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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Passou-se fevereiro e não pus aqui os dedos, para escrever o que quer que fosse.
Não é que fevereiro não tenha sido rico em coisas. O trabalho, a falta de vontade, a má gestão do tempo levam-me daqui.
Tenho andado focada nas aulas que dou, nas coisas da minha casa, nas minhas coisas, nas filhas, no tempo à lareira, em séries e em livros.
Fui ver Tim Bernardes, fui ao cinema ver a adaptação do vento assobiando nas gruas, da Lídia Jorge, tenho lido, mas tenho também passado tempo a mais naquela rede social onde os mais novos só deixam "histórias" efémeras e os mais velhos registos vários para a posteridade.
É muito isto que nos diferencia, parece-me. Instagrams que vivem de marcas que permanecem e os outros, que têm zero publicações, mas inúmeras histórias que as 24 horas apagam.
Ontem, o meu casamento fez dezassete anos e ontem, também, o país deu a vitória nas eleições legislativas à força da direita.
Não sei porque fiquei surpreendida. Afinal, é apenas a repetição do que se vem a passar por todo o mundo nos últimos 8 anos.
Acho que tinha a esperança patética de que fôssemos diferentes, de que não nos deixássemos levar pela vontade de votar no inseticida, para nos vermos livres das aranhas, como se fôssemos imunes ao veneno que vem no inseticida.
Quando eu precisar, sei que não é o partido do cocó que me vai ajudar. Quando eu precisar, sei que são as forças da esquerda, dos valores da democracia e da igualdade de direitos e deveres que vão estar do meu lado.
Tenho pena que as pessoas cansadas (as trabalhadoras, que picam o ponto das 8 às tantas) não sintam o mesmo.
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