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casei-me

por blogdocaixote, em 15.07.24

na saúde e na saúde, casei-me com um agrupamento de escolas

o herpes é agora uma ferida chata ao canto da boca, mas trouxe com ele uma infeção no olho.

na quinta-feira passada, a caminho de um treino, depois de um dia de cão, recebo uma chamada do Marco, que se tinha pisgado para um jantar com amigos. Eu tinha ouvido a notificação de mensagem, mas estava a conduzir. Atendi a chamada e o homem grita-me de lá do restaurante "Vê a mensagem! vê a mensagem!" Quando percebi que seria a minha colocação, nem acertava com os dedos para abrir o raio das mensagens.

Para quem estava cheia de cagaço (Lisboa era o meu destino, acreditava eu), ficar aqui pelas bandas do oeste, ainda por cima onde há um monumento que é património da humanidade, foi assim como um duche de água morna para uma pessoa suja e cansada.

Vou de férias sabendo para onde vou e que é lá que fico uns tempinhos.

 

 

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publicado às 17:06

para registo - fim de ano letivo

por blogdocaixote, em 10.07.24

Um ano letivo passado, as horas maratonas, os dias e os meses sprints.

Miúdas crescidas, a mais velha a caminho do segundo ano do curso de cozinha, agora em estágio (já a cozinhar quando lhe disseram que nem iria chegar perto do fogão), a mais nova a caminho do 9º, agora em férias dedicadas à guitarra elétrica (da bateria passou ao ukelele, do ukelele à guitarra acústica e agora passa as tardes com uma das guitarras do pai).

O pai, por falar nele, passou quase o ano todo em casa, graças ao acidente de mota ocorrido em agosto. Regressou à escola em finais de abril, para poder progredir na "carreira" e a mãe naquele limbo de quem está sem atividades letivas, mas sempre à espera de trabalho não letivo.

À espera, também, de desembrulhar o presente envenenado que foi a vinculação dinâmica, ou seja, estamos à espera de saber o que vai ser de nós no próximo ano letivo. O sr. ministro diz que as listas saem esta semana, sem ter consciência de que a semana tem cinco dias e que a nossa ansiedade ainda vai dar cabo de nós. A mim, trouxe-me um senhor herpes, aqui no lado esquerdo e acho que a comichão no olho e a sensação constante de ter areia da praia alojada na retina também se deve à dita cuja (da ansiedade). 

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publicado às 22:44

o que é moderno?

por blogdocaixote, em 15.04.24

Bem a propósito, na unidade 4 "my family", o manual do 3º ano vem com um áudio chamado "Modern families". Quatro crianças apresentam as suas famílias, os miúdos têm de as identificar.  Uma família dita tradiciona, uma birracial, uma família asiática alargada e, por último, uma constituída por duas mulheres e dois filhos.

Na primeira turma da manhã, quando inicio a conversa, pergunto-lhes se percebem porque é que o áudio se chama famílias modernas. As respostas são extraordinárias e nenhuma aponta para os elementos que constituem os diferentes grupos ou laços entre eles. São modernas porque "estão vestidas à moda", porque moram em cidades, porque são "chinesas".

Chamo a colega titular e peço-lhe que me ajude a conduzir a conversa. Eu não tenho nenhum objetivo em concreto, acima de tudo receio levantar questões que possam ser mal interpretadas e quero apenas ouvir o que eles têm a dizer. Deixo que seja a colega a fazer as "despesas". Nenhuma criança daquela sala revela incómodo ou estranheza por haver ali um casal de lésbicas ou outro constituído por duas pessoas diferentes na cor.

Na turma da tarde, já quase no fim do tempo, faço a mesma pergunta. Não há respostas, mas vejo espanto e incrudelidade: teacher, ali naquela família há uma mother e uma stepmother, como é que isso é possível? e levanta os braços, com ar de quem diz "duas mulheres não funciona, ou funciona?"

Começam a falar uns com os outros, não querem que eu ouça, insinuam coisas que não ousam dizer, como se fossem asneiras ou palavrões. "isso que dizer que elas são.... " e pára, fica ali com a palavra suspensa. Lésbicas, acrescento eu, e vejo-os encolherem-se. A teacher disse "lésbicas"! 

E lanço a pergunta: porque não?

