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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Abro a porta da cozinha e a gata mia. Preparo as coisas para o pequeno-almoço, nem sei se posso chamar-lhe assim, pequeno-almoço, se elas não comem quase nada.
Elas chegam, ensonadas e rabujas. Metem à boca pedacinhos de torradas e bebem chá ou cevada. Parece que o leite as enjoa durante o ano letivo, para passar a saber bem apenas nas férias.
Depois, preparo os lanches para a escola. A gata ronda os nossos pés e os pés da mesa, em miados agudos de quem não come há semanas, mas tem o seu prato cheio. A culpa é de quem lhe dá pedacinhos amarfanhados de fiambre.
Despacho-as da cozinha com o cheiro das torradas com manteiga entranhado nas mãos. O que vale é que é um cheiro bom.
Rabujas, as minhas filhas preparam-se para ir para a escola. Eu preparo-me no que falta preparar.
Saímos. A geografia inicial mantém-se a mesma há vários anos. Depois, sigo viagem nos caminhos novos que trilho todos os anos. Invariavelmente cheios de curvas. Este ano, mais curtos. Já não era sem tempo!
Entro às 9.00.
Às 10.00 saio e venho a casa ou vou à escola sede, se precisar de alguma coisa de lá. Também posso simplesmente assentar arraiais num café fazer horas até à aula seguinte, que começa às 11.00.
A manhã termina às 12h. Venho para casa e faço "cenas". Se as aulas seguirem pela tarde, recomeço às 13.30 e às 15.30 termino. No máximo dos máximos em meia-hora estou de volta a casa.
São as mesmas horas letivas do ano que passou e parece que são muitas menos.
Nas tardes em que elas têm atividades ou aulas de instrumento é que a porca torce o rabo: inicio os serviços de leva e traz, traz e leva e chego à noite mais morta que viva.
Esta é a primeira semana do ano letivo, aquela que tem pilhas daquela marca que dura e dura e dura!
Foi um bom domingo. A feira de velharias era enorme, o parque cheio de sombras.
Muitos livros e, no fim, contra o meu costume, decidi dar uma vista de olhos pelas cruzetas.
Comprei algumas peças de roupa, bem baratas e giras, umas coisas só para mim, outras a pensar na Mr.
Tenho medo de andar de moto na autoestrada e o capacete não integral não ajuda.
O regresso, pela nacional, foi bem mais agradável. Até dispensámos os blusões de couro. Mantive as luvas para não fazer calos.
À tarde, o calor manteve-se e bebeu-se um café numa esplanada na vila.
Comecei a ler um dos livros que trouxe e dei-me conta de que estou a ler duas biografias ao mesmo tempo. Decido deixar a do Gunter Grass para a noite e a Patti Smith para a tarde. Não sei se decido bem.
Hoje recebo o horário do novo agrupamento e começo a trabalhar com a colega. O horário não é mau, embora implique a volta ao agrupamento todo, que vai quase até Fátima e contenha quase em exclusivo turmas mistas.
Recebo os últimos raios de sol do dia, na varanda, com uma brisa que me deixa os braços arrepiados e me faz desejar uma camisola. Hesito em beber uma cerveja, tenho bebido uma todos os dias, por esta hora.
Esta semana recomeço a ginástica.
Esta semana é, também, a última de liberdade quase absoluta e isso deixa-me um travo amargo na boca. Se calhar por isso não vou beber a cerveja.
Reli todos os posts de setembro, desde que tenho o Caixote
É em modo ciclo vicioso que o setembro se passa nesta cabeça
e depois o ano todo
começo sempre com a ansiedade ligada ao recomeço do ano, para mim, para elas e para ele
depois, a tentar manter a cabeça fora do trabalho e a forma de estar nas férias, enquanto o trabalho não começa a sério, mas sabendo que está aí à espreita
sempre assim, estes recomeços cheios de ansiedade da qual não me livro
Não podia faltar o relatório das férias de 2021, para mais tarde recordar.
As aulas nunca mais acabavam, mas quando acabaram e pudemos mandar-nos daqui, fui com as miúdas para Belmonte, sem o pai, depois estivemos no norte e no início de agosto mandámo-nos para o sul. Uma semana no Monte do costume e outra quase em espanha.
Para o Monte levámos a sobrinha, elas fartaram-se de apanhar ondas e eu nem os pés consegui molhar. A água estava gelada. Fiz várias tentativas, fui fruto de gozo e pilhérias, mas o resultado era sempre dores excruciantes nestes ossos, aparentemente de mulher de oitenta anos.
Em Tavira apanhámos um calor de ananases, consegui ir a banhos e até comi bolas de berlim. Para variar e não ter de andar sempre a atravessar a ria, experimentámos a Manta Rota, que achámos uma bela porcaria (mil desculpas se ofendo alguém). Dormimos mal para catano.
Fui à loja social, para me abastecer de livros às carradas, a preço da uva mijona, mas havia quase nada. Despachei uns quantos que levei de casa do paterfamilias e os melhorzitos que me vieram à mão na dita loja social (todos em inglês).
No fim destas duas primeiras semanas, dividimo-nos pelo norte e Belmonte.
No norte, demos uma saltinho curto à Imbicta, com as miúdas. Comprámos cenas da Jewels don't shine, mamámos (eles, eu não, que não sou apreciadora) uns eclairs da leitaria, vimos a fila de 2kms para a Lello e ficámos assombrados com a quantidade incrível de turistas que voltou a inundar a cidade.
No interior centro e desquecido, fizemos a rota das praias fluviais, para descobrir que não tem nada de desquecido, dada a quantidade de gente que havia por todo o lado. Numa só tarde, tentando encontrar um spot decente e sem gente, corremos três praias de rio.
Conclusão número um: vamos ficar pela de sempre, que conhecemos de gingeira e da qual gostamos, embora a água seja gelada.
Conclusão número dois: as fotos das praias são bem boas, mas quando chegamos aos sítios ficamos a modos que desiludidos, não sei se porque ver tantas pessoas quebra o encanto, se porque de facto os locais não são tão aprazíveis como as fotos queriam fazer parecer.
Como a miúda mais velha tinha de ser vacinada, regressámos à base ainda antes do agosto acabar.
Demos uns mergulhos neste mar (só numa tarde fui mais vezes à água do que no Monte) e para não desiludir, quando ainda contemplávamos uma terceira ida a banhos, veio aquele nevoeiro típico do oeste, que nos mandou para casa a tremer de frio. Definitivamente, aqui não dá para fechar a praia às oito e meia da noite como lá por baixo.
Setembro veio com ameaças vãs de chuva e trovoada e a colocação aqui ao lado de casa, onde me arrisco a encontrar pais e alunos ao virar de todas as esquinas (no comments).
Bora lá, ano novo!
não sei se serão bons
diferentes com toda a certeza, colocada pertinho de casa, a frequentar locais que já me são familiares noutros contextos
venha de lá esse ano letivo 2021-22
P.S1. hoje já fui a Mafra, tratar de outros quinhentos.
P.S2. aquele código que colocamos no fim, por descargo de consciência? nunca, se só significar merda ficar lá colocado. Estamos sempre a aprender!
a ver se encaro isto
dia 1 de setembro e em casa, sem trabalho
como um "ótimo, continuo de férias"
em vez de
"grande merda, estou desempregada".
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