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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Cheira a covid!
Brincadeira. Não cheira nada a covid! Cheira a erva doce e canela. Feliz fim de semana do bolinho!
Eu não vinha aqui escrever sobre isto, mas os vossos morcegos a voar pelo ecrã nesta altura do ano quase me custam o telemóvel! É que o primeiro instinto é atirar com ele ao chão e fugir.
Com as orelhas a ganir, sentada na secretária, bem afastada de todos, perguntei se me "deixavam" estar só um bocadinho sem máscara, enquanto eles faziam os exercícios. Entre os sins ouvi uns cabrõezinhos dizerem não. Lá pus eu a máscara novamente. Cabrõezinhos de merda, alguns miúdos! Venham cá dizer que o melhor do mundo são as crianças.
Doem-me azorelhas.
Vou assim:
"para que é que precisas do coiso de levar coisas?" - não me lembro ainda hoje das verdadeiras palavras para substituir estas duas coisas. Neste tempo em que vivemos, quase tudo é chamado de coiso (se for masculino) e coisa (se for feminino).
"vão buscar os casacos ao micro-ondas" - armário, caramba! armário!
"já puseram desparasitante?" - era, obviamente, desinfetante!
Três meses fechados em casa, com idas à rua apenas para compras de supermercado e farmácia.
Três meses a evitar tocar em tudo o que não estava dentro de casa, a desinfetar o que vinha de fora, a não ir ao café, à tasca da esquina, a não cumprimentar a menos de um metro de distância, a usar luvas, três meses a trabalhar em casa....
para depois.... isto....
voltar ao trabalho como se estivesse tudo normal, excetuando o uso de máscaras e a constante desinfeção de mãos, muitas vezes com o gel que vai de casa, porque chega-se a quarta-feira e os frasquinhos das escolas estão vazios e não sabemos quando serão cheios outra vez.
Eles brincam juntos, tudo ao molhe e fé em deus, chegam-se a nós e nós chegamo-nos a eles, porque há coisas para corrigir individualmente e explicar, porque eles ainda pedem mimos, porque máscara e língua estrangeira não combinam, porque sim....
três meses a ter medo de respirar fora de casa para isto...
Preciso de ventilar estas cenas, preciso!
A miúda mais velha é a única da turma que não tem smartphone. Já aqui falei sobre isso. Eles não têm maturidade suficiente (nem nós) para gerirem todas as potencialidades que aquilo tem, não sabem gerir o tempo que passam agarrados àquilo (nem nós), enfim....
O que se passa este ano letivo? Passam os intervalos num jogo qualquer que os mantém online, num espaço virtual. Conversa real, interação real, empatia real zero!
Outra coisa gira que se passa este ano letivo? não passam apontamentos! tiram fotografias com os seus smartphones! passar apontamentos é cena do passado.
A miúda mais velha é excluída da "convivência" e por causa dela os outros têm de esperar enquanto ela passa os apontamentos do quadro.
Mas que bela merda, não?
O que está ela a fazer na escola? Mandem-lhe os apontamentos por email! E em casa ela até pode jogar a porcaria do jogo, através do PC!
É para isto que a mantenho num ambiente onde pode apanhar Covid?
Que bela merda de pais (progenitores) estes! que bela merda de professores estes! que bela merda de sociedade esta! Que bela merda!
Ai, ai, ai ai, que a semana nunca mais passa, ai, ai...
Toma lá outubro na tromba, para te calares!
Se a M. testar positivo, a turma da Gr. vem para casa...?
Sim.
E nós teremos de ser testados?
Sim.
E se dermos positivo, a minha turma vem para casa...?
Sim.
E as tuas turmas?
Sim. Tenho seis....
E as do pai?
Sim.
Nas duas escolas...?
Sim.
...........
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