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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Na cozinha, a mãe faz o almoço. Entra a mais nova, dá uns quantos saltos (salta muito na cozinha, esta minha mais nova), diz "sabes, gostava que o calendário do advento nunca acabasse", dá uma volta à mesa e põe-se na alheta.
O calendário pode ter sido um fracasso sob determinado ponto de vista (não se fez metade das atividades), mas está provado que é realmente necesssário.
Fica também uma mensagem aqui para os pais da casa: há que continuar a inventar coisas para fazer em família.
O calendário do advento deste ano foi um grande fracasso!
A partir de meados de mês de dezembro, deixámos de fazer grande parte das atividades. As miúdas tiravam o papelinho de manhã, mas as atividades já estavam todas em atraso e foram sendo adiadas ou substituidas por outras. Apesar de tudo, porque o objetivo do ditocujo era fazer-nos passar tempo de qualidade em família, fomos fazendo sempre alguma coisa. Houve uma noite em que jogámos ao macaquinho do chinês e foi a loucura total. A partir daí, se não se fizesse a atividade do dia mas se jogássemos ao macaquinho voltava a ser nova maluqueira.
De tal forma que ainda hoje a Gr. o que quer fazer todas as noites é jogar ao macaquinho. Fica possuida! Atiram-se para o chão, rebolam, têm ataques de riso galopante e ficam completamente histéricas antes de irem para a cama, que é exatamente o que a gente quer: duas miúdas histéricas na hora de deitar.
Tencionamos manter a tradição? sim!
Não sei que alterações vou introduzir, mas mantenha-se o calendário do advento nesta casa.
Ontem, dia 17, foi dia de contarmos histórias de natal.
Dei as hipóteses de lermos ou inventar e ambas optaram por inventar, o que me deixou surpreendida, no caso da mais nova, pelo menos. No caso da mais velha, é normal, ler dá muito trabalho, na ótica do utilizador.
Como a história da Mr. levou como personagens principais o pai natal e a rena rodolfo, a da Gr. idem.
No final, eu contei a minha história, tão marcante que nem me lembro.
Estou com o espírito adormecido, a condizer com as noites mal dormidas, à conta de melgas, pesadelos, sede, tosse e outras maleitas que as expulsam do quarto delas e as conduzem à minha cama.
Perdi a conta ao calendário.
Entre trocas e baldrocas, dias livres e dias de chocolatinho, eis um resumo dos últimos dias:
quando pensei nas atividades, tive em conta a azáfama da última semana de aulas (fichas e testes nossos e da miúda mais velha, testes para corrigir, notas para dar, grelhas e grelhinhas para preencher, etc), mas não pensei que dita azáfama começasse duas semanas antes.
Andamos a substituir atividades que exigiam tempo e disponibilidade por coisas rápidas e divertidas ou pelo chocolatinho.
No dia 12 vieram cá jantar a amália e a beatriz, a sessão fotográfica do dia 13 foi adiada para hoje, que é dia de, mais uma vez, chocolatinho, ontem era dia de agradecer por alguma coisa que nos fizesse feliz.
A Mr. armou uma birra porque queria que se armasse a câmara com tripé para fazermos um filme e não agradeceu por coisa nenhuma. A Gr. agradeceu pelas prendas que vai ter, quando finalmente percebeu o espírito da coisa agradeceu por ter uma mãe tão bonita e fofinha que gostava muito dela e um pai tão bom nas brincadeiras.
Eu agradeci o facto de estarmos financeiramente mais estáveis este ano e pelo marido espetacular que já tinha feito o jantar e a seguir ir fazer umas grelhas excel para eu avaliar as minhas turmas. O pai agradeceu por ter uma mulher espetacular e boa.
A mais velha permaneceu debaixo da mesa.
Dias livres e de chocolatinho.
Hoje, 12, dia de jantar com amigos. Convidámos a amália e a beatriz.
Faz anos a R. estivemos juntas a lanchar.
As miúdas hoje estão histéricas. Os gritos e gritinhos estão a levar-me à loucura. Ainda por cima, receberam prendas que estão agora a explorar (a caramela faz anos e dá prendas!)
