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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Fiz 44 na semana passada, num domingo cinzentão e chuvoso.
De manhã, as meninas juntaram-se e fizeram um bolo bimbólico enquanto tomavam café, na casa da Rita e do Rui e da júlia e do gordon e do miúdo que há-de vir.
Almoçámos aqui em casa, com o Rui, Rita, Júlia e miúdo que há-de vir, uma metade de leitão encomendada pelo M.
Soprámos as velas do bolo bimbólico.
À tarde eu e o M. rumámos a ares mais salgados, onde o sol brilhava: fomos até à praia da polvoeira. Sentámo-nos na areia e o M. pôs o drone a voar. Fui observando as voltas que dava no ar, sob o areal e sob o mar, enquanto sentia o calor do sol a bater-me na cara. Fechei os olhos e voei para Monte Clérigo. Imaginei-me deitada na areia. Foi fácil. Estavam ali reunidos todos os ingredientes.
Regressámos a casa, trouxemos o sol até à Batalha. Quarenta e quatro já cá cantam.
Veio o sol, no meio da chuva. Pôs pozinhos de ouro no teu dia. Parabéns, Guiomar.
A Guiomar faz anos amanhã (já quase podia dizer hoje, porque é quase meia-noite, mas deixem-me saborear mais um bocado a ideia de que ela ainda tem nove anos).
Está tão linda, a minha mais nova. Acha que não vai ter prendas para desembrulhar, mas antes do estado de emergência, ou lá o que é, conseguimos comprar-lhe uma das coisas que ela tinha na lista. A minha filha mais nova faz dez anos em tempos de pandemia. Não tem festa, não tem amigos a cantar-lhe os parabéns, mas tem o pai, a mãe e a irmã, bem de saúde e rijos. E isso deve bastar. Quando fizeres onze fazemos uma grande festa, cheia de balões e confetis. Até podemos lançar foguetes. Mas este ano não, ficamos assim, na nossa sala, os quatro.
Fiz anos na semana passada. O rui e a rita acolheram-nos lá em casa para celebrarmos, baixinho, para não acordar a júlia.
Sinto uma alegria enorme por sermos assim acolhidos e por sorrirem com gosto, quando me passam a bebé para o colo dizendo "vai à tia gabriela". É que nem sei descrever as borboletas que me voam pela barriga.
A Mr. ganhou um prémio do mítico concurso "Uma aventura literária" e no início de junho vai a Lisboa, à feira do livro. É uma mãe babada que deixa este registo para memória futura.
Babada porque foi ela que (obrigou) insistiu com a miúda para ela escrever uma crítica ao livro.
Babada porque a miúda obedeceu e saiu uma coisa jeitosa. Disseram-nos que "quem sai aos seus..."
amanhã faço anos
não tenho a certeza se faço 42 ou 43 e também não quero saber
dizem que os 40 são os novos 30 mas eu estou-me a marimbar
a minha pele está flácida
o meu rabo caído
o cabelo cada vez mais branco
nem me importo muito com isso porque não me olho ao espelho
importa-me a falta de quase toda a vontade de fazer coisas
isso é que me importa
Há nove anos, quando nasceste, o teu avô Zef escreveu assim:
À Guiomar
(para quando souber ler-me nos olhos)
Subo o monte nuvem pesada.
As borboletas descem,
leves, flores ligeiras:
sabem os sítios de crescer,
auroras aladas.
Guarda-nos flores.
(20 de Março, dia de flores, 2010)
Parabéns, Guiomar
Sinto que isto de uma pessoa planear surpresas para a cara metade, sejam grandiosas, sejam surpresas pequeninas, à medida da disponibilidade financeira e emocional (sim, porque é preciso disponibilidade emocional para fazer coisas, para uma pessoa se mexer e conseguir fazer coisas), é meio caminho andado para a malta se manter apaixonada.
Apaixonada pela cara metade e pela vida, ou melhor, pelas pequenas coisas que fazem a vida de todos os dias.
Sábado foi um dia bom.
Este é o homem com quem casei.
Um animal no palco, em frente ao microfone, com uma tusa enorme pelo que faz.
Este é o homem com quem casei. O homem que se entrega, apesar dos medos e das ansiedades, que dá tudo de si, de forma conscenciosa e ao mesmo tempo exuberante.
Este é o homem com quem casei, que é na vida de todos os dias o que é no palco.
Parabéns, hombre, pelos 41 anos de vida.
Tudo indicava que, pela primeira vez em seis ou sete anos, os anos da Mr iriam ser por terras do norte. Mas, entretanto, o tio Pedro e a ti Ci convidaram-nos para vir ter com eles à costa de sempre.
Cá estamos, a gozar do sol e da praia ali ao atravessar a estrada.
A minha filha tem onze anos. Onze! A minha filha já está naquela fase " ninguém me liga mas deslarguem-me pá! " em simultâneo. É um desatino e um assombro. Tão pequenina e tão teen.
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