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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
"Posso ir?"
"vou já!"
"Já vou!"
"É lidar!"
Quando a mais velha está mal disposta, estas são as frases que mais lhe ouvimos. Desaparece para os fones e aparece para indagar sobre o jantar. Vem ajudar após alguns "vou já" e "já vou" para voltar a hibernar quando acaba a tarefa para a qual foi solicitada.
Também é comum passar os dias a cantar.
Quando está bem disposta, dá ares da sua graça de forma mais frequente, oferece ajuda, quer cozinhar, dá abraços e não se importa de receber beijinhos.
mr. narra fait-divers dos primeiros dias de aulas deste ano letivo:
"quando fomos para a aula de história, entrámos na sala e sentámo-nos, a professora disse que estávamos todos com uma cara estranha, de.... ..... .... e eu pensei cara de quem vai para a câmara de gás, mas só pensei, não disse..."
é mesmo minha filha, caramba!
Aqui há uns sábados, após o jantar, comecei a ver o filme Yesterday. Ao fim de uns minutos, a família juntou-se à volta do sofá e viu comigo.
Uns dias depois, ouço a Mr. a cantar Eleanor Rigby. Com os meus botões rejubilei. Pensei qualquer coisa do género "que fixe! viu o filme, o filme que eu comecei a ver e ficou, por minha influência, interessada nos Beatles".
Era bonito, não era?
Diz que, afinal, uma versão anda a passar como êxito naquela rede social chinesa que começa em tik e acaba em tok.
Nome do meio agora: alheada.
Vejo-a caminhar à frente, de unhas pintadas de preto, toda ela, quase toda de preto, e tenho de fazer um esforço enorme para voltar atrás no tempo e lembrar-me de mim há trinta anos.
Só vos digo: adolescência é o karma, and karma is a bitch!
Um armário, muito grande, para a meter lá dentro, quando um ataque de adolescência aguda a acomete. Pode-se encomendar um? Onde?
Não sei onde o meter, e acho que ela ia lá ficar guardada muitos minutos por dia, mas não me importava de ter um. Os ataques têm sido cada vez mais frequentes. Um armário resolveria o problema.
Oh yeah, baby... desta, é para me gabar!
"Metas literárias" (sic) da minha miúda mais velha: acabar a saga do Harry Potter, depois ler o D. Quixote, para avançar para Os Lusíadas.
Oh yeah!
O professor de história da mr. vive rodeado de mitos urbanos que ele próprio foi criando ao longo dos anos.
Já tínhamos ouvido histórias do arco da velha sobre o senhor.
Este ano, a mr. já chegou a casa muito excitada com a notícia de que o professor é alérgico às radiações e, por isso, possui um medidor de radiações, que leva para as aulas. Ai dos miúdos que não desligarem os telemóveis nas aulas dele. Ele deteta logo, com o seu medidor!
Este fim de semana, chegou a casa com a missão de ver o planeta dos macacos. O planeta dos macacos? por causa do home erectus, por causa da evolução da espécie humana? perguntei eu.
Não! para vermos o futuro, o professor de história disse para vermos o planeta dos macacos, para vermos como vai ser o nosso futuro!
Óbvio, não?
Sai da cama.
Péra! já saio.
Vai lavar os dentes.
Péra, já vou.
Arruma as coisas para amanhã.
Péra.
Cama.
Péra.
Vai para a cama.
Já disse que já vou, péra.
Larga o telemóvel.
Péra.
Vem aqui, preciso que me faças um favor.
Péra.
É preciso limpar a areia da gata.
Péra.
É isto. Péra, péra o dia todo.
Nem sequer mereço um espera completo, para mim basta aquilo, uma coisa pela metade.
Diz que hoje é dia da profissão de fé.
Diz que vais fazer a profissão de fé.
A tua mãe, que anda um bocado afastada dessa fé que hoje irás professar, quer que, acima de tudo, faças uma profissão de fé em ti,
fé nas tuas qualidades, naquilo que és capaz de fazer com elas,
fé nas pessoas que te amam e que estão aqui para te ajudar.
Fiz anos na semana passada. O rui e a rita acolheram-nos lá em casa para celebrarmos, baixinho, para não acordar a júlia.
Sinto uma alegria enorme por sermos assim acolhidos e por sorrirem com gosto, quando me passam a bebé para o colo dizendo "vai à tia gabriela". É que nem sei descrever as borboletas que me voam pela barriga.
A Mr. ganhou um prémio do mítico concurso "Uma aventura literária" e no início de junho vai a Lisboa, à feira do livro. É uma mãe babada que deixa este registo para memória futura.
Babada porque foi ela que (obrigou) insistiu com a miúda para ela escrever uma crítica ao livro.
Babada porque a miúda obedeceu e saiu uma coisa jeitosa. Disseram-nos que "quem sai aos seus..."
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