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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Aproximam-se as avaliações intermédias ou intercalares. Diz que tenho que fazer uma síntese de cada aluno, para conhecimento dos encarregados de educação.
Eu gostava de ser capaz de dizer aos mesmos o que o seu educando é capaz ou não de fazer, em que é que precisa de ajuda e como é que tenciono ajudá-lo a superar as suas dificuldades. No entanto, eu não faço puto de ideia. Nesta altura do ano, fruto de turmas mistas maradas, há putos cujo nome ainda desconheço. Olho para as caras deles chapadas nas fotografias, mas a figura não me diz nada. Noutros casos, chego à brilhante conclusão de que nunca vi nada feito pela criatura, nunca ouvi a sua voz, sequer.
O problema é meu, claro. Mas como hei-de conhecer todos e saber do que são capazes ou não, se passo os primeiros 10 minutos à espera que se acalmem, os seguintes 10 minutos à espera que o material esteja pronto. Toma! já se foram 20 minutos de aula. Quando consigo começar a trabalhar, tenho de jogar com dois sets de materiais diferentes, dois quadros, muitas vezes, e alunos que são incapazes de trabalhar autonomamente. Conheço já muito bem estes, os que me solicitam. Os outros, coitados, ficam para a semente ou para a professora titular que está comigo em sala e sem a qual eu estaria ainda mais lixada.
Posso simplesmente escrever "nem sei quem é o seu educando. Espere mais um mesito, se faz favor. E entretanto, solicite à direção o fim de turmas mistas."
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