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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Sabes aquilo de quase tudo ser um drama? aquilo de à mínima contrariedade ficares insuportável? herdaste de mim...
Sabes aquilo de estares sempre a queixar-te de tudo e de veres um mas sempre em tudo? herdaste de mim...
Sabes aquilo de seres muito expressiva e de falares muito alto quando estás excitada? herdaste de mim...
Sabes aquilo do evil eye que me fazes quando estás zangada (e andas muito zangada de há uns tempos para cá)? não sei de quem herdaste isso, mas já aprendi a desmontá-lo.
No início fazia-te cara feia e respondia-te na mesma moeda, má, cara fechada, mau humor, como se o teu evil eye fosse um ataque pessoal (que não é). Agora, faço-te rir, sem te deixar embaraçada, faço-te rir e o evil eye transforma-se em gargalhadas deliciosas e é varrido para debaixo do tapete.
Quem me ouvir, há-de pensar que perdi o juízo, mas estou só a estudar o texto da próxima peça, que estreia em março.
E então, como corre?
Mal.... Ensaiar sozinha é uma bosta!
Estou grata. Pelo sol e pelo café que tomei antes de sair de casa. Pelas pequenas coisas. Todos os dias são dias de agradecer pelas coisas pequenas.
Levei muito no cabeça, estes dias. Acho até que fui bloqueada de alguns sítios.
Queria escrever só o que me apetecesse e quando me apetecesse verdadeiramente e sem filtros nenhuns, por isso, num sábado à noite, privatizei o sítio, como disse a uma amiga "dei uma de governo de direita", sem pensar muito no assunto.
Não escrevi feita uma doida, mas escrevi apenas o que sentia e sobre cenas que só a mim dizem respeito, questões que me afetam, mas que não sinto que deva partilhar por serem muito íntimas.
Como só me apetecia escrever sobre essas tais questões, sem pensar muito, fiz deslizar o botão do público para o privado. E as pessoas que me são queridas e que vêm aqui uma ou outra vez por semana inquietaram-se. Porque gostam de me ler, porque gostam de saber como correm os nossos dias, porque gostam de ler sobre as miúdas. Por elas, volto a deslizar o botão, desta vez no sentido inverso.
Os tais posts íntimos cá estão, só para mim. E hão-de continuar a aparecer só para mim, em conjunto com os outros, que todos podem ler.
Adeus modo privado.
quem a vir e ouvir nas brincadeiras e jogos de faz de conta diria que vê telenovelas, principalmente as da TVI, diria que sabe o que são "iutibers" e que vê outro tipo de programas não aconselhados a miúdos de oito anos, pelo menos sem supervisão parental. É ouvi-la dizer coisas como: "mas meu amor, eu amo-te, não me deixes!" ou "olá maltinha", enquanto se filma com o telemóvel da mãe e, ontem, no banho, um gritinho agudo "ah, mr. vi as tuas partes." (quê????, partes, onde ouviste tu essa expressão? de onde veio isso?)
Na verdade, não vemos telenovelas cá em casa, a mais nova não sabe o que são "iutubers", mas passm muito tempo, é um facto, a ver a porcaria do cartoon network. E que porcaria que aquilo é. Não há um único desenho animado que não viva das novas (não sei porque ainda lhes chamamos isto, se calhar, somos só nós, os velhos que ainda dizemos novas) tecnologias, que não dependa de vídeos, de jogos online, de situações ligadas à internet. As personagens são criaturas estranhas (fisica e metalmente), mistura-se desenho com imagem real, há coelhos que vivem com peixinhos de aquário, pássaros estranhos que coabitam com animais "indecifráveis" - aquilo é um ouriço ou um urso? - viaja-se no tempo, fazem-se corridas na vertical, raptam-se professores para obter a oportunidade de repetir testes e exames, cantam-se coisas como "os alunos são muito chatos e a escola está cheia de ratos"... só para dar alguns exemplos.
Outro facto é que mesmo sem terem telemóveis com ligação à internet, não controlamos o que fazem na escola com os colegas que têm, não sabemos que vídeos veem, que interpretações fazem da merda toda que veem, e se há merda é na internet, se há gente estúpida e ignorante é no youtube. E nós (falo de nós aqui em casa, não de um modo geral) não controlamos nada. Para já ainda nos contam se perguntarmos ou por iniciativa própria. Mas daqui a uns dois anos, se tanto, deixarão de o fazer. E como ficamos nós (aqui em casa, vocês que dão telemóveis aos vossos filhos e permitem que façam o que bem entenderem com os mesmos, vocês, estou-me a cagar para vocês, na verdade não estou, na verdade gostava que a merda que andam a fazer com os vossos filhos só vos afetasse exclusivamente e não a mim ou às minhas miúdas, mas não, tenho de levar com a vossa falta de pensamento crítico e a vossa estupidez)?
Ficamos assim: tentamos que a supervisão, os exemplos que damos e a educação tenham algum papel.
Estou furiosa, sim, e possivelmente algo rude, mas cansa ver a forma ignorante como a minha geração está a educar os seus filhos.
tanto tempo sem pôr aqui as minhas letras e regresso para falar de morte.
nas férias de natal, tivemos a notícia da morte de uma pessoa que andou connosco na escola, um tipo da minha idade, um médico "hotshot", daqueles que na secundária tirava 20 a tudo (exceto educação física) e que já sabia o que ia ser quando fosse grande aos 4 ou 5 anos.
Morreu. Num segundo estava vivo, no segundo seguinte estava caído no chão, morto. A este tipo, da minha idade, já tinha morrido um irmão, atropelado,quando criança. A mãe destes dois filhos perdeu, portanto, dois filhos.
A gente evita pensar nisso, bola para a frente, que adianta ficar a pensar na arbitrariedade disto tudo? Nada! É andar, é andar, que atrás vêm outros.
Ontem, soubemos via telefone, da morte de outro tipo da nossa idade. É andar, é andar, que adianta ficar a pensar que não vale a pena nada?
Mas pôrra! Pôrra! Pôrra!
Ai, queria tanto pequeno-almoço na cama...
Este título é claramente uma paródia. De repente, as pessoas são umas atrasadas mentais que precisam de dicas para não ter frio quando os termometros baixam para menos de dez graus. Eu diria que roupa quente e bebidas quentes são a solução, mas aparentemente há mais para além disso.
Não ser, mas ter: calma.
Não correr da vida, mas correr na vida.
Não saber tudo, mas saber o principal. E o principal é ser.
Não ter.
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