo de 2015.
Quando a maria josefina diz ao seu homem, manel, que num certo dia quer forrobodó conjugal, o manel vai à sua vida e, à noite, quando chega à cama, atira-se para cima da maria josefina.
A maria josefina fica amofinada e manda-o dar uma curva. O manel não entende nada, vira-se para o lado todo lixado e adormece passados trinta segundos.
O manel não entendeu ainda que para a maria josefina os preliminares começam logo depois do anúncio de que quer forrobodó. Que para a maria josefina há todo um conjunto de acontecimentos que têm de ser postos em movimento pelo manel, que a maria vai criando um conjunto de expetativas às quais o manel teria de responder e não responde.
O manel não entende.
Mas a maria josefina tem culpa no cartório. É que ela, sabendo bem como funciona a cabeça do manel, nunca foi capaz de lhe dizer, ponto por ponto, o que espera dele, tal como lhe diz na lista de compras (pacote de leite meio gordo, com 30% de matéria gorda, sem lactose, da marca xpto, os pacotes azuis e cor de rosa; 1 frasco de champô de camomila, de 200 ml, da marca xyz, frascos amarelos com letras verdes...)
Este há-de ser sempre o problema base na vida do manel e da josefina: não por os pontos nos is.
E antes que pensem que este post é uma parábola sobre a minha vida, explicito que não, é uma parábola sobre a vida a dois de qualquer casal, seja ele "straight", seja "gay".
Quando somos pais e mães passamos para outra equipa, ainda que não o façamos deliberadamente. Ou então, se calhar é o mais certo, somos postos noutra equipa.
Esqueçamos os cafés, as saídas à noite, as festas da joana e da garagem, as corridas ou sessões de ginástica, as idas à manicure em grupo (existem, não existem?)
Primeiro não podemos ir porque o bebé está a dormir ou tem de tomar banho ou está doente, depois não podemos ir porque já nem fazemos parte dos planos.
Como se houvesse duas equipas a funcionar.
(estou com tpm, nota-se muito?)
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