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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Tem pilhas Duracell. E dura e dura e dura....
Arre!
"A escola tem de se reinventar."
"A escola tem de se reinventar."
"A escola tem de se reinventar."
Estas semanas que se passaram, de preparação para o início do ano letivo que começou ontem, foi a frase que mais ouvi, enquanto professora, da boca da direção, de coordenadores, enquanto encarregada de educação.
A escola tem de se reinventar é mensagem que vai direta ao ouvido dos professores, que dão as cara pela escola todos os dias à opinião pública. Se os professores não se conseguirem "reinventar" a escola falhou.
Que grande pôrra! E a sociedade civil, as instituições, as entidades patronais não têm de se reinventar?
Na reunião com a direção da escola, os pais estavam muito preocupados com as tardes livres e manhãs livres que os filhos passam a ter, exigindo que a escola dê soluções. A escola não é armazém de crianças.
Não passa pelas nossas cabeças que é às entidades patronais que temos de pedir soluções? Que horários rigídos das oito às seis da tarde já não fazem sentido? que a família deve estar primeiro?
Não é só a escola que tem de mudar. Somos todos nós.
Cá por coisas que não são minhas, mas depois acabam por ser, ando com um peso constante, uma sensação de vida em suspenso, que me tem impedido de trabalhar, de produzir, mesmo sabendo que esta semana tudo tem de começar a mexer.
Está tanto calor que quando acabo de estender a roupa, a primeira que estendi já secou.
Miúdas rumam a norte em meados de julho.
Pais ficam em casa, em pinturas e arrumações: bolores e autocolantes foram à vida.
No ínício de agosto rumámos todos em direção à Costa de sempre, pela primeira vez só os quatro na primeira semana, com tios e prima na segunda.
Aniversário da mais velha no norte. E pelo norte ficámos o resto do mês.
No geral, se me perguntarem: mas tiveste tempo de descansar? tempo tive, mas a minha cabeça continua cansada.
Estou sentada na mesma mesa, no mesmo computador, para cúmulo com as mesmas pessoas online/presencialmente e parece que ainda ontem o ano letivo 2019-20 terminou e já estou novamente embrenhada no 2020-21, com o cérebro a 20% e sem vontade de fazer coisa nenhuma.
Serei só eu?
Cá em casa, as miúdas e o pai fartam-se de mandar bocas uns aos outros. Riem-se e ninguém se ofende, mas creio que passa das marcas quando se passam cenas destas:
a mais velha chega a casa, muito contente porque fez festas a um burro.
A mais nova diz que não é nada de mais, que ela faz festas a um burro todos os dias, começando discretamente a fazer festinhas no braço do pai.
Então, objeção de consciência para os pais que não desejam que os filhos frequentem as aulas de cidadania?
Para quando para as aulas de ciências? é que os pais que acreditam que a Terra é quadrada também têm direito. Os que não acreditam no evolucionismo também.
E os que entendem que a Ilha dos amores constitui um atentado ao pudor e aos bons costumes e não querem que os seus filhos sejam sujeitos a contaminação por via do ensino da literatura?
Tem de haver objeção de consciência para todos.
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