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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
O M. fez anos na terça feira.
A prenda que lhe demos foi uma viagem ao Funchal no carnaval. Ele sempre desejou (muito secretamente, claro) ver o Sr. Alberto João Jardim desfilar em trajes menores.
Havia alguém da Madeira que lia as baboseiras que escrevo. Será que ainda anda por cá?
Quando eu era pequenina (leia-se sem filhos), o meu frigorífico tinha ímans giros, maioritariamente de sítios que os meus amigos visitam.
Agora, tenho ímans, os mesmos e mais alguns para segurarem todos os papéis que vêm das escolas das miúdas e que temos de ter sempre presentes, mais os nossos. A porta do frigorífico mal se vê e os ímans idem aspas.
As aulas estão alinhavadas. Dentro do possível, com crianças que não sabem nada e outras que sabem. Respira, que hoje podes. Respira fundo.
Eu também posso fechar escolas!
Posso fechar a escola da Gr.
Onde já se viu ela ser incluída numa turma com meninos do 2º ano?? É inadmissível!
Posso fechar todas as escolas onde vou dar aulas.
Onde já se viu porem-me, como professora, a dar aulas a turmas com dois anos diferentes? É inadmissível!
Os dois primeiros dias de escola correram bem.
A Gr. veio contente, ainda sem perceber muito bem o que anda a fazer na escola nova. Nem nós conseguimos. Não somos capazes de lhe arrancar nada. Ou porque já se esqueceu ou porque não sem lembra.
A Mr. trouxe logo trabalhos de escola. Há que manter a tradição.
No fim de semana, fomos levar a Gr. a um treino de patinagem artística. Por sugestão da psicóloga que a avaliou antes da entrada no 1º ciclo e das educadoras, convinha que ela frequentasse uma atividade desportiva que incluisse trabalho de equipa. Futebol e desportos de bola não têm nada a ver com a miúda e alguém se lembrou da patinagem. Ela gostou, especialmente das capas cor de rosa vivo que cobriam os patins e lá andou, satisfeita.
A Mr. não quer continuar na natação, com grande pena nossa. Vamos satisfazer um pedido que já tem anos: a dança.
A mãe foi a uma das escolas que lhe calharam na rifa e já conheceu duas turmas. A mãe confessa que já sentia saudades de dar aulas aos mais putos. A mãe confessa também que já passou a tpm (cabra!).
Vamos ver como corre hoje, na outra escola onde a colega gentilmente me mandou à minha vida.
Hás-de perdoar-me esta lamechiche, eu que nem sou dada a lamechiches, exceto as que me acometem em plena TPM ou depois de três ou quatro copos de tinto bem cheios.
Hás-de perdoar-me o ter vindo para casa em lágrimas, o eu descer as escadas já com lágrimas a descerem pela cara e sem óculos de sol, caramba.
Hás-de perdoar-me, porque, sabes, estou em plena TPM (não, não bebi 3 ou 4 copos de tinto) e o que os olhos nâo veem, o coração não sente e tu não viste. Eu saí do corredor da tua sala e só depois é que as putas das lágrimas começaram a correr e eu sem óculos de sol, caramba!
Foi muita confusão para mim, também não vou muito à bola com confusão, sabes... ter de me despedir de ti no corredor, e mandar-te entrar na sala, depois ficar ali a ver os pais que teimavam em ficar por ali, enquanto ias para o lugar, ver-te com o olhar perdido, ouvir os berros do menino com grandes necessidades educativas ao colo da mãe, ouvir a funcionária "os pais têm de ir embora, os pais têm de ir embora!" e olha, fui embora. Hás-de perdoar-me o estar aqui a desejar que cheguem depresssa, muito depressa as quatro, para te ir buscar.
Que eu imaginei calma e doce e as gajas estão a boicotar-me tudo. Tudo normal, portanto.
Altas instâncias deram-me indicações para ir, hoje de manhã, à escola onde terei aulas às quartas de manhã. Hoje é dia de
rece(p)ção aos pais e encarregados de educação - "Ficas a conhecer as titulares, o espaço, os pais e os miúdos." Eu fui.
Cheguei um bocadinho antes da hora marcada, já adivinhava o que se seguiu:
- entrei, só estava, ainda, uma das colegas.
- Apresentei-me à colega e à única funcionária.
- Fiz algumas perguntas pequeninas de resposta rápida.
- Começaram a entrar pais na sala.
- A colega, gentilmente, apontou a sala vazia mesmo ao lado.
- Na sala vazia, fiz mais uma pergunta de resposta rápida.
- Na sala vazia, enquanto a outra se ia enchendo de pais, a colega, gentilmente, apontou-me a porta da rua.
- Eu saí.
Provavelmente, daqui a uns dois mesitos estarei a rir-me do estado em que me encontro agora: estou completamente bloqueada! Não consigo planear uma só aula, nem uma! Tudo porque este ano vou ter grupos de dois anos diferentes na mesma sala, com dois manuais diferentes e eu não sei trabalhar assim, nunca trabalhei assim e NÂO quero trabalhar assim.
Eu sei lá como vou fazer!
Por isso, em vez de estar a olhar para os manuais e seus acessórios (tanto acessório, caramba) já organizei os materiais todos das miúdas, já estendi roupa, já guardei roupa, já li metade da blogosfera, já fiz tudo menos aquilo que realmente preciso de fazer: planear aulas!
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