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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Nada de pílula. Decidi definitivamente na noite em que devia iniciar a toma.
Entretanto, continuo a sentir cenas maradas, que supostamente, são sintomas de entrada na perimenopausa: formigueiros nas pernas e braços (como se tivesse bichinhos a passearem por mim acima e abaixo); o meu peso sobe apesar de não andar a comer mais; tenho momentos em que o meu cérebro se esvazia; falta de s3x drive...
Este fim de semana que se passou fui ter com amigas a Coimbra e é extraordinário que ainda "ontem" estávamos no anfiteatro da FLUP a dizer disparates nas aulas de latim do prof. Deserto e "hoje" estamos a comparar a quantidade de cabelos brancos que o tempo que "não" passou semeou nas nossas cabeças e cabelos e a brincar com os "calores" que ainda nenhuma de nós sente.
Foi um sábado muito bom.
Não me lembro exatamente quando, mas o meu feed de instagram começou a ser "bombardeado" com o conceito de perimenopausa.
Comecei a seguir uma médica americana, com conteúdo sucinto e esclarecedor e comecei, pois claro, a sentir que também eu estava a caminhar, se não mesmo, em pleno período "perimenopáusico".
Uma das ideias constantes da Dra Haver é que, enquanto mulheres, temos de defender aquilo que sentimos no nosso corpo e que tantas vezes é desvalorizado pelos profissionais de saúde.
Perante um quadro que incluía muitos dos sintomas da dita perimenopausa, marquei uma consulta de especialidade. Pesquisei pela zona e só consegui em Coimbra. É sempre dificíl, para mim pelo menos, ir a um ou uma ginecologista desconhecida, mas convenci-me de que tinha de o fazer e lá fui. Na primeira consulta senti-me ouvida e saí convencida de que estaria a começar uma jornada e que seria apoiada no que fosse necessário.
Fiz os exames pedidos e iniciei a toma de um medicamento que iria, segundo a médica, "atacar" alguns dos sintomas.
Faço os exames e descubro que tenho uma anemia bem gorda e um útero armado em parvo, padecente de adenomiose.
Chego à segunda consulta e, perante os resultados dos exames, a médica centra-se na necessidade de "curar" a anemia, provocada pela adenomiose e "manda-me" iniciar uma pilula anticoncecional (daquelas que se tomam sem pausa e que inibem o sangramento que imita a menstruação - graças à Patrícia Lemos sei que com pílula não se ovula, logo não há menstruação).
Na minha cabeça disse um palavrão cabeludo! Então, fiz eu uma laqueação das trompas para não me preocupar mais com anticoncecionais e, agora que estou a chegar à fase da vida em que não devia ter de me chatear mais com possíveis gravidezes, é que tenho de tomar pílulas? - "eu não quero, dra! Dou-me muito mal com pílulas! A adenomiose nem me chateia assim tanto...."
- "Temos de tratar essa anemia...já viu? vai tomar ferro e se se der bem com a pílula, trocamos pelo DIU:"
Disse outro palavrão cabeludo (bem baixinho)! A sensação inicial já tinha ido pelo cano abaixo. Não me senti "escutada", mas fui incapaz de me defender.
Isto foi no início deste mês. Entretanto, tenho andado aqui a remoer. O ferro dá cabo de mim - enjoos, diarreia etc. A pílula ainda não comecei...
Quão mau é marcar uma consulta noutra médica? De acordo com a Dra. Haver, é só o que devemos fazer se não nos sentimos ouvidas. É sermos capazes de nos defendermos.
Já o fiz, já marquei outra consulta! O problema é que, para não faltar às aulas, tive de a marcar para janeiro. Fico aqui na dúvida se devo ou não experimentar o raio da pílula, enquanto não chega janeiro. Fico aqui na dúvida...
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