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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Estou mal.
Mal do corpo, que se queixa da falta de treino ou do excesso dele, o gajo não se decide (no sábado levei uma coça tão grande que fiquei de cama com enxaqueca a tarde toda).
Mal da cabeça, que me esqueço de coisas importantes (deixei os testes que tinha de entregar corrijidos amanhã na escola, por exemplo), esqueço-me de palavras e de como se diz determinada coisa, de coisas que é preciso comprar, dou erros, estou a corrigir cenas e tenho de parar para pensar se estou a corrigir bem, não sei para onde me hei-de virar.
Às nove da noite o meu corpo e o me cérebro gritam CAMA e não posso, aliás, às nove da noite estou a acabar de jantar porque a mudança da hora mexeu com tudo em mim, como mexem todas as mudanças de hora. Às nove horas dou por mim a chamar para a mesa, aflita porque são nove horas, mas fui fazendo o jantar pensando que ainda era cedo e depois olho para o relógio e afinal são nove da noite!
Estou toda choné. Canto nas aulas, dou erros de palmatória no quadro, que os próprios miúdos corrigem, oscilo entre
"meus amores, façam pouco barulho, meus lindos"
e
"mas calem-se caraças (sim, eu às vezes digo cenas destas) ou vai já tudo corrido à paulada" (estou a exagerar, não sou assim tão violenta verbalmente).
Estou choné. Falo sozinha em casa, em voz alta, e chamo-me nomes e digo
"estás parva, pá!" vinte e cinco vezes por dia, às vezes vinte e sete.
Estou choné.
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