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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Terça-feira cheguei a casa após as aulas e assumi com extrema competência o papel de empregada doméstica: limpei a casa, fiz camas de lavado, apanhei roupa, estendi roupa, guardei roupa e alinhavei o jantar, tudo em modo fórmula 1, que é como quem diz a correr, para ter tempo de:
treinar em casa
e
ir ao treino fora de casa
Mas a mulher é doida! ia ter treino fora de casa e vai treinar antes?
Era zumba... que para mim não é "treino", por isso escolhi um vídeo de 15mns bem intensos para sentir que valia a pena e valeu (muita isometria, movimentos muito lentos, os músculos ali a bombar e a gritar).
Cheguei ao treino, tinha havido trocas e por isso não foi zumba, foi um menu de exercícios que me deixou de rastos (muito abdominal, muito agachamento, muitas aranhas, afundos com várias nacionalidades, pontes de glúteos... acabei mais morta do que viva).
Relembro que já tinha sido uma gata borralheira perfeita em casa após um dia de aulas.
Às 22h e pouco sentei-me no carro para voltar para casa e pensei: é isto que "faz" uma mulher "perfeita"? Uma mulher tem que conseguir fazer isto tudo para sentir que está a cumprir os seus papéis? Arre! Não quero!
Esta ideia de que uma pessoa só não faz tudo se não quiser é uma grande treta, especialmente no caso das mulheres.
Na terça-feira, aula de hiit, no fim, eu toda partida, diz a prof.: na quinta é aula de sensual dance. Venham com tudo!
Eu, suada e vermelha como um pimento sexy, ri-me muito para dentro e depois para fora.
"Posso vir para a aula de dança, mas devo deixar o sensual em casa."
Umas horas antes da aula, a prof envia mensagem: tragam uma camisa ou casaco e um chapéu.
Caraças, pensei, vai por-nos a dançar o "you can leave your hat on" e mandei link do vídeo para o grupo. Vamos dançar isto?
Bam! estraguei a supresa.
À hora marcada, lá estava eu de camisa branca e chapéu de palha falsa, made in china.
Hoje, sei fazer movimentos sexies para uma cadeira vazia.
Já me fartei de ri com o vídeo que fiz, quando a coreografia ficou toda montada.
Que cadeira sortuda!
Já fiz muitas aulas de fitness, com todo o tipo de equipamento, em muitos locais diferentes e com muitos instrutores/professores diferentes, mas nunca...
nunca tinha feito uma aula de bum bum brasil
ao som de música pimba...
até ontem!
Quando decido fazer dieta, o meu apetite aumenta exponencialmente e só me apetece comer porcaria.
No início desta semana decidi que ia reduzir a quantidade de pão que ingiro, que ia beber muita água, que ia comer poucos hidratos e tal e tal.
O que comecei logo, logo a sentir? Fome! Muita fome! Parvoeira de cérebro! Prendam-no numa prisão de alta segurança, se faz favor.
Não admira que a roupa não seque. Se até eu me sinto constantemente húmida.... (no sentido literal... será que esta explicitação piora as coisas?), se até a mim me apetece pendurar-me pelas orelhas num estendal ou, quiça, enfiar-me numa máquina de secar roupa...
A preguiça para sair de casa e ir às aulas de ginástica anda cá pelo corpo. Já pensei em mandar o exercício às urtigas. O meu marido há-de gostar de mim gorda e flácida, pelo menos assim jurou no altar, se é para a saúde e para a doença, também há-de ser para a gordura e magreza.
O problema é que depois passo eu a não gostar de mim ou a gostar ainda menos de mim e isso é que era mau.
Por isso, vou arranjando coragem para sair de casa e me meter lá naquela associação duvidosa onde duas vezes por semana entrego o corpo ao manifesto (toma lá, duas insinuações de âmbito sexualmente duvidoso no mesmo post, estás bonita, estás!)
As miúdas andam na vidinha delas e isso é bom, chato é termos de ser nós a conduzi-las, e digo isto em sentido figurativo E literal, porque elas ainda não têm carta e as distâncias mais a chuva que cai não se compadecem com idas e vindas a pé.
E eu disse que isto eram retalho e não menti. Agora, vou corrigir trabalhos.
Antes das férias do natal ganhei coragem estupidez e marquei uma sessão de depilação ou epilação qualquer coisa assim, das sobrancelhas, com linha.
Marquei, precisei de coragem, porque quando marco uma coisa não sou de desmarcar ou não aparecer sem dizer água vai, e evitei pensar no assunto. Bola para a frente.
