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ensinar a resiliência ou torturar

por blogdocaixote, em 12.04.18

A propósito deste texto da Maribel, volto a pensar numa questão que me vem à cabeça muitas vezes quando se trata da minha miúda mais velha: quando é que insistirmos com os miúdos para fazerem alguma coisa que eles não querem ou acham que não conseguem deixa de ser trabalhar a resiliência e passa a ser pura tortura?

No caso da Mr., estes cinco anos de escola ensinaram-me que se ela não está para lá virada, insistir para que o faça só dá discussão, asneiras e muitos cabelos brancos (a mim). Assim, se ela não está para lá virada, obrigá-la a estudar matemática, por exemplo, é puro desgaste emocional para ambas, idem para o trompete e tudo o resto.

Todos os dias são dias de batalha campal e esta mãe fica sem saber o que fazer, sabendo que na vida não podemos só fazer aquilo que nos apetece, quando nos apetece. É a difícil e constante busca pelo equilíbrio. 

O pai tem a habilidade de levar a água dele com mais frequência ao moinho, mas eu desisto mais facilmente.

Se calhar, a culpa é da minha mãe, que não me ensinou a ser resiliente, porque já sabemos, a culpa é sempre das mães! 

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publicado às 11:21


1 comentário

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Anónimo a 13.04.2018

Como não tenho filhos, só posso falar sobre a minha própria experiência de "filha"... Recordo-me que havia muita coisa da qual eu queria desistir e os meus pais, sobretudo a minha mãe, insistia para que eu continuasse... Hoje, quando olho para trás, valorizo essas experiências, que na altura eu não gostava assim tanto.
Mesmo tendo deixado de parte muita "actividade", a experiência de as ter experimentado e insistido nelas tornou-me a "resiliente" que me considero hoje.
O estudo é essencial, mesmo nas matérias que menos se gostam, mesmo que depois "nada se vá fazer com isso" - aquilo com que "se faz" alguma coisa é com a persistência. Essa, depois, fica para a vida. Claro que mais tarde, se optam pelas coisas que se gostam mais e se deixam de parte aquelas de que não se gosta assim tanto... mas para se descobrir o que se gosta e o que é importante para nós, não tem, ou não se deve, experimentar de tudo (o mais possível) um pouco? A não esquecer que, durante a vida, temos de fazer muito de que não gostamos...
Como dizes, encontrar esse equilíbrio é difícil... o desgaste (penso) fará parte dessa complicada relação entre pais/filhos. Eu olho para trás, relembro o "desgaste", mas o que sinto que ficou dele, não é "desgaste". É um sentido muito forte de perseverança. Ensinaram-me a sê-lo com coisas que se calhar não eram assim tão importantes e depois aprendi com muito mais facilidade a sê-lo com as coisas que realmente me importam.
A seu tempo, as tuas filhas, irão descobrir aquilo que realmente querem e gostam, mas até lá, é bom que experimentem coisas que se calhar nem gostam assim tanto. Na vida, também terão de as fazer e terão de saber como não desistir.
... é o meu modesto contributo para as tuas questões que acredito que sejam angustiantes e que só me fazem pensar: coitadinha da minha mãe (e pai)... o quanto a/os fiz eu sofrer! E o quanto agradeço ela ter insistido comigo, mesmo contra a minha vontade.

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