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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Não admira que a roupa não seque. Se até eu me sinto constantemente húmida.... (no sentido literal... será que esta explicitação piora as coisas?), se até a mim me apetece pendurar-me pelas orelhas num estendal ou, quiça, enfiar-me numa máquina de secar roupa...
A preguiça para sair de casa e ir às aulas de ginástica anda cá pelo corpo. Já pensei em mandar o exercício às urtigas. O meu marido há-de gostar de mim gorda e flácida, pelo menos assim jurou no altar, se é para a saúde e para a doença, também há-de ser para a gordura e magreza.
O problema é que depois passo eu a não gostar de mim ou a gostar ainda menos de mim e isso é que era mau.
Por isso, vou arranjando coragem para sair de casa e me meter lá naquela associação duvidosa onde duas vezes por semana entrego o corpo ao manifesto (toma lá, duas insinuações de âmbito sexualmente duvidoso no mesmo post, estás bonita, estás!)
As miúdas andam na vidinha delas e isso é bom, chato é termos de ser nós a conduzi-las, e digo isto em sentido figurativo E literal, porque elas ainda não têm carta e as distâncias mais a chuva que cai não se compadecem com idas e vindas a pé.
E eu disse que isto eram retalho e não menti. Agora, vou corrigir trabalhos.
A gente levanta-se às sete da matina, a gente mete-se no duche ou não porque a preguiça é de mais ou afinal a gente não saiu da cama de facto às sete da matina e agora já não há tempo para duches, a gente vai para a cozinha e ainda está escuro, ainda é de noite, pronto, é de noite! e começa a preparar a comida para as pessoas que ainda estão na cama, leite para aqui, pão a descongelar ali, água a aquecer na cafeteira elétrica, o aquecedor a bombar porque está frio e os pés estão gelados e as mãos estão geladas e a alma está gelada, porque são sete da manhã e está frio e ainda é de noite! e os pés estão gelados!
A gente, dizia eu, levanta-se às sete e trata das comidas, trata das filhas, ralha com as filhas que vêm para a cozinha descalças, descalças! mete-lhes as comidas à frente, mete-lhes comidas nas lancheiras, envia-as para o quarto para as ajudar a enfiar as roupas nos corpos, enfia-as no carro e despeja-as na escola uma hora e meia depois e já é dia, mas o frio continua, se calhar a alma já não está assim tão fria, porque as tarefas que enfrentou anteriormente lhe deram algum calor, mas....
mas....
mas a pôrra dos pés continuam frios e assim hão-de permanecer o resto do dia! embora já seja dia e até as mãos já tenham alcançado um certo nível de quentura.
Os pés é que não. Não, os pés não.
Que belo dia para uma balda às aulas: céu cinzento, chuva miudinha, frio...
Que chato que sou adulta responsável.
Antes das férias do natal ganhei coragem estupidez e marquei uma sessão de depilação ou epilação qualquer coisa assim, das sobrancelhas, com linha.
Marquei, precisei de coragem, porque quando marco uma coisa não sou de desmarcar ou não aparecer sem dizer água vai, e evitei pensar no assunto. Bola para a frente.
Quando chegou o dia, fui, porque não sou de desmarcar ou não aparecer sem dizer água vai. Fui, às nove da matina, no meu primeiro dia de férias, o que é só mais uma prova de como sou corajosa estúpida.
Dentro do gabinete da raquel, que é assim um sítio espaçoso e claro, agradável à vista, para a malta não pensar naquilo como é na verdade (um espaço de tortura), a mesa marquesa estava pronta para me receber. Não sei bem porquê, porque já tenho idade para saber que nem tudo o que se faz deitado é bom, especialmente numa marquesa de esteticista, fiquei uns segundos feliz pela decisão de ter marcado aquilo. Foram uns breves segundos, porque depois lembrei-me de que, claro, NADA do que se faz numa marquesa de esteticista é agradável. No entanto, deitei-me, minimamente esperaçosa de que fosse minimamente suportável.
Por breves segundo, porque entretanto a raquel mandou-me pediu-me que repuxasse a testa e a cara ao mesmo tempo e sacou da linha. Portanto, aquilo ia ser assim: não só ia ser torturada, como ainda tinha de colaborar diligentemente no ato de tortura sob pena de ficar sem olhos.
Assim que a raquel sacou da primeira puxada de fios quis morrer, eu, não ela. Ela ficou a apreciar o meu misto de susto, incredulidade e dor avassaladora, o choque.
E assim foi, durante uma boa meia hora, talvez mesmo quarenta e cinco minutos: susto, incredulidade e dor avassaladora, não necessariamente pela mesma ordem.
