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part-time

por blogdocaixote, em 20.10.16

Fiquei colocada fui dizendo às pessoas e as pessoas diziam logo que fixe e logo a seguir é completo e eu respondia não, são dez horas e as pessoas faziam um ar pesaroso e diziam pode ser que te completem como se me quisessem dar ânimo e eu fazia cara de susto e nas primeiras vezes respondia à letra sim, pode ser mas depois deixei de o fazer e assumia que não, estava muito bem assim e as pessoas olhavam para mim como se eu fosse doida ou uma grande preguiçosa que quer viver à custa do marido. lendo este relambório descentuado até parece.

 

Eu não sou doida e não sou preguiçosa, gosto de trabalhar, mas também gosto de não sentir que estou a viver para trabalhar, que seria o que sentiria se desse aulas em horário completo.

Eu gosto de ter tempo para ir buscar as miúdas e sentir que se não corrijo aquelas coisas agora posso corrigir depois porque posso, tenho tempo.

Eu gosto de estar em casa e fazer tudo o que há para fazer com calma ainda que nem sempre faça coisas de jeito.

Eu gosto de manter a minha sanidade mental e sei que tal não sucederia se trabalhasse em horário completo.

Eu sei que monetariamente falando estou um bocado aquém dos outros, mas estou muito mais feliz e não me fazem falta os últimos modelos da moda. (só um bocadinho, pequenino, que viver na batalha é duro)

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publicado às 14:51


12 comentários

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marta-omeucanto a 20.10.2016

O dinheiro não é tudo. Ajuda muito, mas não é tudo.
Por vezes, se pudermos, é preferível ter um pouco menos de dinheiro, e um pouco mais de qualidade de vida mental e familiar.
Uma vez, há muitos anos, tinham um trabalho para mim em Lisboa. Ia receber bem. Recusei. E nessa altura nem sequer tinha marido e filha. Mas levantar de madrugada para apanhar transportes, chegar a casa já à noite, e receber a mais para depois gastar em transporte e almoço, não compensava.
Onde estou actualmente, tive que começar a sair uma hora mais tarde por causa do aumento do trabalho. Não gosto muito de sair às 19, mas teve que ser, e o dinheiro sabia bem, apesar da diferença não ser muita. Depois, como o trabalho diminuiu, em vez de cortarem no salário, deram-me mais tempo ao almoço. Eu bem queria sair mais cedo, mas a eles dava mais jeito aumentar naquela hora. Mesmo assim, sinto que precisava de mais tempo para estar com a minha filha, e em casa. 8.30h de trabalho por dia é muito, para depois ainda ter algum tempo de qualidade com a família.
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blogdocaixote a 20.10.2016

É isso mesmo, Marta. A qualidade de vida, para mim, passa mais pelo tempo que tenho disponível e pela disponibilidade mental do que pela capacidade financeira. Não posso fazer grandes viagens nem grandes férias, não tenho uma grande televisão nem outras cenas do género, mas tenho alguma saúde mental.
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Maria Amélia a 20.10.2016

A vida não pode ser só trabalhar *.*
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m-M a 21.10.2016

E o importante são mesmo vocês! :)
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Isis a 21.10.2016

Aproveitando este post, ao qual o único comentário que me apraz fazer é que cada um sabe da sua vida e se tem hipóteses para tal e se sente bem óptimo!, coloco-lhe uma questão (que só responderá se quiser obviamente): quando os professores são colocados e recusam a colocação por que o horário "não lhes interessa" é mesmo assim que funciona? Ou seja, podem recusar o horário porque (por exemplo) tal como a senhora preferem trabalhar menos horas/receber menos ou é suposto ter algum fundamento "lógico" (já dão aulas noutra escola e o horário não é compativel ou algo assim)?
Espero que não leve a mal a minha questão, mas ouvimos tantas vezes os professores queixarem-se das não colocações, etc e eu tenho um filho sem uma disciplina desde o inicio do ano porque dois substitutos que foram chamados recusaram o horário!!
Faz-me um pouco de confusão.... :)
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blogdocaixote a 21.10.2016

Os motivos por trás das recusas de horários são esses referidos pela/o Isis: há professores já colocados (ainda em regime probatório, durante o 1º mês) que apesar de terem concorrido a determinado horário, depois refletem melhor e optam por não aceitar; há os professores que estão no particular e concorrem ao público, mas depois decidem ficar pelo privado e depois há horários de "contratados", completamente absurdos que é difícil aceitar. Imagine: eu, que moro na Batalha, concorro para determinada zona e fico colocada nessa zona, num mega agrupamento a 100 kms de distância, com um horário de duas horas/dia, uma no período da manhã, a outra no último tempo da tarde. A direção diz-me logo que não faz alterações aos horários. Pesando prós e contras, e para não ter de pagar para trabalhar, eu recuso o horário. Acontece todos os dias, a muitos colegas. Os concursos são uma lotaria e ficar colocado nem sempre é "um prémio" que se queira receber. Espero que o seu filho volte a ter professor o mais rapidamente possível.
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Isis a 21.10.2016

Desde já obrigada pelo esclarecimento!
A minha questão foi apenas porque da forma como foi dito em reunião ficou a ideia que não era sequer necessário haver razão para recusar o que, parece-me, seria no minimo descabido e um contra-senso tendo conta em as reclamações e a falta de professores!
Parece que para a semana já há aulas, vamos a ver... obrigada
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Lis a 21.10.2016

Creio que o factor de ser ter filhos muda o paradigma. Eu sou viciada em trabalho e não consigo dizer não...
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Dadinha a 21.10.2016

Pois o dinheiro não é tudo, mas infelizmente, faz muito falta!
Eu deixei-me andar para bem dos filhos e da família. Tudo corria bem. Sem luxos (nunca fui), mas com muito tempo para os miúdos e tempo de qualidade.
Mas a vida muda. Muda sem avisar. Muda de repente.
E os filhos crescem. Crescem muito depressa. E de repente não há dinheiro que chegue, não há trabalho. E pior do que ter muito trabalho, é não ter nenhum ou pouco. É ter que pagar contas e não ter como e teres que fazer uma ginástica inimaginável. É ter os filhos a pedirem-te algo (nada exagerado, uma cena normal) e teres que responder não posso.É não ires de férias há mais de 5 anos. É tanta coisa!!
E olha que eu adapto-me bem às circunstâncias da vida.
Resumindo, acho que fazes bem. Eu tb o fiz. Mas na verdade, hoje penso que não o devia ter feito. Passei 3 anos bem difíceis. A contar tostões. A vida muda de repente!
Hoje estou feliz por acordar às 4 e chegar às 21 ;). Manter a RD. Chegar tarde e ainda fazer o jantar. Dar banho ao Pedro e preparar tudo para o dia seguinte.
Muita gente me disse para eu meter um atestado. Ainda hoje me perguntaram, ainda não faltaste? Não, não faltei.
Sinto-me bem, feliz, tranquila.
E ainda vou tirar a carta ;)
É bem verdade que a vida começa todos os dias !
Beijinhos





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Anónimo a 22.10.2016

Tão, tão eu!
Também não tenho horário completo e estou feliz assim. Seria muito difícil conciliar filhos e horário completo. Mas tenho uma grande preocupação: a REFORMA. O dinheiro vai-nos fazer muita falta quando formos velhos, sobretudo se tivermos problemas de saúde. Nem quero pensar nisto... credo
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blogdocaixote a 23.10.2016

Pois, também não quero. É mais uma coisa a contribuir para a nossa instabilidade mental.

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