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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Natal com parte de lá
até dia 29 pela zona norte
dia 30 arruma mala enfia tudo muito apertadinho na traseira do carro, ala para as beiras
"passagem de ano" a olhar para o relógio, quando é que chega a meia-noite, para fazer de conta que isto importa e eu poder ir para a cama?
regresso a casa no dia dois, para voltar à labuta no dia seguinte
Foi no segundo ano em que celebrámos o aniversário do pai, no Luso.
Estavam elas e ele a deleitar-se numa piscina em inícios de outubro, quando me lembrei que seria engraçado fazermos um vídeo a desejar bom natal, a malta toda enfiada na piscina.
Definimos uma situação parva, eu meti-me também dentro de água até à cintura e em dois ou três takes tínhamos tudo filmado, com muita gargalhada e tremeliques de frio (meus) à mistura.
No ano seguinte, ainda fizemos umas cenas em que saímos de milheirais (assim uma coisa muito à la Shyamalan) em altos berros, desejando feliz natal, mas acabámos por nos filmar no sofá da sala, cada um com o seu instrumento musical, compondo uma sinfonia estridente e desencontrada, digna de um filme terror.
Este ano, as miúdas amordaçaram-nos e deixaram-nos no chão atados, enquanto se filmaram desejando boas festas e que toda a gente se livrasse dos problemas, tal como elas se tinham livrado dos delas, mostrando os pais no chão.
Tal como o calendário do advento, advogo a realização destes vídeos patetas até ser velhinha.
Fiz anos na semana passada. O rui e a rita acolheram-nos lá em casa para celebrarmos, baixinho, para não acordar a júlia.
Sinto uma alegria enorme por sermos assim acolhidos e por sorrirem com gosto, quando me passam a bebé para o colo dizendo "vai à tia gabriela". É que nem sei descrever as borboletas que me voam pela barriga.
A Mr. ganhou um prémio do mítico concurso "Uma aventura literária" e no início de junho vai a Lisboa, à feira do livro. É uma mãe babada que deixa este registo para memória futura.
Babada porque foi ela que (obrigou) insistiu com a miúda para ela escrever uma crítica ao livro.
Babada porque a miúda obedeceu e saiu uma coisa jeitosa. Disseram-nos que "quem sai aos seus..."
Ela quer uma festa com unicórnios.
Depois de termos esgotado tudo o que é T-shirts, cadernos, autocolantes, pantufas, pinipons, peluches com unicórnios de primarks e lidls ela ainda quer unicórnios na festa!
Eu vejo aquelas fotografias com decorações fofinhas, lindas, perfeitas, cheias de cor, perfeitamente ordenadas, coordenadas, organizadas e tenho muitas dúvidas.
A canalha chega ali a mesinhas destas
E que faz? dez, quinze miúdos, suados, elétricos à volta de uma mesa assim?
Miúdos que gostam de mamar gomas e batata frita e ala para mais brincadeira?
Por isso, tenho muitas reticências em fazer produções destas. Por isso e porque, sendo eu a fazer, sai mais depressa algo do género
(Fotos sacadas da net. sem pedido de autorização)
Carnaval, 2018
Gr. - lápis de cor na escola, gatinha cor de rosa no carnaval.
A escola fez os lápis de cor, a sogra o fato de gata. É muito cutchi-cutchi a minha mais nova.
Mr. - boneca assassina na escola, morte no dia de carnaval.
A mãe engendrou uma fatiota de boneca e fez a maquiagem a condizer, o Rui uma facalhona cheia de sangue que meteu respeito e fez inveja a muito puto. A sogra fez um manto preto e a titi maquiou no dia de carnaval. É muito dark, a minha mais velha.
Ou os mascaramos de ursos polares ou parecem umas matrafonas, para não apanharem frio e se constiparem.
Tenho para mim que foi depois de as tias começarem a ser avós.
As tias foram avós e foram passar os natais com os filhos e os netos.
As casas foram-se esvaziando, as famílias divididas pelos novos ramos da árvore genealógica.
Foi aí que deixei de achar piada ao natal.
Natal é casa cheia, pratos e copos num vai e vem constante, crianças em grandes correrias, adultos em número suficiente para poder diversificar conversas, para partilhar as arrumações.
Natal pequenino não me cheira a natal.
(eu sei, nunca estou contente)
Primeiro, andamos muito contentes atrás dos nossos filhos enquanto eles pedem "bolinho" e depois....
andamos deseperados a tentar livrar-nos das quantidades absurdas de doces que temos em casa.
Levo doces para a minha escola, da escola das miúdas vêm doces que a professora dá, levo doces aos vizinhos, os vizinhos dão-nos doces, ofereço doces como recompensa aos miúdos que se portam bem, eles dão-me mãos cheias de rebuçados...
No fim, ainda deito rebuçados melados ao lixo, lá por alturas da páscoa.
Tenho os ouvidos a tinir. Não sei se do barulho dos miúdos que fizeram a festa de anos no macdonales, se das malas Moschino e chanel das mamãs dos meninos.
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