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continuo triste

por blogdocaixote, em 28.05.25

e às vezes apetece atirar a toalha ao tapete, assim, pumba, desisto, estou farta, que não faço diferença nenhuma, mas sei que é palermice, sei.

sei que faço diferença aqui neste núcleo pequenino, mas faz-me comichão não fazer diferença em mais lado nenhum

então, gabs, que desalento é este?

olha, é tanta coisa junta. assim de repente a regressão de mentalidades, a boçalidade crescente, o parvo que anda aí a pagar anúncios contra o aborto, o trampa, Gaza, o cocó do ventura, a forma como a comunicação social lhe dá voz e palco, e assim mais pessoal, as provas moda

oi?

sabes, sempre tive síndrome de impostor e estas provas, na parte oral, estão aparentemente a confirmar que não é síndrome, não. eu sou mesmo má profissional. se os putos chegam e não conseguem dizer nada para além do yes e do no, enquanto olham para mim, uns apavorados e outros deliciados porque, ui, estão a responder a tudo, ui how many children can you see? yes. Yes? yes! ok, yes. 

desde segunda-feira, isto, todos os dias, eles a entrarem na sala da prova e eu a vê-los a congelar, o cérebro a parar, eu vejo mesmo, sinto-lhes o cérebro freeeezeeeee!!! Não posso ajudar, não posso fugir ao guião... quem se lembrou disto? desta barbaridade de expor os miúdos a um contexto de exame nacional? que merda tem na cabeça?

porque não fizeste greve? seria a semana toda em greve, já viste o rombo no meu vencimento? e aqui entre nós, queria ver como é que eles se safavam. Já vi, assim não safam e eu sinto-me uma poia a boiar num charco fétido. 

porque não fazes greve às próximas? 

 

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publicado às 19:59

trampa

por blogdocaixote, em 11.02.25

Apareceu-me no feed, era um vídeo antigo, pela roupa e pelo quadro de ardósia lá por trás, diria que era da década de 80, inícios de 90. A senhora tinha sotaque português de quem está há uns anos no Brasil.

Dizia que os Estados Unidos não têm cidadãos, pois que só têm para se identificar um cartões de crédito e a carta de condução. São apenas consumidores, detêm dois cartões que provam a sua capacidade de aquisição. 

Achei isto genial e tão atual! Não guardei o vídeo e agora não tenho como voltar a vê-lo para descobrir quem era a senhora, pelos comentários percebi que era uma professora de ensino superior que teria saído da Anadia e ido para o Brasil.

Assim, percebemos porque é que voltaram a votar na trampa. Reduzidos a meros consumidores, completamente polarizados...

E nós caminhamos para lá, para o mesmo estado. 

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publicado às 23:08

Como se começa?

por blogdocaixote, em 09.01.25

Olhe, não sei, é tanta merda, desculpe, tanta coisa, que não sei por onde começar e tenho vergonha de dizer merdas, desculpe, coisas que podem vir a estragar o que está bom, tenho receio de mexer em cocó, desculpe, em coisas que se calhar na minha cabeça estão bem e sair daqui a achar que essas também estão mal, percebe? Faz sentido? Por onde quer que comece?Ou eu não começo nada? e depois se a senhora começa mal e eu não souber continuar ou se eu não souber começar pela coisa certa e ouvir, como já ouvi, que não precisava de terapia porque na minha cabeça resolvia as questões de forma muito lúcida? e depois não tenho coragem de dizer olhe que não, olhe que não, como o Mário Soares naquele debate com o Álvaro Cunhal? 

