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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Eu: pingo no nariz, dor de cabeça, umas vezes leve, outras mais chata, às vezes o corpo pesado, arrepios de frio... mas os testes feitos em casa continuam a dar negativo.
A mais nova: dores de barriga pela manhã, dores de garganta à noite... mas os testes feitos em casa continuam a dar negativo.
Ele: dores de cabeça, cansaço...mas os testes feitos em casa continuam a dar negativo.
Nunca chumbámos tanto, com a impressão contínua de que o professor se está a enganar na correção do teste.
Amanhã vou levar o material para análise ao professor antigéneo, que ao contrário do que o nome indica, deve ser mais inteligente do que o outro.
Dor de garganta, dor de cabeça, nariz entupido e muito lenço espalhado pela casa. Tosse, tosse.
Ao fim de quatro dias, os dois últimos marcados pela tosse, liga-se para a Saúde24, só naquela, por descargo de consciência, que isto não passa de uma constipação, fruto deste tempo marado.
Saúde24 manda ficar em casa (ontem) e, nos minutos seguintes, envia declaração de isolamento provisório e "receita" para teste covid.
Nós abananados, ficámos com uma filha em isolamento provisório.
- Mas... mas... que foi isto?
Entretanto, há que salientar a forma eficaz como tudo se sucedeu.
O teste fez-se hoje de manhã, o resultado, negativo, já chegou e agora aguardamos o contacto para liberação.
Foi a nossa primeira experiência covidiana. Não venham mais, está bem?
O menino João testou positivo. O delegado de saúde da zona decide que aquela turma vai toda para casa. Perante o mesmo cenário, num outro agrupamento, o delegado da zona Y decide que só vão para casa os meninos sentados mais perto do menino infetado. Esqueçam lá o facto de andarem todos na brincadeira com bolas e bonecos nos intervalos, ou de viajarem juntos no mesmo autocarro.
A mãe da menina Joana tem sintomas e mesmo assim manda a Joana para a escola. Quando faz o teste e recebe o resultado já a Joana esteve dois dias inteiros na escola, com os outros meninos e com a professora. A menina Joana não é obrigada a fazer o teste, só tem de ficar em isolamento. Mais uma vez, esqueçam lá o facto de que andou dois dias inteiros em contacto com os colegas e a professora.
Sei que o encerramento das escolas é absolutamente indesejado, por todos os motivos e mais algum, mas o número de surtos não foi diminuindo, como defende o sr. primeiro ministro. Todos sofreram com o fecho das escolas, mas o 1º período foi correndo e nós nunca fomos informados dos casos positivos.
O início do 2º período está um caos, porque não há uma só turma onde não haja situações de crianças ou familiares diretos infetados e o facto de cada delegado de saúde lidar de forma diferente com cenários semelhantes só aumenta o caos.
Mantenham-se as escolas abertas, compreendo, mas façam sair diretrizes unívocas e universais para lidar com as várias ocorrências e que não nos façam sentir que somos carne para canhão.
isto de as pessoas não se poderem juntar tem muito que se lhe diga.
Andamos sempre a correr, a nossa vida é um rosário de cenas que temos de fazer ou de planear e passamos os dias da semana a ansiar pelas quebras da rotina, que no meu caso eram saídas esporádicas com amigas, jantares semanais com amigos e idas ao norte ou aos meus pais.
Desde março de 2020 que essas quebras da rotina praticamente desapareceram.
Claro que se me dão uma abébia eu vou aproveitar. Estou cansada de me sentir exausta.
Apreciei sobremaneira um spot institucional que mostrava uma pessoa hospitalizada e entubada após os encontros de natal, especialmente enquanto almoçava em casa da sogra e em véspera de ir a casa de uns amigos com que não estava há muitos meses!
Porque as pessoas não são responsáveis, gritam alguns (muitos!)! As pessoas estão doidas, gritam outros. E estão! as pessoas são irresponsáveis e estão doidas porque de um momento para o outro, há quase um ano que lhes "roubaram" os pequenos prazeres e escapes da vida.
Sou a primeira a levantar-me (durmo mal). Cozinha, pequeno-almoço de pão torrado e cevada (deixei o leite). Cirando pela casa, faço coisas pequeninas, ando meia perdida.
Quando o resto da casa se levanta, tomo banho e visto-me. Nos primeiros dias, sem problemas, nos últimos empurrando-me a mim própria. É difícil decidir o que vestir. As calças de ginásio têm sido as minhas colegas. Nos primeiros dias não, vesti calça de ganga. depois de vestida e calçada tiro um café e a mexê-lo saio. Subo um bocadinho da rua e assobio. A rita vem à janela e tomamos café assim, ela na varanda e eu cá em baixo. A júlia vem dizer bom dia e mandar coisas cá para baixo. Gosta que eu as devolva várias vezes.
Jogamos conversa fora.
Volto para casa. lavo as mãos. oriento trabalho, meu e delas. nos primeiros dias foi a loucura. (agora, estou numa espécie de limbo, não posso continuar dependente de uma página web onde quase nenhum aluno põe os pés, se já era difícil fazê-los trabalhar em tempo de aulas agora é impossível).
Faço almoço, arrumo cozinha, estendo roupa, volto a orientar trabalho das miúdas. o whatsapp não pára, nos primeiros dias o telemóvel fumegava.
faço jantar, arrumo, enterro-me no sofá.
Entretanto, já dei por mim a limpar portas e rodapés. faço exercícios todos os dias, com a mais nova. vejo netflix.
se saio à rua (aconteceu duas vezes), instintivamente afastei-me de tudo o que era gente.
Será que vamos ser capazes de abraçar e beijar quando isto passar?
deito-me mais ou menos cedo, mas durmo mal.
Amanhã é outro dia.
.... mas vou tomar banho para quê?
..... mas vou-me vestir para quê?
Veio o sol, no meio da chuva. Pôs pozinhos de ouro no teu dia. Parabéns, Guiomar.
A previsão astrológica de Paulo Cardoso para o meu signo, hoje, é a seguinte:
"Aproveite este momento para jantar fora ou para dar um passeio. O ponto mais positivo desta fase pode advir de uma relação com o estrangeiro."
vamos dar uma volta, arejar, amanhã pensamos na forma como vamos dividir o tempo entre trabalho e estudo das miúdas, amanhã...
vamos jipar.
mete o jipe aí no meio dessa poça, não, mete, passa, não passa, passa, anda, não, sim.... não
água a entrar pelo jipe, o motor a fumegar, as miúdas a chorar, a mãe a rir, as miúdas mas porque é que te estás a rir o pai metido na água até aos joelhos depois de ter levado filhas e mulher para seco avalia estragos, miúdas choram, mãe ri-se feita maluca
um jipe aparece em sentido contrário, reboca o nosso, a água a escorrer de todo o lado, agora também as miúdas conseguem rir, a água cheira mal
jipe na garagem a ser limpo pelo pai, miúdas a preparar banho de espuma
conseguimos acabar com a nossa quarentena e com a da família que nos rebocou o jipe
espero continuar a rir-me daqui a duas semanas
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