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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Pára de engolires o ranho, vai-te assoar.
Não faças isso, toma um lenço.
Sabes o que estás a fazer? estás a comer o teu ranho!
Olhos esbugalhados! Incrédulos.
Pai desenvolve: engolires assim o ranho em vez de te assoares é igual a assoares-te e a seguir lamberes o ranho que está no lenço e engolires. É isso que andas a fazer!
Ela engole em seco e pede um lenço.
Nunca mais mandou nada lá para dentro.
Os lenços enchem os caixotes do lixo cá de casa.
domingo.
pijamas.
o quarto delas em pantanas.
lenços ranhosos no balde do lixo.
o céu cinzento.
o quarto delas em pantanas com elas lá dentro, ranhosas e tossidoras.
eu e a sala. às voltas na amazon, tento encomendar o mesmo livro pela terceira vez.
o cinzento da rua.
o marco no banho e eu quero café.
pijama.
O M. fez o jantar ontem, enquanto fui à aula de pilates. Senti o cheiro assim que entrei em casa. Cheirava bem. O M. cozinha bem, embora cozinhe pouco.
Começou logo, como é frequente, a queixar-se de que estava uma porcaria. Ignorei-o e meti-me num duche rápido. Um dos músculos da perna esquerda pedia água quente e eu fui fazer-lhe a vontade.
Sentámo-nos à mesa e ele manteve o discurso do está uma porcaria. Servi-me antes de todos e comi. Estava bom, muito bom e comi que nem um alarve, uma alarve será mais correto.
O M. cozinha muito bem.
Mr. e Gr.,
estes são os dias em que cada uma de vocês tem um "laboratório" no quarto.
Não sei que experiências fazem lá, cada uma no seu, mas são consumidoras ávidas de papel, que vos serve para desenhar, rabiscar coisas indecifráveis e deixar recados cheios de erros na porta.
Não sei que experiências lá fazem, mas exigem da Mr. um computador, onde batendo nas teclas com toda a força, regista "coisas" e fazem com que a Gr. exija o seu, para poder fazer as suas experiências. Já te disse hoje de manhã, Gr., que podemos pensar num computador para ti nos teus anos, mas tu achas que falta muito tempo.
Estes são os dias em que tu, Gr., perdes os resquícios de bebé que habitam em ti. Já sabes dizer os "eles" todos, já não dizes besgoto nem cristório. Mas insistes em que te limpe depois de ires à casa de banho e insistes em que te ajude a vestir.
São os dias em que tu, Mr., por vezes, tens lampejos de que é duro crescer "eu queria voltar ao jardim da isabel, lá não tinha de estar sempre a fazer trabalhos para a escola, lá só brincava" dizes tu.
São os dias em que percebo que tenho de acalmar este meu peito cheio de ansiedade e vou fazendo por isso, mas duvido que consiga sem ajuda externa, venha lá de onde vier.
São os tempos de crescer para dentro.
Eu queria que viesse uma rabanada de vento qualquer que me levasse para outro local, outra forma de vida, a mim e aos meus.
Não precisava de ser uma rabanada de vento físico, nem furacão, nem ciclone, nem merdas más (pleonasmo fenomenal).
Era uma rabanada na cara que me alterasse as geografias.
Há dias difíceis e épocas difíceis para quem tem um blog. Ser capaz de, todos os dias, ver nos encontros e desencontros do dia, nas tarefas e pequenos nadas algo para contar ou contar esses desencontros e pequenos nadas com graça suficiente para alimentar o bicho (leia-se blog) é tarefa árdua.
Há dias em que me apetece mandar isto às urtigas e começar outra coisa qualquer onde escreva sem constrangimentos, mas sinto esta coisa como parte de mim e da família que constituí com o M.... deixar isto ao abandono seria como deixar por aí perdido um álbum de recortes da minha vida, todo legendado.
a todos os blogs que me informam do facto de hoje ser segunda-feira.
Na cozinha, a mãe faz o almoço. Entra a mais nova, dá uns quantos saltos (salta muito na cozinha, esta minha mais nova), diz "sabes, gostava que o calendário do advento nunca acabasse", dá uma volta à mesa e põe-se na alheta.
O calendário pode ter sido um fracasso sob determinado ponto de vista (não se fez metade das atividades), mas está provado que é realmente necesssário.
Fica também uma mensagem aqui para os pais da casa: há que continuar a inventar coisas para fazer em família.
Há as tartarugas ninja e depois há as tartarugas minja. Gosto mais destas.
Mantém-se a árvore de natal, quase até ao carnaval.
(não é preguiça, não senhores, é tradição do mais alto nível)
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