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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
No sábado passado saí para dançar.
Vou repetir: saí para dançar.
Depois do jantar de anos do paterfamilias (oitenta anos já lá cantam), meti-me no carro e fui ter com as meninas. Disseram-me que não podia dizer isto, as meninas, que tem conotação de trabalhadora do sexo, mas para mim são as meninas, as amigas de sempre, do coração e do fígado, desde os tempos da faculdade (porque tenho outras, no mesmo patamar, de outros contextos).
Fui ter com elas a Matosinhos, de onde seguimos todas num só carro para a baixa do Porto.
Eram cerca das onze da noite e não havia muitos sítios para estacionar. Foi uma aventura!
Depois de devidamente estacionadas, começámos a noite num bar (não me lembro do nome). Nesta altura, a chuva tinha dado tréguas e sentámo-nos tranquilamente a conversar.
Por volta da meia-noite e meia toda eu era sono e cansaço, mas diabos me levavam se deixava que os dois (cansaço e sono) me impedissem de continuar (mentira, se tivesse ido no meu carro acho que me tinha posto na alheta!).
Quando achámos que já não era embaraçoso ir para a discoteca, rumámos ao Tendinha .
Que deixar aqui para memória futura desta parte da noite? o quão estranha me senti, ali, como se estivesse fora de contexto. A faixa etária não era muito diferente da nossa (quarentas... cruzes! ver isto escrito dá um nó no cérebro); a música era do meu gosto (à laia de Antena 3, a minha rádio), mas.... não sei explicar...
sei que tive de fazer um esforço para descomprimir e relaxar, para me soltar e dançar, sem pensar muito em nada.
Quando me permiti relaxar diverti-me, mas não foi um processo fácil. Será que é de não fazer parte dos meus hábitos sair? será que é por estar mais velha?
Às três e tal dei por mim a dançar E a bocejar de sono, ao som de Ornatos Violeta.
Feita cortes, acho que fui eu que dei o mote para irmos embora. Afinal, ainda tínhamos de voltar a Matosinhos e só depois é que seguia cada uma o seu rumo.
A S. já fazia anos e eu falhei a tradição de não lhe telefonar a desejar os parabéns.
Ficou mais ou menos prometida outra saída no próximo aniversário (o meu). Não sei é se aqui a cota de serviço vai ser capaz.
Cheguei lá, com a barriga meia cheia, meia vazia. Eram quase onze da manhã, tinha engolido meio pão com manteiga e um café no "calhau". Tinha comentado com a colega que não sabia se ia ter castanhas porque me cheirava que iam fazer o magusto de tarde.
Cheguei lá, dizia, e cheirava a castanha assada. Ainda bem que no calhau me deixei ficar pela meia carcaça, porque me empaturrei de castanha assada na brasa, seguidas de morcela de arroz e broa. Isto tudo entre as onze e o meio-dia. Aula dada por esta teacher não houve, que os deixei apreciar as castanhas e o sol maravilhoso que nos batia na cara em jeito de palmadinhas serenas. No fim, não queriam deixar-me vir embora. Ralho, ralho e posso, às vezes, ser um bocado besta, mas depois os putos até gostam de mim.
Num universo alternativo, sempre que fosse necessário, removíamos as mamas e íamos à nossa vida. Voltávamos a pô-las quando quiséssemos.
(estou aqui a pensar que isto pode ser muito mal interpretado, principalmente por quem passa ou passou por situações oncológicas, mas só aqui vêm duas ou três pessoas por dia e doem-me tanto as ditas que gostava mesmo de as tirar um bocado)
a mais nova começou a usar óculos ontem, dia 1 de novembro de 2022
a oftalmologista ficou espantada
eu fiquei espantada
tem mais graduação que eu
os óculos ficam-lhe bem
Num universo alternativo, de cada vez que a mais nova fizesse o pino, o meu corpo sofria o efeito de três minutos em prancha e a minha pele o efeito de um lifting.
Num universo alternativo, os empregados que trabalhassem quatro dias por semana deviam ficar com os filhos no dia em que não trabalhassem, permitindo aos professores dos filhos uma semana de trabalho de quatro dias, também.
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