Quando chegou o dia, fui, porque não sou de desmarcar ou não aparecer sem dizer água vai. Fui, às nove da matina, no meu primeiro dia de férias, o que é só mais uma prova de como sou corajosa estúpida.
Dentro do gabinete da raquel, que é assim um sítio espaçoso e claro, agradável à vista, para a malta não pensar naquilo como é na verdade (um espaço de tortura), a mesa marquesa estava pronta para me receber. Não sei bem porquê, porque já tenho idade para saber que nem tudo o que se faz deitado é bom, especialmente numa marquesa de esteticista, fiquei uns segundos feliz pela decisão de ter marcado aquilo. Foram uns breves segundos, porque depois lembrei-me de que, claro, NADA do que se faz numa marquesa de esteticista é agradável. No entanto, deitei-me, minimamente esperaçosa de que fosse minimamente suportável.
Por breves segundo, porque entretanto a raquel mandou-me pediu-me que repuxasse a testa e a cara ao mesmo tempo e sacou da linha. Portanto, aquilo ia ser assim: não só ia ser torturada, como ainda tinha de colaborar diligentemente no ato de tortura sob pena de ficar sem olhos.
Assim que a raquel sacou da primeira puxada de fios quis morrer, eu, não ela. Ela ficou a apreciar o meu misto de susto, incredulidade e dor avassaladora, o choque.
E assim foi, durante uma boa meia hora, talvez mesmo quarenta e cinco minutos: susto, incredulidade e dor avassaladora, não necessariamente pela mesma ordem.
Saí, mais linda, apenas sutilmente mais linda porque ninguém deu pela diferença (só o M.), nem mesmo aquela que um dia disse que eu tinha monocelha e a principal responsável por eu ter ido cometer aquela atrocidade conta mim própria, saí, escrevia eu e pensei: nunca mais, pá! nunca mais.
Agora, mais de um mês depois, olho-me ao espelho e vejo os estupidozinhos dos pelinhos a aparecer, espalhados, pintelhadinhos e penso: vais ser corajosa mais uma vez, estúpida! estúpida! e vais marcar outra sessão. Toma que é para aprenderes!
acender a lareira
foi um erro comer tudo o que comi
foi um erro vestir um par de calças suaves e fofas
foi um erro ter calçado as pantufas.
Quem é que agora vai sair de casa para ir mexer o corpo numa sala gelada, cheia de mulheres rezingonas?
jantei sapateira, camarão, leitão, batata frita, mousse de chocolate, bolo de chocolate e Fechei com um cálice de porto. Ámen. Estou bem f@##%#!
Ando em campeonatos com a preguiça. A cabra tem vencido todos os jogos.
Já estava planeado haver bicicletas estas férias. O meu irmão arranjou dois suportes e fez-me o favor de trazer uma bicicleta para mim, para além da dele.
Ontem à noite, apresentou-me mais ou menos o percurso: subimos a Santa Cruz, são 8 kms a subir, mas depois o resto é sempre a descer. E podemos parar a cada dois kms na subida.
Torci o nariz. Fazer 8 kms a subir, a subida para a Guarda... não me agradou... mas o man insistiu "faz-se bem, com paragens é fácil, vais ver, depois é sempre a descer..."
Eu devia ter confiado no meu instinto. Ainda não me esqueci daquela vez que fomos de férias para a neve e depois da primeira aula, o homem achou que eu já estava apta para descer a montanha em vez de apanhar os "ovos" para chegar ao hotel. Demorámos cerca de duas horas a fazer um percurso que demoraria uns 10mns de teleférico, mas chegámos.
Dizia eu que não me esqueci dessa viagem, por isso, fui de pé atrás fazer o percurso de hoje.
A subida não foi o que me matou... as pernas aguentaram na boa uma média de 6, 7 kms/h. O que me matou foi a falta de calo numa certa parte do corpo, mais o ombro esquerdo e a dor na cervical, que gradualmente me foram contaminando as costas todas e a cabeça, isso mais a dor numa certa parte do corpo onde me falta calo. Já para não falar do facto de que não era sempre a descer.
A cerca de 4 ou 5 kms de casa, numa reta, imaginei-me a fazer a subida para o Colmeal e comecei a achar que não aguentava mais. Encostei à box e liguei ao marido. Vem-me buscar... tão perto de casa e tão longe. É o que se chama morrer na praia.
Foram quase 40 kms, quase...
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