Saí, mais linda, apenas sutilmente mais linda porque ninguém deu pela diferença (só o M.), nem mesmo aquela que um dia disse que eu tinha monocelha e a principal responsável por eu ter ido cometer aquela atrocidade conta mim própria, saí, escrevia eu e pensei: nunca mais, pá! nunca mais.
Agora, mais de um mês depois, olho-me ao espelho e vejo os estupidozinhos dos pelinhos a aparecer, espalhados, pintelhadinhos e penso: vais ser corajosa mais uma vez, estúpida! estúpida! e vais marcar outra sessão. Toma que é para aprenderes!
Já desmontámos a árvore de natal, comprei um bolo de rei em saldo de propósito para torrar no forno mas nem assim consigo gostar de fruta cristalizada. Não conheço ninguém que goste de fruta cristalizada, mas parece que bolo rei sem ela não é bolo rei. Já vieram as datas de testes da mais nova, até os de inglês, mas eu ainda não marquei os meus, as ementas semanais estão cheias de falta de imaginação e de vontade, o frio come-me os ossos a roupa para lavar cresce no cesto o calor de casa vem da lareira e dos aquecedores mas às vezes está-se melhor na rua. As definições do blog estão todas malucas, não sei que fiz, mas a vontade de sair desta plataforma é cada vez maior. pareço incapaz de alinhar ideias com conectores no sítio, estabelecendo ligações de causa, efeito ou seja lá o que for. preciso de dormir mais horas. O texto aparece-me todo corrido na mesma linha, não tenho os botões de alinhar à direita, esquerda ou justificar, não sei se fiz algo de errado para os fazer desaparecer ou se o sapo está contra mim.
acender a lareira
foi um erro comer tudo o que comi
foi um erro vestir um par de calças suaves e fofas
foi um erro ter calçado as pantufas.
Quem é que agora vai sair de casa para ir mexer o corpo numa sala gelada, cheia de mulheres rezingonas?
Este ano, o meu contacto com os parasitas capilares é diário.
Eu olho para as cabecitas dos miúdos e vejo tudo infestado de lendêas. Vou começar a usar uma touca de banho e um gorro na cabeça nas aulas.
A mais velha, por sua vez, tem trazido para casa uma dose de dois em dois meses.
Meus amigos: os produtos não são 100% eficazes. Entre o primeiro e o segundo tratamento (cerca de uma semana, dez dias), é preciso passar-lhes o pente metálico TODOS os dias, para verificar se ainda há piolhos e tirar o máximo de lêndas possível.
Liguem-se ipads, canais pandas e cartoons networks o que for preciso, mandem vir pizzas, porque o tempo que medeia entre a chegada a casa e a ida para a cama será para passar cabelos a pente fino.
E tenham sempre em casa algum champô ou loção, para não perder tempo a ir à farmácia.
Parece-me que as escolas não estão a levar a sério o problema. Os miúdos que têm piolhos deviam ser impedidos de ir à escola! A ver se a malta não começava logo a fazer os tratamentos certinhos!!
Seremos sempre mães e pais de primeira viagem.
Porque eles são diferentes uns dos outros, porque as várias idades vão trazendo fases, como eu gosto de lhe chamar, porque eles e elas registam as coisas e processam de forma diferente, porque ainda que desejemos ser iguais e atuar de forma semelhante com os nossos filhos, somos diferentes, vamos constantemente em busca de adaptações, correções, eu sei lá.
Seremos sempre pais em construção e é assim que tem de ser.
foi o que ela me disse, depois de me fazer confirmar que eu estava triste pela ti ci.
"É a vida e a morte, mãe".
Por baixo desta notícia , uma chusma de comentários apelida de idiotas e outros nomes ofensivos sempre a subir na fasquia do bom português, o grupo que se formou para ajudar os brasileiros que tiverem de sair do Brasil por causa do "bolsonarismo".
Idiotas, mas idiotas de tão burros e estúpidos que são, são esses comentaristas, que não percebem que as coisas acontecem assim:
"Quando os nazis vieram buscar os comunistas,
eu fiquei em silêncio;
eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu fiquei em silêncio;
eu não era um social-democrata.
Quando eles vieram buscar os sindicalistas,
eu não disse nada;
eu não era um sindicalista.
Quando eles buscaram os judeus,
eu fiquei em silêncio;
eu não era um judeu.
Quando eles me vieram buscar,
já não havia ninguém que pudesse protestar."
Martin Niemöler
E um dia, virão por eles também, esses ignorantes, cambada de ....
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