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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Sobrevivemos à primeira semana de escola em casa.
Quatro salas de aulas online, três espaços de trabalho, três computadores alternando com telemóveis sempre que necessário, manuais da mais nova, que é uma desorganizada, espalhados por todos os cantos, mas chegamos à sexta-feira à noite e tenho todos os planos de trabalho mais materiais agendados.
Está mais fácil por uma lado, mas mais difícil por outro. Mais fácil porque a máquina está mais ou menos oleada, não me preocupo com o que o super colega de trabalho faz (os vídeos, as apresentações, os googleforms e o c@r@.... ), faço o que posso, com o tempo que posso e seja o que for. Apanhei uma turma que no ano passado foi do super colega e, ao contrário do que pensava, os miúdos não sabem nada, nem falar, nem escrever o básico. Portanto é assumir que nem ando a fazer um trabalho mau. Há sempre vinho às refeições e um episódio de uma série qualquer para me levar bem disposta (relativamente) para a cama.
Por outro, mais difícil porque estamos cansados, porque chove e está frio, porque o céu cinzento é deprimente. Porque não podemos estar com ninguém excetuando nós os quatro, todos os dias, mais uma vez. Porque não vemos o fim à vista.
Num destes jantares comparei estes dois confinamentos a um parto de uma criança, à forma como uma mãe lida com a primeira vez que dá à luz, e depois como lida com a segunda vez. No primeiro confinamento não sabíamos o que nos esperava, tal como uma mãe que nunca pariu. Vai-se mais ou menos na boa, na expetativa de que vai correr bem, por isso ainda acreditávamos nos arco-íris. No segundo filho sabemos ao que vamos, já não há arco-íris para ninguém. Queremos é que acabe e pronto, mas esta merda nunca mais acaba e quando é que o bebé nasce, pôrra, tirem-no daqui, depressa, acabem logo com isto, dasse!
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