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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Adeus, julho. Foste o mês dos planos furados, e olha que eram planos deliciosos! (e não eram só meus, estragaste planos de gente que estava a contar contigo e especialmente comigo).
Vem, agosto e passa devagar, por favor. Que sejas doce e sumarento, porque carregas o peso de nos carregar baterias para o ano que vem (que para variar, se adivinha uma real m#$%=.
Quase todos os dias dou por mim a conjugar-me no condicional (essa coisa que uns dizem ser modo, outros tempo) quando sei que me devia conjugar no indicativo.
E eu seria tão mais tranquila no indicativo.
O tempo está uma caca. Acordamos todos os dias com um manto cinzento que fica, quase todos os dias, de manhã à noite.
O sol espreita, às vezes, à hora de almoço, mas vai-se embora logo a seguir.
A roupa demora uns dois dias para secar. A humidade cola-se à pele. Que bela merda.
O ano letivo acabou (ainda ontem começou, é a sensação que tenho).
Para as miúdas correu bem. Acho que sou menos ansiosa em relação à mais nova no que toca à escola e vou dando asas à mais velha.
Ainda não estou de férias, mas já não tenho trabalho. Fiz duas formações e ando agora com os trabalhos de avaliação das ditas cujas. Foi giro.
Tive companhia para andar para baixo e para cima, para fazer relatórios e avaliações no meio de muita galhofa e umas quantas minis, superbock e sagres.
Ontem terminei a segunda ronda e acabámos o jantar a falar sobre fenómenos como reuniões da maleta vermelha. Foi giro.
Não sei o que o ano letivo que aí vem traz (que novidade!), mas este trouxe-me duas pessoas bem porreiras!
Ontem, fui à Bugout, em Carnaxide.
Antes de decidir a que serviço recorrer investiguei o que faziam, como faziam, que preços praticavam e procurei referências. Não queria estar a pagar umas centenas de euros para nada. Só quem passa pela experiência de não conseguir acabar com uma infestação de piolhos compreende o grau de frustração e, no meu caso, desespero que se sente.
Porquê a Bugout? Porque, ao longo destes três anos percebi que o problema não são os piolhos, são as lendêas, que se colam ao fio de cabelo e só saem percorrendo aquele fio de cabelo com o pente de aço ou, por vezes, com as unhas. Logo, os serviços que oferecem a aspiração do cabelo colocam-me dúvidas.
A Bugout, usando as mãozinhas, percorre o cabelo quase fio a fio, detetando piolhos nos seus graus de crescimento e as lêndeas. Cinco a sete dias depois faz um seguimento para garantir que não ficou nada deixado para trás. Este seguimento é grátis, faz parte do pacote de tratamento.
Estivemos lá a tarde toda, porque ao contrário do que eu pensava, ambas as minhas filhas eram portadoras dos ditos (eu já nem a palavra consigo escrever).
A Solange tratou as cabeças de ambas e verificou se as nossas (pai e mãe) estavam limpas. Eu tenho andado estes anos todos com cuidado: cabelo preso, usando os mesmos tratamentos, passando o pente... mas elas dormem comigo, andam sempre em cima de mim... portanto eu estava cheia de miaufa... miraculosamente, a minha cabeça está limpa.
O que aprendi: assumir que toda a gente tem piolhos e andar na rua ou nas situações em que houver contacto com pessoas sempre com cabelo preso num coque.
Todas (MAS MESMO TODAS) as semanas, à sexta-feira, passar o pente para verificar que a cabeça está limpa e começar logo a tratar uma possível infestação.
A seguir a um tratamento, colocar os elásticos e escovas e ganchos num saquinho dentro da arca frigorífica, de um dia para outro.
Comprar um frasquinho de óleo essencial de hortelã pimenta e misturar 3 a 4 gotas em 200ml de água. Usar esta mistura para pulverizar o cabelo antes de fazer o coque. A hortelã é mais agradável ao cheiro do que o óleo de árvore do chá e funciona (dizem os estudos) melhor.
Depois de lavar o cabelo, secá-lo. O cabelo húmido fornece um habitat maravilhoso para a procriação (eu raramente seco o meu cabelo ou o das miúdas, mas vou passar a fazê-lo).
Mas o mais importante, de facto, é a prevenção. Todas as semanas verificar as cabeças. Não há tratamentos nem liquídos miraculosos que impeçam ou matem os gajos a 100%. Não há.
Na quarta, as miúdas vão ao seguimento e nessa altura escreverei mais.
Ponho-me em biquinhos dos pés e já a vejo no sétimo ano.
Levanto um bocadinho mais e vejo a outra no fim do 1º ciclo.
Os meus cabelos cada vez mais brancos e a desejada calma e serenidade cada vez mais longe.
As outras pessoas confessam-se cada vez mais serenas e cientes do que querem ou desejam, eu confesso-me cada vez mais ansiosa e incapaz de apreciar o momento presente porque tenho cada vez mais medo do futuro.
Pronto, por isso é que me tenho coibido de escrever. Para quê?
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