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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Troco fermento de padeiro por côco ralado. Quem se chega à frente?
Ou já estamos todos um bocado doidos?
Invadi o blog da minha mãe...
Daqui Mr, a criança mais velha a falar.
Como toda a gente sabe, o mundo está em crise e como a quarentena me tem deixado aborrecida decidi então entreter-me. Ora, a minha mãe tem andado stressada com o trabalho, pois pode não parecer mas a escola está quase a começar e por isso tenho a certeza que algumas vezes ela olha para mim como se eu fosse a criatura mais estranha do mundo.
Mas outras como se se fosse a mais bela...
Bem...
Eu também tenho andado chateada por não ter comigo o maldito 4º livro da coleção " Harry Potter" para me entreter porque não posso passar o tempo todo agarrada a um ecrã. Acho que a minha mãe vem aí.
Desejo a todos os leitores do blog paciência para a aturar.
Cumprimentos,
Mr.
Ele vai construir cenas e coisas
eu sento-me no sofá e tento perceber isto de tecnologias à distância, mas a ansiedade paralisa-me e só tenho vontade de mandar tudo para o caralho, assim, com as letras todas.
supostamente as "aulas" começam dia 14.
Na próxima pandemia não me apanham desprevenida!
Hei-de ter calças de fato de treino e roupa de estar em casa até dar com um pau. Vão ver!
Hoje, vesti-me
senti frio uma horas depois e voltei ao pijama
isso quer dizer que passei o dia em pijama?
isso quer dizer que estou a entrar num poço sem fundo?
hoje é sábado, não é?
não sei como vou fazer estas 30h de formação, se o meu cérebro virou uma papa de aveia.
quando a formadora perguntou que tecnologias educativas usávamos com frequência nas aulas disse que não usava quase nada (pois se em muitas salas nem projetor tenho). Mas depois arrependi-me, podia ter dito que uso quadro branco e marcadores de várias cores e que tambem canto, especialmente quando eles se portam mal, à laia de castigo. Estão-se a portar mal! vou já começar a cantar o malhão malhão.
Depois, quando ela disse que íamos também falar de Realidade aumentada e se já tínhamos usado, eu queria ter dito que ainda não, mas que quando "isto" acabasse íamos todos de certeza usar, pelo menos eu, uma vez que vou estar definitivamente mais gorda, mas fiquei caladinha.
e agora é suposto ir explorar kahoots e socratives e outras coisa acabadas em ives, só que não me apetece mesmo.
A parte pior é o sono.
Dormimos mal e pouco, neste momento, o M. está aninhado no sofá a dormir o que não dormiu de noite, porque adormeceu depois da uma e acordou às sete.
A Mr só tem sono por volta da meia-noite e mesmo assim demora muito tempo a adormecer.
A Gr. anda cheia de tiques nervosos e está viciada nos écrans.
Eu durmo muito mal, acordo cedo e venho sozinha tomar o pequeno-almoço. Leio os títulos dos jornais no telemóvel e choro um bocadinho, ali sozinha na cozinha, com uma chávena de cevada a fumegar. Não sei exatamente porque choro, mas parece agora ser um ritual que se me auto instituiu. Choro um bocadinho e depois passa. Vou à minha vida. Se estiver sol, mantenho o outro ritual de ir pela rua fora até à frente da varanda da rita e ali tomamos café.
As horas são marcadas pelas refeições e deprimo só de pensar mas o que é que vou fazer para o almoço/jantar.
À tarde, após o almoço, sento-me na varanda da frente (olha que conas, tem varanda da frente, isso quer dizer que também tem de trás e está aqui a lamentar-se. não estou nada, pá, estou só a deixar um registo do que têm sido estes dias, que diz que é positivo, pá!), com café tirado pelo marido (olhe, se faz favor, é um café em chávena escaldada) e olho para os vizinhos da frente, da quinta que tem bichos alheios à quarentena, campos de ténis e de futebol e piscina coberta e penso que ali a quarentena deve ser bem mais fixe, e logo a seguir mando-me calar esses pensamentos, porque aqui o pior mesmo é o sono.
Acabei de dizer às minhas filhas qualquer coisa como "quero que comecem a escrever um diário da quarentena. vocês fazem parte de uma época da história que vai ficar na história, registem o que fazem e o que sentem, um dia, se todos morrermos ainda descobrem os vossos diários e ficam famosas como a anne frank."
Não sei se isto faz de mim uma louca, louca visionária, ou só mesmo louca.
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