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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Na quinta-feira passada, às compras no supermercado alemão que começa em L, acaba em dl e no meio tem um i, peguei numa embalagem de gel sanitário com líxívia que estava danificada. Sem eu dar conta, enchi-me daquela porcaria, que me danificou as sapatilhas que o M. me deu este natal.
Fiquei tão abananada com a situação e com o cheiro que toda eu exalava que pousei o carrinho e vim a casa tomar um duche rápido (moro a um minuto da dita loja). Quando regressei (uns 10mns depois) o carrinho e a embalagem danificada ainda estavam como as tinha deixado e fui à procura do chefe ou da chefe de loja. Contei-lhe o sucedido e preenchemos uma espécie de relatório de ocorrência. A minha sapatilha do lado esquerdo estava danificada e e queria que a loja, de alguma forma, assumisse a responsabilidade. A senhora foi muito prestável e disse-me que sim senhora, que comprasse uma novas com fatura em nome da Lidl, levasse as velhas e a loja assumia.
Aproveitei a ida ao norte para dar um salto a um outlet na Póvoa de Varzim, comprei umas sapatilhas novas, pedi fatura com nº de contribuinte da loja e hoje de manhã lá fui eu.
A senhora ficou-me com as sapatilhas velhas e com o talão e disse-me que agora a empresa tinha de acionar o processo.... estou aqui a pensar que, provavelmente, vou ficar sem as sapatilhas que o M. me deu, que apesar de manchadas ainda davam para calçar e vou ficar com menos dinheiro na conta e que, se calhar, a cadeia de supermercados alemã perdeu uma grande cliente.
Às vezes, o tempo é contado ao segundo.
Acordamos e saímos da cama, não nos tocamos exceto nas ombreiras das portas, entre uma divisão e outra, cada um entregue aos seus afazeres matinais. Depois, saímos de casa, encostamos os lábios e dizemos adeus, faço-te uma festa na cara e tu no meu cabelo.
Às vezes, só há tempo e espaço para uma breve conversa por telemóvel, uma troca breve de "tudo bem? sim e tu?"
Às vezes, não te vejo à luz dia.
Mas, à noite, quando chego à cama, ainda que estejas mais a dormir do que acordado, o teu braço quente procura-me e puxa-me para ti. Encostas a tua cara ao meu pescoço e sinto o teu cheiro. Ficamos assim e sei que apesar do tempo contado não permitir mais, o tempo somos nós que o fazemos.
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