Porque é que sinto necessidade do calendário do advento? não do calendário em sim, mas de qualquer coisa que junte a família em momentos mais ou menos relaxantes, fora da corrida que é a nossa vida? precisamente porque sinto falta desses momentos, como se fosse possível fazer aquilo que a Gr. queria fazer comigo no outro dia, pause, agora paramos e somos só os quatro a apreciar a presença uns dos outros.
Na verdade, o que tem acontecido na maior parte dos dias é que as atividades do calendário acabam por ser mais uma coisa que me faz correr, ou porque há o jantar para fazer ou porque queria ir ao ginásio ou porque está na hora das miúdas irem para a cama...ou sei lá mais o quê.
Juntamo-nos em família, mas não sei até que ponto estou a criar tradições ou lembranças (nas miúdas) que valham a pena.
É verdade que algumas atividades nos fazem rir muito em família, a mais parvas e fora do espírito da quadra natalícia, mas, não posso dizer com convicção que nos ajudem no que interessa realmente: a aproveitarmo-nos, a aceitarmo-nos, a gostarmo-nos como somos, a pausar da loucura do dia, a receber sentimentos positivos de que necessitamos.
Provavelmente o pai dirá algo completamente diferente, nós somos tão diferentes em tantas coisas!
Apesar disto, não posso deixar de partilhar o que aconteceu hoje, que de certa forma contraria o que digo acima.
Pusemos a câmara num tripé, em frente à árvore de natal, a filmar. Um a um, começando pelo pai, viemos dizer duas coisas que nos fazem felizes. Depois, vimos o filme.
Sabem, coisa bonita aconteceu. Sem combinarmos nada, porque era surpresa, só podíamos ver no final, eu e o pai ficamos felizes com as mesmas coisas e dissemo-lo para a câmara com olhar emocionado.
... se faz o caminho.
Devagarinho, o bichinho do "espríto" natalino entra neste coração empedernido (drama queen in tha house).
O calendário faz uma parte e o cheirinho a férias faz o resto.
Apetece-me bolo rei (a culpa é da MJ) e enfeitar a casa e fazer coisas giras com a malta cá de casa. (internem-me)
Sabotei o calendário, que dizia que íamos tirar fotografias ao presépio da Batalha e, em vez disso, vamos escrever duas coisas que nos fazem felizes (a Gr. desenha).
Em pijama, (porque era também dia do pijama) cada um num sítio da sala agarrado a uma folha de papel.
O pai ria-se e não deixava ninguém ver, a mais velha queria saber se eu queria baton azul e a mais nova fez questão que eu lhe fizesse coisas cor de rosa.
A mãe não é nada dada às artes visuais, fez o que pôde.
No fim, sentámo-nos no sofá e partilhámos os resultados:
da Mr.
da Gr.
da mãe
do pai
Não tenho palavras para este último. Percebi a razão de tanto riso. Gosto particularmente das minhas mamas. E do facto de parecermos uma família de agentes secretos à paisana.
Ui! Está um bocado "deixa para amanhã o que não podes fazes hoje".
Não adquirimos adereços para a árvore. Fomos ver o mar e o pôr do sol no mar. Melhor do que enfiarmo-nos numa qualquer superfície comercial.
Ontem, dia 7, era dia de fazermos uma festa do pijama. Fui ao ginásio (pump em cima do lombo, doí-me tudo), inventei um jantar e só tirámos o papelinho durante a refeição. "Fazemos amanhã, mãe" diz a Mr.
"Tira já o de amanhã, Mr, para não sermos apanhados de surpresa" digo eu (fui eu que fiz tudo, mas não me lembro de metade).
Dia 8: desenharmo-nos uns aos outros.
Logo, se não for demasiado embaraçoso, mostro o resultado.
Não dançámos ontem, à maluca, que o pai sentiu-se mal e levámo-lo ao hospital.
Mas dançámos hoje e deixámos, mais uma vez, para amanhã, o que devíamos fazer hoje: comprar bolas para a árvore.
O que se dançou por aqui: last christmas dos wham, bailando não sei bem de quem, uma daquelas novas da mariza, em que ela berra ou fica sem voz, tal é o tom grave com que canta e I feel good, de james brown.
Amanhã, então, teremos a aquisição de novos adereços para a árvore de natal, que em breve cai com o peso que alberga, e brincar aos spas.
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