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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Sou professora bibliotecária.
No 1º semestre, quando perguntava se queriam ouvir uma história e os putos berravam em plenos pulmões "nããããoooo!!!" , eu aceitava e deixava-os pura e simplesmente desarrumar o espaço, argumentando comigo que o importante era que eles pegassem em livros, sem que os chateassem muito. Mas, em contrapartida, eu chateava-me muito.
Arruma bem esse livro.
Vai arrumar o livro de há bocado.
Está mal arrumado. Vai lá arrumá-lo.
Olha o jogo. Já acabaste? guarda-o na caixa. Vai pô-lo no sítio!
No final, cansei-me. Vão ouviu histórias e chiu, que quem manda aqui sou eu.
Agora, recebo-os já sentada no chão, faço-os sentar à minha volta e vai de contar a história que escolhi nos cinco minutos anteriores.
Às vezes, sai uma história chatinha e tenho de lhe dar voltas para lhes prender o interesse, outras são história boas e só tenho de fazer vozes, fazer gestos e mostrar as ilustrações.
Farto-me de rir com as observações que fazem e também me chateio quando se chateiam com a história que escolhi (à pressa).
Hoje, li uma que se chamava "memórias de um lobo mau". Na capa, prometia gargalhadas do princípio ao fim, mas acabou por lhes enriquecer o léxico, com palavras novas como "pindérica". O que é pindérica, Gabriela?
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