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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Domingo à tarde subimos ao palco para a estreia de "A mansão Veit", uma peça brasileira, encenada pela nossa querida e talentosa encenadora Ana Perfeito.
A personagem que me calhou foi a Elisa, uma jornalista com graves problemas de memória e um bocadinho lenta de raciocínio. Imaginámo-la simplória e eu achei que ela tinha de ter buço e monocelha. Dei-lhe umas pernas tortas e uma postura curvada, de quem pede licença para falar.
A Ana pediu-me para fugir ao meu registo habitual de voz, que tende sempre para o agudo e esforcei-me por fazer uma voz grave que o M. dizia que era de totó.
Sinto muita falta dos ensaios, por isso esta Elisa saiu um bocado improvisada, tenho a impressão de que fui um bocado aquele adolescente a quem a voz ainda foge para o tom de menina, mas, para não variar, diverti-me tanto, tanto!
O ponto alto foi a parte da peça em que a Elisa desmaia (para aí pela terceira vez) e é acordada com um jarro de água. Na cabeça da Ana deveria ser coisa pouca, mas eu achei que poderia ser um pouco mais. O Filipe, com quem eu ia contracenar nessa cena, veio-me mostrar a quantidade de água e eu disse-lhe que podia pôr mais um bocadinho.
Uma coisa é durante os ensaios eu ter os olhos fechados e avisarem-me "ele já deitou a água, levanta-te" outra bem diferente é levar de facto com uma jarra cheia de água na cara, em cima do palco, durante a peça, com a casa cheia. Não sei como consegui controlar o ataque de riso que senti assim que a água me caiu em cima. As pessoas no público fizeram AAAAHHHHHH!!!!, a encenadora ficou a hiperventilar e eu consegui continuar a cena, dominando-me para não me atirar para o chão outra vez, às gargalhadas.
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