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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Eu não sei dançar a valsa, disse-me ele baixinho.
Não faz mal, eu respondi. Dançamos outra coisa qualquer.
E dançámos um bocadinho, ali, os dois, coladinhos.
Não sei que dança era, se era tango, se era salsa, mas estávamos no mesmo salão.
Estava difícil pôr a mais nova a ler. Tal como fiz com a Mr. nunca a obriguei a pegar num livro. Fui fazendo pressão, pouquinha, fui pondo livros no meio do caminho, mas a miúda não tinha interesse nenhum (nada de mais, a mr também demorou a ainda agora é preciso forçar um bocado a barra).
Entretanto, na escola, uma miúda apareceu com um livro de BD que metia um unicórnio. Tudo em tons de rosa, como a chavala gosta e aquilo deixou-me interessada.
Na última ida àquela grande superfície comercial que começa em F e acaba em ac, comprei-lhe o primeiro da coleção. Já vai a mais de meio. E é muito gira vê-la concentrada, com a cabeça mergulhada no livro.
Estou também a dever dinheiro à Mr. porque subornei-a para ler um da Alice Vieira e ela já vai para o segundo, tendo gostado do primeiro (Paulina ao piano).
Não me lembro de alguma vez ter sido subornada pelos meus progenitores para ler, mas ei! vale tudo na guerra a favor da aculturação das camadas mais jovens!
A máquina da roupa morreu.
Há qualquer coisa de positivo em não ter de andar a enfiar quilos de roupa naquele tambor, que depois tem de ser estendida, eventualmente apanhada, dobrada e arrumada nas gavetas e armários. Não fosse o facto de brevemente não ter cuecas lavadas até me deixava ficar assim, sem máquina de lavar. Que liberdade esta de não ser escrava da roupa. Na volta, partia-se tudo e avariava-se tudo, até o telemóvel. Vou pedir ao conan para vir cá estilhaçar o meu.
não sei por onde é que andamos os dois, às vezes, que parece que não andamos juntos
saímos e regressamos a horas desencontradas
quando eu saio, tu ficas
quando eu volto ainda não vieste
quando regressas eu já não estou
que bela merda de dança andamos os dois aqui a valsar
tu num salão
e eu noutro
Oh, the deceiving smell of Spring....
que me perdoe o paterfamilias, mas isto na língua de Camões não teria o efeito de aliteração pretendido...
a não ser que fosse qualquer coisa do género:
ah, o erro de pensar que é primavera...
que não tem o mesmo ritmo nem a sibilação da língua dos bifes.
Quando decido fazer dieta, o meu apetite aumenta exponencialmente e só me apetece comer porcaria.
No início desta semana decidi que ia reduzir a quantidade de pão que ingiro, que ia beber muita água, que ia comer poucos hidratos e tal e tal.
O que comecei logo, logo a sentir? Fome! Muita fome! Parvoeira de cérebro! Prendam-no numa prisão de alta segurança, se faz favor.
Na senda do uso de telemóveis (smartphones) na escola, dou por mim a pensar: será que estas questões só me perturbam a mim, será que para a maioria dos pais é ponto assente que os filhos andem sempre de telemóvel, será que sou só eu que acho que os pais devem "invadir" a privacidade dos filhos para controlar o que andam a ver e a fazer?
Aqui há uns tempos, numa reunião de pais, uma mãe disse qualquer coisa como: se a escola proibisse os miúdos de trazerem telemóveis é que era bom...
Sem pensar muito, respondi assim um bocado à bruta que nós (pais e mães) é que tínhamos de os proibir ou não de levar o "bicho" para a escola, que esta nem sequer tem condições para levar a cabo proibições desse âmbito. Creio que o que a senhora queria era ficar livre da culpa e do peso de ter de ser ela a impor essa proibição, seria muito fácil passar a batata quente à escola.
E pumbas! lá vêm os meus debates interiores: nós pais é que temos de ter espinha dorsal suficientemente dura para, uma vez acreditando em determinado princípio, ser capaz de o levar até ao fim (com a devida sensatez). Ou não?
Depois, voltando à "invasão de privacidade": dou um smartphone ao meu filho apenas quando tiver plena confiança no uso que ele lhe vai dar ou dou-lho, cedendo à pressão que ele me faz (toda a gente tem menos eu!!) e porque é conveniente também para mim saber que ele está sempre contactável e depois coíbo-me de controlar, porque ah e tal, não quero invadir o espaço dele... ?
Não sei como pensarei daqui a uns três anos, mas para já defendo que nós pais temos o dever de "invadir" a privacidade dos nossos filhos. Serei uma besta?
Eram duas e pouco da tarde, toda a gente em aulas, inclusivamente eu. O meu telemóvel começa a acusar mensagens de whatsapp, mais do que o normal àquela hora. Discretamente dou uma olhadela. É o grupo da turma da Mr. (tadinha da menina, não tem telemóvel... para estar incluída no grupo deu o número da mãe, tadinha...). São duas e pouco da tarde, toda a gente em aulas e uns quantos caramelos e caramelas, em plena aula, a mandarem mensagens uns aos outros, com direito a fotos e vídeos. Que a aula estava a ser uma seca, que porcaria, que não se faz nada, que bosta e .....
Roí-me toda, mas não fiz nada. Roí-me toda porque a minha vontade era mandá-los parar e guardar os telemóveis. Roí-me toda e não fiz nada porque depois a minha miúda é que ia ser massacrada e sofrer as consequências.
Mais tarde, quando a fui buscar à escola ela contou-me que algus tinham estado, à socapa, numa aula em que a professora circula pelos computadores, a usar os telemóveis para mandarem mensagens uns aos outros. "Eles esqueceram-se de que a tua mãe também vê as mensagens?" "Pelos vistos..."
Na semana seguinte não houve movimentações nenhumas no grupo durante as aulas, mas a miúda contou-me que os mesmos fizeram diretos para o instagram durante a aula...
A vontade que tive de ligar aos pais daqueles miúdos? Ui... do tamanho do kilimanjaro!
Pais desta vida que dais aos vossos filhos livre uso do telemóveis, verificai depois o que andam eles a fazer com os mesmos, não vão os vossos anjinhos andar a fazer semelhante.
O solfejo com o pai, as contas com potências e os perímetros das circunferências, com a ajuda da tia ci, torradas com manteiga e chá de lúcia-lima, para a mais velha.
Uma ida ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota com o tio pedro e a prima rosarinho , bolachas carregadas de chocolate, para a mais nova.
Quando quiser ter lembranças deste fim de semana, só vou lembrar-me ter estado o tempo todo a estudar! zanga-se a mais nova, com toda a razão, mas o que é que a gente há-de fazer?
Reina o silêncio depois de alguém ter saído deixando a porta bater.
Prometi à gr. bolachas com pepitas de chocolate em forma de coração, ela pediu o pai em namoro, o pai aceitou e ela disse então agora beijamo-nos, isto via whasapp.
Ontem à tarde, subornei a Mr. Se leres um destes livros da Alice Vieira, no fim dou-te vinte euros, mesmo que não tenhas gostado. E mordi os lábios com força, porque me arrependi no segundo seguinte. Ela escolheu logo um dos mais difíceis, mas convenci-a a pegar noutro. Expliquei-lhe que haveria duas perspetivas da mesma história, não necessariamente a decorrer no mesmo tempo cronológico. Ela pareceu compreender e começou a ler. Hoje de manhã disse que estava a gostar. Amor é o que a gente faz pelos filhos se assim formos capazes. Feliz dia de são valentònio.
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