Diz uma: uma senhora pode ter tido um marido, mas depois ele morreu ou separaram-se e depois ela arranjou uma pessoa que é uma senhora e decidem criar os filhos." Claro, digo eu. E olho para o relógio. Acabou o tempo, deixo-os com aquela ideia. Mando-os arrumar, despeço-me e saio.

Venho para casa a pensar como dois grupos de alunos conseguem ser tão diferentes.

 

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publicado às 18:18

falsear

por blogdocaixote, em 16.11.23

A colega titular x ligou-me. Não compreendia as avaliações que fiz aos alunos da sua turma. Não querendo questionar, mas pondo em questão, achava aqueles insuficientes injustos. Que eu não conhecia aqueles alunos e portanto não podia dar assim estas negativas. De uma forma completamente incongruente, queria convercer-me de que a "opinião" dela era mais válida do que a minha. 

Fiquei furibunda. Nós tomamos decisões com base no conhecimento que temos, nas circunstâncias que nos rodeiam. Mais tarde, muitas vezes, pensamos: "se eu soubesse, tinha feito diferente". Acontece que não sabíamos e tomámos a decisão que nos pareceu mais correta. 

Mas não era essencialmente sobre isto que queria escrever. 

A colega x dizia que os resultados não se iam alterar na medida em que o que os alunos precisam é de apoio familiar.

Acrescentou que as medidas universais que vai aplicar vão fazer com que os alunos com mais dificuldades e com necessidade de mais apoio às vezes acabem por tirar melhores notas do que os outros.

Fogo! e ainda nos queixamos de que andamos a brincar às escolas. Ainda não percebemos que este mascarar de resultados, este sucesso educativo completamente falso é que é responsável por tudo o que há de errado na nossa sociedade! 

Se os verdadeiros resultados escolares fossem publicados era ver os ministérios todos a pensarem em medidas que dessem aos pais tempo de acompanharem os filhos, para termos pessoas de jeito. 

Olha, vai daí que isso também não interessa nada. 

Vai daí que fazer isso, não inventar sucesso onde ele não existe, podia ser o equivalente a todas as greves e manifestações. 

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publicado às 15:34

Setembro foi-se devagarinho. Outubro entra a correr, tão depressa que já lhe sinto o fim e ainda agora começou, só que não.

Alterno entre dias de muita motivação e outros em que só o costumeiro "empurra com a barriga" me tira da cama.

Também dou por mim a ter ideias fantásticas, derrubadas no segundo seguinte pelo também costumeiro "síndrome do impostor", que me leva a desistir antes de começar. 

No que toca à "carreira", colocada em QZP, dou por mim num qualquer escalão, não tendo de passar pela "proba" de fazer o período probatório. Não me safei da PACC ("proba" de aptidão, inventada pela exma. dra. maria de lurdes rodrigues, entretanto extinta), mas safei-me desta. 

As miúdas andam mais ou menos desalentadas, especialmente a mais nova.

As novidades dos dias de liberdade ainda conquistam a mais velha. Apanha o autocarro e fica entregue à sua vida lá longe, em Fátima, dona dos seus tempos livres de aulas. 

O pai será operado à clavícula, um dos muitos ossos partidos no acidente de mota, talvez ainda este mês. Seguem-se meses de recuperação, que o vão manter de "baixa pela caixa".

Deixei os treinos na associação recreativa, procuro treinar umas meias horitas todos os dias em casa, para ver se os efeitos da perimenopausa não começam já a fazer das suas. Para já, tenho sido disciplinada, mas de manhã olho-me no espelho após o banho e acho que os gajos (os efeitos da menopausa que há-de vir) já me pegaram de jeito. 

Coisas boas, que isto de me queixar já chateia: a maior parte dos miúdos a quem dou aulas é boa onda, miúdos mimosos, que gostam de abracinhos e me dizem coisas bonitas, idem aspas as colegas titulares. O horário e as colegas de grupo que me calharam na rifa são do meu agrado.  Finalmente veio um bocadinho de frio, que dar aulas em salas onde se registam trinta e tal graus em pleno outubro não funciona. 

 

 

 

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publicado às 17:46

para registo

por blogdocaixote, em 13.09.23

Eu em Porto de Mós

Ele na Guia

Mr. em Fátima, a estudar cozinha e pastelaria

Gr. na escola de sempre, com a turma de sempre

Gr. começou ontem (12 set.)

Eu começo amanhã (14 set.)

