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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
No dia da segunda audição de trompete a mais velha teve um ataque de histeria. O trompete entrou em colapso e deixou de tocar.
Eu não fui capaz de compor o trompete nem de acalmar a diva em plena crise existencial.
Na hora da audição, foi a única que tocou sem pauta e não falhou uma nota.
Ela deixa-me papelinhos na mochila a dizer i coração you e és a melhor mãe.
Aqui há uns dias a mula escreveu sobre o egoísmo das pessoas na ótica de funcionária de uma empresa que presta serviços por marcação.
Eu já ando aqui há uns tempos a moer sobre o egoísmo das pessoas, mas na ótica de uma pessoa, uma pessoa normal e minimamente civilizada.
Na vida em geral, está tudo virado para o seu umbigo e parece que há uma incapacidade de as pessoas levantarem os olhos e verem com olhos de ver as pessoas que estão à sua volta, de sentirem empatia, de pensarem naquela máxima de "faz aos outros o que gostavas que te fizessem".
No supermercado, quem está à frente na fila não é capaz de olhar para a pessoa que está atrás e só tem um pacote de açuçar, aquela senhora na lavandaria que não é capaz de pensar que é errado usar as duas máquinas de secar, aquele casal que acha que "pela mesma ordem" são só palavras vazias, o homem que estaciona às três pancadas e ocupa três lugares, o puto que não vê aquela senhora muito grávida e não cede lugar...
Merdinhas pequeninas, mas que fazem tanta diferença no nosso dia a dia, que nos fazem ter esperança na humanidade... eu ando muito desesperançada. (ou então estou há demasiado tempo nesta terra do oeste)
Ela é tão forreta que veio da kidzania com um maço de kidzos.
- "Só brincaste na farmácia e no supermercado?"
- "Para brincar tinha de gastar dinheiro e eu não queria."
O m. costuma ir para a cama depois de mim. Às vezes nem dou conta da sua chegada ao leito matrimonial, tal o meu estado de adormecimento.
No outro dia, levantou-se do sofá e largou o que estava a fazer, anunciando que ia para a cama porque estava cheio de sono. Eu fui também, sem estar cheia de sono.
Chegámos à cama, ele adormeceu. Eu... fiquei a olhar para o escuro, para o teto, que não via por estar escuro.
Arrependi-me de ter ido para a cama com ele, pois claro!
Fui para a cama com ele e na manhã seguinte arrependi-me. Ou melhor, arrependi-me pouco depois.
"Fizemos teste único, não tive nem ciências nem educação física, não nos avisaram. Podia não ter levado equipamento.... "
"Teste único?"
"Sim, todos os quintos anos fizeram o teste igual, à mesma hora."
Passei o último ano do curso e o estágio de forma intensiva a ouvir "o aluno é o centro, temos de nos adaptar ao aluno, temos de chegar ao aluno". Passei esses dois anos a levar com as teorias dos diferentes estilos de aprendizagem, a levar na cabeça todos os dias porque "não chegaste ao aluno, estas fichas não têm exercícios para os aprendentes cinestésicos..."
E agora, anda esta malta a fazer testes iguais para todos, em nome de umas supostas objetividade e justiça.
Até para as minhas diferentes turmas tenho dificuldade em fazer testes iguais, porque elas são diferentes, têm ritmos diferentes, aprendem de forma diferente, logo a minha abordagem dos mesmos conteúdos é diferente, como é que esta malta consegue fazer testes iguais, iguais? Como? Ninguém protesta? os colegas andam a dormir?
Recuso-me! Eu sei o que estou a dar aos meus alunos, mais importante: eu sei como estou a dar. Aquele teste que aquele professor fez a pensar na turma dele não serve à minha ou aquele teste feito em modo retalho, com uns exercícos daquele professor e outros exercícios de outro não passa disso, uma manta de retalhos.
Recuso-me. E faz-me urticária que as minhas miúdas andem a ser sujeitas a esta merda desta pedagogia da treta, ainda mais quando a palavra "flexibilização" anda por aí nas bocas de tudo o que é diretor. Parece que andamos sempre a brincar ao ensino, foda-se!
Stephen Hawking is dead.
Ela quer uma festa com unicórnios.
Depois de termos esgotado tudo o que é T-shirts, cadernos, autocolantes, pantufas, pinipons, peluches com unicórnios de primarks e lidls ela ainda quer unicórnios na festa!
Eu vejo aquelas fotografias com decorações fofinhas, lindas, perfeitas, cheias de cor, perfeitamente ordenadas, coordenadas, organizadas e tenho muitas dúvidas.
A canalha chega ali a mesinhas destas
E que faz? dez, quinze miúdos, suados, elétricos à volta de uma mesa assim?
Miúdos que gostam de mamar gomas e batata frita e ala para mais brincadeira?
Por isso, tenho muitas reticências em fazer produções destas. Por isso e porque, sendo eu a fazer, sai mais depressa algo do género
(Fotos sacadas da net. sem pedido de autorização)
Comé? Dispo o pijama e vou estender roupa ou cago nisso, sr. sol que está para aí a dar um ar da sua graça?
Comé?
Ser adulto é tão bom. Ser adulto e responsável por uma casa ainda melhor.
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