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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Na terça-feira, aula de hiit, no fim, eu toda partida, diz a prof.: na quinta é aula de sensual dance. Venham com tudo!
Eu, suada e vermelha como um pimento sexy, ri-me muito para dentro e depois para fora.
"Posso vir para a aula de dança, mas devo deixar o sensual em casa."
Umas horas antes da aula, a prof envia mensagem: tragam uma camisa ou casaco e um chapéu.
Caraças, pensei, vai por-nos a dançar o "you can leave your hat on" e mandei link do vídeo para o grupo. Vamos dançar isto?
Bam! estraguei a supresa.
À hora marcada, lá estava eu de camisa branca e chapéu de palha falsa, made in china.
Hoje, sei fazer movimentos sexies para uma cadeira vazia.
Já me fartei de ri com o vídeo que fiz, quando a coreografia ficou toda montada.
Que cadeira sortuda!
Cá em casa, o pai pinta as unhas das miúdas, o pai faz penteados, o pai "ensina" a mãe a andar de tacão.
Daqui não vejo, mas imagino, porque estendi-os logo pela manhã (fresquinha, fresquinha), os três soutiens: o meu, o da mais velha e o da mais nova.
É muito estranho, isto de ter em casa pessoas que, de um momento para o outro passaram, a necessitar de usar algo como um soutien.
Já fiz muitas aulas de fitness, com todo o tipo de equipamento, em muitos locais diferentes e com muitos instrutores/professores diferentes, mas nunca...
nunca tinha feito uma aula de bum bum brasil
ao som de música pimba...
até ontem!
que fazes?
estou a pesquisar roupa alterna.
Até me caiu a caneta da boca, a caneta com que ia escrevendo no caderno e que punha na boca quando precisava de voltar ao teclado do computador.
Alterna? podia jurar que tinha ouvido alternadeira, que a minha mais velha queria roupa de alternadeira. Depois pedi para repetir e ela disse outra vez "roupa alterna". Claro que não podia ser de alternadeira, ela sabe lá o que é uma alternadeira.
Alterna, de alternativa, explica ela. Tudo bem, nada a opor, até bato palmas. Devo ter arrumado algures umas quantas saias e camisas que cumprem o requisito.
A outra, a mais nova, quer roupa no estilo kawai. o que é? não sei...
quando acho que a coisa até está a correr minimamente bem saem-se com estas pérolas que me fazem sentir uma velhadas de noventa anos.
Tudo atrasado...
vai ser aquele aperto no peito até finais de agosto... aquele não saber o que sai na lotaria até às vésperas de começar a trabalhar, se a lotaria nos sair e se a lotaria não for uma bela merda e ainda assim ficar agradecida por sair alguma coisa.
Nome do meio agora: alheada.
Vejo-a caminhar à frente, de unhas pintadas de preto, toda ela, quase toda de preto, e tenho de fazer um esforço enorme para voltar atrás no tempo e lembrar-me de mim há trinta anos.
Só vos digo: adolescência é o karma, and karma is a bitch!
Ontem foi um dia bom. Para ser muito lamechas vou escrever que foi um dia cheio de amor.
A miúda casou-se e quis-me lá, com ela, e de caminho quis também o Marco.
Quando o convite foi feito, a minha resposta foi logo um sim, claro que vou. Passados uns minutos dei por mim a duvidar, por montes de razões todas ligadas apenas a mim. Depois, assumi que se tinha sido convidada era porque realmente o convite fazia sentido na cabeça da noiva e deixei de lado os pensamentos parvos.
Ontem, o Marco acompanhou-me a um casamento onde não conhecia ninguém e onde iria sentir-se extremamente desconfortável, fazendo-me sentir que se eu queria lá estar, ele estaria comigo.
Ontem, fiz parte do casamento da miúda e o desconforto inicial (pá, sou uma wedding crasher, pensava eu com um cocktail na mão, antes da noiva chegar) deu lugar ao desfrutar do que estava a acontecer: a miúda estava a afirmar o seu amor pelo rapaz, e o rapaz a afirmar o amor por ela, com gestos, com olhares e palavras repletos de uma cumplicidade, de uma candura, de tanta coisa boa... que dou por mim com a máscara cheia de ranhoca e os olhos todos molhados (pimbas, estraguei tudo, agora).
Sou uma wedding crasher, disse-lhe quando nos abraçámos após a cerimónia. Mas não era. Nesta altura também o Marco estava rendido aos noivos.
O desconforto já tinha ido às urtigas. Na mesma mesa de outra miúda e do seu rapaz, passámos o resto do dia, em amena cavaqueira, desfrutando de um almoço delicioso, num sítio, que, caramba, era de sonho! Quando for grande quero lá casar!
Como disse à miúda antes de sair, só tenho agradecer o facto de nos ter querido lá, porque fomos testemunhas de um momento especial.
Tenho a certeza de que estes dois são marriage material e que irão sempre encontrar formas de se manterem juntos, lançando discos que vão ficar no top do Spotify, até serem velhinhos, cheios de tatuagens e sem poderem com o peso dos instrumentos!
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