Mr. começa na sexta (15 set.)

Ele começa quando começar (sabemos lá, na pior das hipóteses em janeiro)

Só agora me estão a bater a sério os nervos de início do ano letivo. Já tenho as coisas preparadas para a primeira aula. O resto há-de vir, espero que venha, acima de tudo, a vontade.

Não sou a única assim.... sem vontade.... isto desgasta... 

Estou mais ou menos tranquila em relação ao outros anos (em anos passados já andaria a dormir mal e a stressar com as aulas há semanas), mas estou preocupada com as miúdas.

Na verdade, sinto-me um bocado a boiar. É o ciclo habitual de setembro. 

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publicado às 19:23

só para registo

por blogdocaixote, em 27.08.23

Só para registo: ele

dia 18 de agosto, acidente de mota, a baixa velocidade, numa estrada secundária, clavícula partida, omoplata rachada, perónio partido

saem colocações: não fica

cirurgia, dores, começar o ano letivo de baixa, que se prolongará pelo 1º semestre, de acordo com previsões médicas

eu

enfermeira sem carta ou formação, navego nos mares do auxílio ao esposo

saem colocações: fico no concelho ao lado (onde no ano que terminou acumulei 5h)

levo e trago esposo do hospital, assisto impotente às dores pós cirurgia, às deslocações pela casa na cadeira de escritório (deveria ser uma cadeira de rodas) ( a de escritório tem rodas)

Aguarda-se com algum receio o que ainda aí virá relacionado com os cabrões dos seguros. 

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publicado às 21:39

vinculei

por blogdocaixote, em 27.07.23

Demorei um bocado a processar a informação... quando a processei, acabada de sair de três horas como suplente de uma vigilância de exames, a conduzir para casa, senti o coração a disparar.

Vinculei. Pensei. Significa que daqui a dois anos podem mandar-me para onde quiserem.

Eu sou isto, penso logo no pior. Mas o tempo também me deu a capacidade de procurar relativizar. 

Para o ano tenho trabalho, para o ano tenho um horário completo (só não sei onde).

O resto, vê-se quando lá chegarmos.

Agora, é sacudir a sensação de que fizemos um pacto com o demo.... 

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publicado às 11:49

esta reunião podia ter sido um mail

por blogdocaixote, em 04.07.23

foi só um desperdício de duas horas, sentada numa cadeira, em frente a uma secretária de escola, a ver e a ouvir professores que se portam tão mal ou pior que os alunos de quem se queixam.

Ninguém ouve ninguém e toda a gente fala ao mesmo tempo.

Atrás de mim lia-se um livro, ao meu lado esquerdo folheavam-se papeis e ao direito viam-se vídeos no telemóvel, com som!!

Depois, dei conta de que tinha a minha camisa do avesso e senti necessidade de sair para a pôr do lado certo.

A casa de banho era para homens e mulheres. 

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publicado às 19:17

professora contadora

por blogdocaixote, em 05.04.23

Sou professora bibliotecária.

No 1º semestre, quando perguntava se queriam ouvir uma história e os putos berravam em plenos pulmões "nããããoooo!!!" , eu aceitava e deixava-os pura e simplesmente desarrumar o espaço, argumentando comigo que o importante era que eles pegassem em livros, sem que os chateassem muito. Mas, em contrapartida, eu chateava-me muito. 

Arruma bem esse livro.

Vai arrumar o livro de há bocado.

Está mal arrumado. Vai lá arrumá-lo.

Olha o jogo. Já acabaste? guarda-o na caixa. Vai pô-lo no sítio!

No final, cansei-me. Vão ouviu histórias e chiu, que quem manda aqui sou eu.

Agora, recebo-os já sentada no chão, faço-os sentar à minha volta e vai de contar a história que escolhi nos cinco minutos anteriores.

Às vezes, sai uma história chatinha e tenho de lhe dar voltas para lhes prender o interesse, outras são história boas e só tenho de fazer vozes, fazer gestos e mostrar as ilustrações.

Farto-me de rir com as observações que fazem e também me chateio quando se chateiam com a história que escolhi (à pressa).

Hoje, li uma que se chamava "memórias de um lobo mau". Na capa, prometia gargalhadas do princípio ao fim, mas acabou por lhes enriquecer o léxico, com palavras novas como "pindérica". O que é pindérica, Gabriela? 

 

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publicado às 19:44


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