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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Imagine-se que a minha vida profissional é um lago. Nesse lago, fui sempre o equivalente ao peixe mais pequeno, aquele que está no fundinho da cadeia alimentar: estagiária logo no primeiro ano (ainda não estás formada, baixa a bola, não sabes o que andas aqui a fazer, nem vou ouvir o que tens para dizer), professora de cursos profissionais quando eles estavam quase todos confinados a entidades privadas (curso profissional? onde? na escola profissional xxx? o que é isso?), professora das novas oportunidades (ui, o degredo dos degredos, andas aí a dar canudos de graça, não fazes nada e ainda te pagam), professora de Atividades Extracurriculares, paga como técnica e não como docente (você chegou atrasada, ó senhora e não pode tirar fotocópias não, olhe faça uns desenhos no quadro, assim comássim só está aqui até os pais deles chegarem).
Nunca fui professora "a sério", de acordo com os padrões da maior parte das pessoas.
Fiz um curso extra para poder dar aulas como professora a sério aos meninos mais pequeninos, afinal já andava a trabalhar com eles há uns quatro anos, fui metendo na cabeça a ideia de que nunca mais iria dar aulas aos mais velhos, estava à espera que me "chamassem" para esses pequeninos e olha?
Chamam-me para os mais velhos, com quem não trabalho desde o estágio. Estou mais ou menos em pânico, controlado, desde ontem, quando me ligaram da escola.
Fui lá de manhã e ninguém andou à porrada, pelo menos à minha frente. Isso deve ser bom sinal, não?
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