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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Foi no segundo ano em que celebrámos o aniversário do pai, no Luso.
Estavam elas e ele a deleitar-se numa piscina em inícios de outubro, quando me lembrei que seria engraçado fazermos um vídeo a desejar bom natal, a malta toda enfiada na piscina.
Definimos uma situação parva, eu meti-me também dentro de água até à cintura e em dois ou três takes tínhamos tudo filmado, com muita gargalhada e tremeliques de frio (meus) à mistura.
No ano seguinte, ainda fizemos umas cenas em que saímos de milheirais (assim uma coisa muito à la Shyamalan) em altos berros, desejando feliz natal, mas acabámos por nos filmar no sofá da sala, cada um com o seu instrumento musical, compondo uma sinfonia estridente e desencontrada, digna de um filme terror.
Este ano, as miúdas amordaçaram-nos e deixaram-nos no chão atados, enquanto se filmaram desejando boas festas e que toda a gente se livrasse dos problemas, tal como elas se tinham livrado dos delas, mostrando os pais no chão.
Tal como o calendário do advento, advogo a realização destes vídeos patetas até ser velhinha.
Fiz anos na semana passada. O rui e a rita acolheram-nos lá em casa para celebrarmos, baixinho, para não acordar a júlia.
Sinto uma alegria enorme por sermos assim acolhidos e por sorrirem com gosto, quando me passam a bebé para o colo dizendo "vai à tia gabriela". É que nem sei descrever as borboletas que me voam pela barriga.
A Mr. ganhou um prémio do mítico concurso "Uma aventura literária" e no início de junho vai a Lisboa, à feira do livro. É uma mãe babada que deixa este registo para memória futura.
Babada porque foi ela que (obrigou) insistiu com a miúda para ela escrever uma crítica ao livro.
Babada porque a miúda obedeceu e saiu uma coisa jeitosa. Disseram-nos que "quem sai aos seus..."
Ela quer uma festa com unicórnios.
Depois de termos esgotado tudo o que é T-shirts, cadernos, autocolantes, pantufas, pinipons, peluches com unicórnios de primarks e lidls ela ainda quer unicórnios na festa!
Eu vejo aquelas fotografias com decorações fofinhas, lindas, perfeitas, cheias de cor, perfeitamente ordenadas, coordenadas, organizadas e tenho muitas dúvidas.
A canalha chega ali a mesinhas destas
E que faz? dez, quinze miúdos, suados, elétricos à volta de uma mesa assim?
Miúdos que gostam de mamar gomas e batata frita e ala para mais brincadeira?
Por isso, tenho muitas reticências em fazer produções destas. Por isso e porque, sendo eu a fazer, sai mais depressa algo do género
(Fotos sacadas da net. sem pedido de autorização)
Carnaval, 2018
Gr. - lápis de cor na escola, gatinha cor de rosa no carnaval.
A escola fez os lápis de cor, a sogra o fato de gata. É muito cutchi-cutchi a minha mais nova.
Mr. - boneca assassina na escola, morte no dia de carnaval.
A mãe engendrou uma fatiota de boneca e fez a maquiagem a condizer, o Rui uma facalhona cheia de sangue que meteu respeito e fez inveja a muito puto. A sogra fez um manto preto e a titi maquiou no dia de carnaval. É muito dark, a minha mais velha.
Ou os mascaramos de ursos polares ou parecem umas matrafonas, para não apanharem frio e se constiparem.
Tenho para mim que foi depois de as tias começarem a ser avós.
As tias foram avós e foram passar os natais com os filhos e os netos.
As casas foram-se esvaziando, as famílias divididas pelos novos ramos da árvore genealógica.
Foi aí que deixei de achar piada ao natal.
Natal é casa cheia, pratos e copos num vai e vem constante, crianças em grandes correrias, adultos em número suficiente para poder diversificar conversas, para partilhar as arrumações.
Natal pequenino não me cheira a natal.
(eu sei, nunca estou contente)
Primeiro, andamos muito contentes atrás dos nossos filhos enquanto eles pedem "bolinho" e depois....
andamos deseperados a tentar livrar-nos das quantidades absurdas de doces que temos em casa.
Levo doces para a minha escola, da escola das miúdas vêm doces que a professora dá, levo doces aos vizinhos, os vizinhos dão-nos doces, ofereço doces como recompensa aos miúdos que se portam bem, eles dão-me mãos cheias de rebuçados...
No fim, ainda deito rebuçados melados ao lixo, lá por alturas da páscoa.
Tenho os ouvidos a tinir. Não sei se do barulho dos miúdos que fizeram a festa de anos no macdonales, se das malas Moschino e chanel das mamãs dos meninos.
Odeio usar fio dental...
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