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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Eu não queria escrever sobre isto. Afinal, a dor não é minha. Eu não conhecia a Ana de conhecer a sério. Conhecia a Ana de estar sentada com ela e com mais pessoas na mesma mesa de uma esplanada, conhecia a Ana de termos pessoas e amigas em comum, conhecia-a de passarmos nos mesmos locais e sorrirmos uma para a outra e trocar palavras circunstanciais. Sabia de algumas coisas que se passavam na sua vida por intermédio da R. e da M. e sabia que a Ana sabia de coisas da minha por intermédio da R. e da M. e por intermédio do blog.
Tal como disse, eu não queria escrever sobre isto, porque a dor não é minha, não sinto legitimidade para o fazer, não como as pessoas que a conheciam de facto e a amavam.
No entanto, no fundo, no fundo, a dor de saber que ela morreu também é um bocadinho minha. Porque só isso explica o meu coração apertado desde domingo.
Talvez seja uma dor fruto do medo desta aparente arbitrariedade de que a vida está cheia, esta incompreensão perante o "estarmos vivos agora e no minuto a seguir estarmos mortos", mas não deixa de ser uma dor pela Ana e pelas pessoas que a perderam.
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