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publicado às 20:30

só relamboriar

por blogdocaixote, em 04.06.22

Faz saltar a barriga e usa-a para empurrar. faz conta que não se passa nada

faz piadas com o nome que aquela escola católica deu ao secretariado de exames (Sex) 

dá para fazer muitas piadas

imagina que na tua escola resolvem atribuir o mesmo nome ao ditocujo e todas as piadas que podes fazer junto dos teus colegas, alguns professores das tua filhas

então, hoje foi Sex o dia todo? o Sex dá uma trabalheira, não dá? o Sex da escola não está a funcionar bem, quem está no Sex este ano? e por aí adiante

 

 

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publicado às 19:23

bois will be bois

por blogdocaixote, em 11.05.22

As doenças sexualmente transmissíveis são assim chamadas - transmissíveis - porque passam, única e exclusivamente, entre as mulheres. Não há homem que as tenha e que, por via de as ter, as passe às mulheres.

As gravidezes, já agora, são também da responsabilidade exclusiva da mulher, que circula pela vida a recolher esperma alheio, à revelia do macho.

Senhor Doutor médico de família, ensine as suas doentes a controlarem os ímpetos sexuais e a não angravidarem. Ou então, deixe-se lá disso de permitir IVGs só porque a paciente "pede". Continue também a não solicitar exames de diagnóstico de problemas provocados por relações sexuais desprotegidas. Assim, as possíveis doenças sexualmente transmissíveis não aparecem nas suas fichas, a sua reputação (do sr. dr.) não é manchada.

Em relação aos seus doentes machos, deixe-os lá andar livres e soltos. Afinal isto das consultas de planeamento familiar é só para mulheres. Os homens não planeiam nada, a gente já sabe. Boys will be boys, não é?  

 

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publicado às 12:54

toma lá um relambório à moda antiga

por blogdocaixote, em 22.11.20

Todos os dias acho que tenho covid, lá vou eu medir a temperatura, afinal nunca passa dos 36,5.

Todos os dias me sinto um nadinha mal, ora é a garganta, ora é a coluna ou as artroses dos dedos das mãos,

este mês até o senhor período achou por bem aparecer uns valentes dias mais tarde, para dar um ar da sua desgraça, o que me levou a fazer xixi para um pauzinho, assim como quem não quer a coisa, só para despistar e ter a certeza de que podia continuar a beber o meu copo ao jantar.

os putos (alguns) andam mais amorosos que o costume e esta semana que passou encheram-me de prendas (desenhos e recortes).

Ainda não pensei em prendas de natal, em calendários, em nada que diga respeito à época, finjo tão bem não ver as decorações e iluminações que não as vejo mesmo, embora tenha achado muita piada ao facto de terem posto uma máscara no focinho da ovelha que aquece o menino, no presépio da terrinha. só a ovelha merece máscara, os outros bem que podem andar aí a espalhar o vírus. Não sei que mensagem é que isto passa à população, que entretanto anda louca com as bleque fraideis que estão aí a chegar. 

 

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publicado às 18:45

Eu podia dizer que não tenho tempo para me coçar, mas era mentira, porque tenho, e uso-o para fazer isso, coçar-me ou ir arrumar as almofadas dos sofás pela milésima vez ou apanhar a roupa que secou e arrumar a cozinha do lanche que daqui a pouco são horas de jantar.

Passo os dias sentada ao computador, com um olho no #estudaemcasa, outro na mais nova e um terceiro que vamos fazer de conta que existe (não o do c*) e vou ver a mais velha que montou a escola no quarto e emerge para brincar um bocadinho ou meter comida na boca. Passo os dias a responder a mails e a ver fotos manhosas de páginas dos manuais (que não pedi, mas já que os pais se disponibilizaram a fazer eu não consigo ignorar), a contabilizar quem está a dar notícias e quem não está, para enviar mais mails para responder depois.

Nos intervalos dos mails tenho ideias para apresentar a matéria aos miúdos em modo à distância, mas depois descubro que não consigo fazê-lo porque não domino as ferramentas necessárias para o fazer. E quando descubro quais são e tento descobrir como usá-las o meu computador entra em modo arrastadeira e não saio do sítio. E o pior é à noite: passo-a toda a "explorar" a dita aplicação, o cérebro não desliga e acordo ainda mais cansada.

