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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Oz.
Que chegue depressa a paz. Já não a vais ver.
Agora é esperar que eles se tornem realidade.
Feliz Natal.
És o meu marido, eu disse, mesmo antes de adormecer, a minha mão a chegar perto da dele, num toque só, de dedos.
É, às vezes ainda me causa espanto.
Vieste de mansinho e dançaste comigo o last christmas
fizeste-me entrar no natal
pela porta grande
obrigada
dançámos juntas enquanto eu me vestia para ir para a ginástica
fazemos isso muitas vezes e eu gosto tanto
que a nossa vida seja sempre uma dança
Já ouvimos histórias do natal de antigamente, quando a coca cola ainda não tinha inventado o pai natal barrigudo, já falámos com o menino jesus, para lhe contar as novidades desta vida, ouvimos música de natal enquanto jantávamos, partilhámos o que nos fez felizes naquele dia (a mim foi a temperatura exterior de vinte e poucos graus), já fizemos um vídeo a desejar feliz natal aos nossos amigos, que vai ser enviado no dia 24 (quem quer receber?) e, pasme-se, temos uma tenda montada no quarto delas. Ocupa o quarto todo e inicialmente era para ser o refúgio da mr., para ela adormecer sentindo-se protegida, mas tem sido o da gr. que dorme lá todas as noites (a mr na cama dela). É difícil fazer a cama, arrumar roupa e arrumar o resto, mas confesso que até a mim me apetece lá dormir.
Acho que temos tenda montada (em sentido literal) até janeiro.
Ainda não ouvi o last christmas....
Só por tua causa, até vale a pena o frio lá fora.
Como se não fossem suficientes as ferramentas que eles têm ao seu dispor para se magoarem, triturarem, torturarem e manipularem uns aos outros, ainda lhes damos telemóveis onde criam grupos de whatsapp, onde se incluem uns aos outros e excluem de forma aleatória ou com base nos seus preconceitos e ignorâncias típicas da idade, criando traumas pessoais e sociais cuja fatura nós, pais, vamos ter de pagar, mais tarde ou mais cedo.
Em psicólogos ou em mais culpa para carregar.
Tirem-lhes os telemóveis, pôrra!
O tio Pedro já anda há algum tempo a dar-lhes dicas no xadrês e neste fim de semana que passou o Rui esteve a jogar com elas.
O jogo com a gr. foi interrompido pela necessidade de ir dormir e continuou no dia seguinte, depois de ela já ter lanchado (um lanche bem farto). Pelos vistos, o lanche em casa não foi suficiente, porque depois de ganhar o jogo sentaram-na à mesa e ofereceram-lhe novo lanche que ela prontamente aceitou.
Quando chegou a casa comunicou que tinha participado de um lanche de idosos (os pais e a tia da rita).
Ontem, vinha a ouvir uma entrevista à Nelida Piñon e ela disse uma cena extraordinária, ou melhor, recordou uma coisa extraordinária que a mãe lhe tinha dito aos sete anos de idade: que ela, a miúda Nélida, era um ser muito inteligente, mas que não sabia falar. A miúda Nélida ficou a pensar naquilo, sem compreender exatamente o que a mãe queria dizer.
Então, a mãe explicou-lhe que o ato de falar era um milagre e que ela, a miúda, deveria lembrar-se disso de todas as vezes que quisesse fazer uso da capacidade de falar. Que falar sem ter a certeza de que se é compreendido é não saber fazer uso do milagre de usar a palavra.
E eu fiquei a pensar nisso. Porque não sei se alguma vez terei dito ou sequer se terei a sabedoria de dizer algo tão simples e tão verdadeiro a qualquer uma das minhas filhas.
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