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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Em conversa telefónica com a X. dou-me conta de como todas nós como mães de primeira viagem somos umas coninhas, em maior ou menor grau, mas coninhas sim senhora.
O bebé não pode chorar nem choramingar. Somos imediatamente impelidas a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o fazer parar.
O bebé não mama como deve ser. Lemos tudo e mais alguma coisa, tentamos fazer o bebé comer mais.
O bebé mama de mais, bolsa muito. Ai, que não sei que faço.
Os peitos estão cheios de mais, doem como o caraças. Estão mais vazios, ai meus deus que vou ficar sem leite.
O bebé não passa o dia a dormir, desdobramo-nos em centenas de técnicas para ver se o adormecemos, enquanto vemos a roupa para lavar e passar crescer, a loiça para meter na máquina encher a banca, o pó a instalar-se e fossilizar nos móveis e stressamos porque queríamos descansar ou arrumar, nem sabemos muito bem.
O bebé tem cólicas e a partir das cinco da tarde não pára de berrar e, como temos pena do gajo que chegou a casa porque esteve a trabalhar, embalamos o bebé, tentamos fazer o jantar e a cama ao mesmo tempo e somos incapazes de o depositar no gajo, que o ature um bocado que também tem direito ou dever (depende da perspetiva).
Temos sono e andamos cansadas, mortas, aborrecidas, fodidas com a vida e, mesmo tendo a nossa mãe por perto, não somos capazes de deixar a criança por meia hora para ir espairecer.
Depois, o tempo passou, não demos conta e não vivemos com a intensidade que vem nos livros os primeiros meses maravilhosos do bebé!
Eu também fui assim.
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