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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Não tinha saudades disto, de estar aqui sentada à mesa, sozinha, agarrada a uma sande de restos.
Preferia ter posto a mesa e estar agora à espera do M. e da Mr. para almoçarmos os três, já que a Gr. regressou à escola mais cedo. (mas todos os dias chora e agarra-se ao meu pescoço... ai, coração sofre...)
A ideia era simples e de concretização fácil, rápida e económica: um picnic partilhado surpresa, com a família toda. Foi o que idealizei para surpreender o M. no dia dos seus 38 anos, ontem.
Aproveitava a ida ao norte porque tinha peça de teatro e surpreendia o marido.
Mas....
a peça foi cancelada, o sábado correu mal, o homem estava com um humor de cão e trocou-nos as voltas todas. A Mr. ia desvendando o segredo à hora de almoço e foi preciso arrancá-la da mesa para a fazer calar.
Durante a tarde de sábado ainda havia pessoas a perguntar "como é que é? sempre há picnic?" o que nos fez levar aos mãos à cabeça e imaginar cenários de festas vazias de gente.
À noite, o homem devia ter saído para nos dar tempo para fazer uns petiscos, mas ficou em casa.
Na manhã de ontem, dei-lhe rédea solta para ele ir divertir-se na feira da ladra e o homem não queria ir. Mantas para guardar, petiscos para fazer, malas para preparar e o tipo não me desamparava a loja.
A Titi já estava no sítio, a garantir que havia mesa e liga-me: hoje é dia de leilão e bombos aqui no parque.
Finalmente o homem decide ir divertir-se, mas não espera pela boleia, deixando-me sem carro para eu ir para o parque, para onde ele ia ser convenientemente levado.
Uns milhares de telefonemas e de SMSs depois, lá estávamos nós no parque à espera que o aniversariante chegasse, com tudo preparado.
Quando lá chegou ficou com ar aparvalhado. Só quando gritámos "parabéns!" é que percebeu que aquilo era a festa dele. E foi gira, a festa.
Muita comida e muita bebida, crianças a correr cá fora e crianças a correr em barrigas, muita conversa e a despedida em grande das férias.
Hoje é o 1º dia de aulas.
Manuais encapados (13 livros, senhores, 13 para o 3º ano de escolaridade!),
todo o material comprado e etiquetado (e é muito),
cartão da escola carregado com dinheiro para os almoços da próxima semana,
roupa e calçado pronto.
Cérebro preparado para o início de mais um ano deseducativo.
"Eu não quero ir para a escola!" Berra a mais nova.
E agarra-se às paredes, como se a levassem para uma sala de tortura.
Agarra-se à cadeira do carro, à porta, esperneia e agarra-se ao nosso pescoço quando já estamos dentro da sala.
Antes, no percurso entre o carro e a escola, somos olhados com um misto de pena e de espanto.
"Porque é que não queres ir? Não gostas da S.? Não gostas da M.? Elas são más? Os meninos batem-te? O almoço não é bom?"
"Não quero dormir a sesta!" Berra.
Mas, à hora da sesta, deita-se, muito normalmente e parece que não houve cena de faca e alguidar para sair de casa, do carro, para entrar na escola...
O pai fica muito mais perturbado do que a mãe, possivelmente porque é a mãe que a vai buscar e quando chega, a miúda anda muito contente a brincar e muito contente vem ter com a mãe.
De qualquer forma, são cenas que nos deixam os pelos dos braços arrepiados.
A esperança é que, com o início da escola da mais velha, estas cenas parem.
Ontem comprei requeijão para comer com doce de abóbora. Não havendo doce "a sério", comprei um frasco.
À sobremesa do jantar de ontem, em casa da R. e do R. toda eu era água na boca. Assim que provei "a sobremesa" as minhas papilas gustativas revoltaram-se. Não era nada daquilo que elas estavam à espera. Aquele doce era mau, mau, depois de se provar o da minha mãe.
Acabámos por comer o requeijão com mel do Algarve.
Hoje, perante um pacotinho de requeijão que sobrou, decidi-me a reproduzir o doce da minha mãe.
A cozinha cheira a canela e açucar amarelo.
Estes vaipes culinários são típicos desta época do ano. Ainda bem que, mais tarde ou mais cedo me passam, porque se não, eu não passava nas portas.
No frigorífico já canta o horário do M.
Na sexta estará o da Mr.
Falta lá o meu. Terei horário para pôr no frigorifico?
Que merda de ansiedade.
Comprou uma guitarra elétrica à medida das miúdas. O amplificador já cá andava.
Há concerto com distorção todos os dias. Muita distorção!
Dá-se início àquela coisa parva de aguardar ansiosamente pelos fins de semana, que passam parvamente rápidos de mais e durante os quais não se faz nada de jeito.
Será isto até às próximas férias, daqui a três meses. Dói ver isto registado: 3 meses para as próximas férias.
Como ganha a vida o Casal Mistério?
Quando for grande quero ser uma Ela.
Nem preciso de estar casada com um Ele, que por acaso estou, dadas as minhas tendências heterossexuais.
quem gosta dos domingos.
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