Ponto giro destas semanas que foram as primeiras do ensino à distância em modo oficial (porque na verdade estamos assim desde 16 de março): falar com os putos nos meetings desta internet fora. Depois de umas quantas sessões online já dominam netiquette e portam-se muito bem. Ontem quase me vinham as lágrimas aos olhos ao ver uma turma espalhada pelo éran, todos de micros desligados à espera. E quando lhes dei ordem de soltura e eles puderam falar uns com os outros! A loucura.   

E ontem à tardinha, os nossos coordenadores foram aos grupos de trabalho do whatsapp dar uma de relações públicas, foram agradecer o empenho e blá blá blá de todos, desejando um bom fim de semana de descanso, que é merecido. Descanso? onde? Se às oito da manhã já eu estou na cozinha a pensar no trabalho que ainda me falta fazer para pôr a próxima semana de aulas a andar?

Se passei a noite toda a explorar o flipgrid a a tentar fazer screencasting com o sreencastify? 

(não sabem o que é? estudassem!)

Hoje é 25 de Abril. Daqui a pouco ponho a Grândola a tocar, choro mais um bocadinho e logo à tarde furo o confinamento para ir dar uma volta com duas pessoas que não são do meu agregado familiar. Não hei-de apanhar covid e os putos hão-de agradecer não ter trabalho de inglês, se for caso disso. 

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publicado às 08:36

Relambório

por blogdocaixote, em 29.02.20

Diz que a peça é para estrear hoje. Tenho tudo pronto exceto o texto na minha cabeça. O ensaio geral foi a cagada do costume. Serviu para chorar a rir, valha-nos isso, com toda a cagada que conseguimos fazer. Odeio escrever no telemóvel, não vejo bem o que estou a fazer, se houver erros a culpa é dele. As miúdas estão bem, obrigada. Estou no Porto, mesmo ao pé do estádio do dragão. Só logo à tarde é que tenho de ir para o local do espetáculo. Os sapatos que tenho de usar são uma tortura, acho que vou ficar corcunda à conta deles, já para não falar que não ajudam a criar a postura de freira drogada que era suposto ter. Olha, que se lixe. Seja o que for. Merda para logo. 

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publicado às 12:17

ai as novas tecnologias, as novas tecnologias

por blogdocaixote, em 06.12.18

Como se não fossem suficientes as ferramentas que eles têm ao seu dispor para se magoarem, triturarem, torturarem e manipularem uns aos outros, ainda lhes damos telemóveis onde criam grupos de whatsapp, onde se incluem uns aos outros e excluem de forma aleatória ou com base nos seus preconceitos e ignorâncias típicas da idade, criando traumas pessoais e sociais cuja fatura nós, pais, vamos ter de pagar, mais tarde ou mais cedo.

Em psicólogos ou em mais culpa para carregar.

 

 

 

 

Tirem-lhes os telemóveis, pôrra!

 

 

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publicado às 09:43

o milagre de falar

por blogdocaixote, em 04.12.18

Ontem, vinha a ouvir uma entrevista à Nelida Piñon e ela disse uma cena extraordinária, ou melhor, recordou uma coisa extraordinária que a mãe lhe tinha dito aos sete anos de idade: que ela, a miúda Nélida, era um ser muito inteligente, mas que não sabia falar. A miúda Nélida ficou a pensar naquilo, sem compreender exatamente o que a mãe queria dizer.

Então, a mãe explicou-lhe que o ato de falar era um milagre e que ela, a miúda, deveria lembrar-se disso de todas as vezes que quisesse fazer uso da capacidade de falar. Que falar sem ter a certeza de que se é compreendido é não saber fazer uso do milagre de usar a palavra. 

E eu fiquei a pensar nisso. Porque não sei se alguma vez terei dito ou sequer se terei a sabedoria de dizer algo tão simples e tão verdadeiro a qualquer uma das minhas filhas. 

 

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publicado às 14:06


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