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assim coisas soltas e aleatórias

por blogdocaixote, em 11.03.24

Passou-se fevereiro e não pus aqui os dedos, para escrever o que quer que fosse.

Não é que fevereiro não tenha sido rico em coisas. O trabalho, a falta de vontade, a má gestão do tempo levam-me daqui.

Tenho andado focada nas aulas que dou, nas coisas da minha casa, nas minhas coisas, nas filhas, no tempo à lareira, em séries e em livros. 

Fui ver Tim Bernardes, fui ao cinema ver a adaptação do vento assobiando nas gruas, da Lídia Jorge, tenho lido, mas tenho também passado tempo a mais naquela rede social onde os mais novos só deixam "histórias" efémeras e os mais velhos registos vários para a posteridade.

É muito isto que nos diferencia, parece-me. Instagrams que vivem de marcas que permanecem e os outros, que têm zero publicações, mas inúmeras histórias que as 24 horas apagam. 

Ontem, o meu casamento fez dezassete anos e ontem, também, o país deu a vitória nas eleições legislativas à força da direita.

Não sei porque fiquei surpreendida. Afinal, é apenas a repetição do que se vem a passar por todo o mundo nos últimos 8 anos.

Acho que tinha a esperança patética de que fôssemos diferentes, de que não nos deixássemos levar pela vontade de votar no inseticida, para nos vermos livres das aranhas, como se fôssemos imunes ao veneno que vem no inseticida.

Quando eu precisar, sei que não é o partido do cocó que me vai ajudar. Quando eu precisar, sei que são as forças da esquerda, dos valores da democracia e da igualdade de direitos e deveres que vão estar do meu lado.

Tenho pena que as pessoas cansadas (as trabalhadoras, que picam o ponto das 8 às tantas) não sintam o mesmo. 

 

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publicado às 18:04

falsear

por blogdocaixote, em 16.11.23

A colega titular x ligou-me. Não compreendia as avaliações que fiz aos alunos da sua turma. Não querendo questionar, mas pondo em questão, achava aqueles insuficientes injustos. Que eu não conhecia aqueles alunos e portanto não podia dar assim estas negativas. De uma forma completamente incongruente, queria convercer-me de que a "opinião" dela era mais válida do que a minha. 

Fiquei furibunda. Nós tomamos decisões com base no conhecimento que temos, nas circunstâncias que nos rodeiam. Mais tarde, muitas vezes, pensamos: "se eu soubesse, tinha feito diferente". Acontece que não sabíamos e tomámos a decisão que nos pareceu mais correta. 

Mas não era essencialmente sobre isto que queria escrever. 

A colega x dizia que os resultados não se iam alterar na medida em que o que os alunos precisam é de apoio familiar.

Acrescentou que as medidas universais que vai aplicar vão fazer com que os alunos com mais dificuldades e com necessidade de mais apoio às vezes acabem por tirar melhores notas do que os outros.

Fogo! e ainda nos queixamos de que andamos a brincar às escolas. Ainda não percebemos que este mascarar de resultados, este sucesso educativo completamente falso é que é responsável por tudo o que há de errado na nossa sociedade! 

Se os verdadeiros resultados escolares fossem publicados era ver os ministérios todos a pensarem em medidas que dessem aos pais tempo de acompanharem os filhos, para termos pessoas de jeito. 

Olha, vai daí que isso também não interessa nada. 

Vai daí que fazer isso, não inventar sucesso onde ele não existe, podia ser o equivalente a todas as greves e manifestações. 

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publicado às 15:34

assim coisas soltas e aleatórias

por blogdocaixote, em 07.11.23

o pai cá de casa vai ser operado novamente, desta vez à clavícula;

o mais velha anda cansada e mal humorada (levantar todos os dias às 6.30, chegar a casa às 19.30 e ainda ter tarefas da escola para fazer é puxado);

a mais nova numa fase complicada, com a qual não sabemos lidar. Pudessemos nós ir à escola e partir as trombas a bullies e cenas assim... ;

eu cheia de trabalho, mas a aproveitar o facto de o pai ainda se poder mexer para cumprir com o ato de treinar trinta minutos quase todos os dias, aqui na sala, acompanhada de senhoras várias, todas elas boas como pipocas, que se dispõem a colocar vídeos no iutubi.

É o meu momento zen, que se reduzirá significativamente quando o pai vier da operação. 

Há quem viaje, quem cozinhe, quem leia, quem medite. Eu castigo o corpo e foco-me na dor muscular para afastar os demónios, os pensamentos destrutivos, os medos e ansiedades.

Acabei há pouco um livro de ficção à laia de diário de um autor que desconhecia (Teju Cole), regressei ao Infinito num junco, mas necessitava agora de um bom romance que me levasse para a cama e me embalasse as noites. 

 

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publicado às 18:26

Setembro foi-se devagarinho. Outubro entra a correr, tão depressa que já lhe sinto o fim e ainda agora começou, só que não.

Alterno entre dias de muita motivação e outros em que só o costumeiro "empurra com a barriga" me tira da cama.

Também dou por mim a ter ideias fantásticas, derrubadas no segundo seguinte pelo também costumeiro "síndrome do impostor", que me leva a desistir antes de começar. 

No que toca à "carreira", colocada em QZP, dou por mim num qualquer escalão, não tendo de passar pela "proba" de fazer o período probatório. Não me safei da PACC ("proba" de aptidão, inventada pela exma. dra. maria de lurdes rodrigues, entretanto extinta), mas safei-me desta. 

As miúdas andam mais ou menos desalentadas, especialmente a mais nova.

As novidades dos dias de liberdade ainda conquistam a mais velha. Apanha o autocarro e fica entregue à sua vida lá longe, em Fátima, dona dos seus tempos livres de aulas. 

O pai será operado à clavícula, um dos muitos ossos partidos no acidente de mota, talvez ainda este mês. Seguem-se meses de recuperação, que o vão manter de "baixa pela caixa".

Deixei os treinos na associação recreativa, procuro treinar umas meias horitas todos os dias em casa, para ver se os efeitos da perimenopausa não começam já a fazer das suas. Para já, tenho sido disciplinada, mas de manhã olho-me no espelho após o banho e acho que os gajos (os efeitos da menopausa que há-de vir) já me pegaram de jeito. 

Coisas boas, que isto de me queixar já chateia: a maior parte dos miúdos a quem dou aulas é boa onda, miúdos mimosos, que gostam de abracinhos e me dizem coisas bonitas, idem aspas as colegas titulares. O horário e as colegas de grupo que me calharam na rifa são do meu agrado.  Finalmente veio um bocadinho de frio, que dar aulas em salas onde se registam trinta e tal graus em pleno outubro não funciona. 

 

 

 

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publicado às 17:46

para registo

por blogdocaixote, em 13.09.23

Eu em Porto de Mós

Ele na Guia

Mr. em Fátima, a estudar cozinha e pastelaria

Gr. na escola de sempre, com a turma de sempre

Gr. começou ontem (12 set.)

Eu começo amanhã (14 set.)

Mr. começa na sexta (15 set.)

Ele começa quando começar (sabemos lá, na pior das hipóteses em janeiro)

Só agora me estão a bater a sério os nervos de início do ano letivo. Já tenho as coisas preparadas para a primeira aula. O resto há-de vir, espero que venha, acima de tudo, a vontade.

Não sou a única assim.... sem vontade.... isto desgasta... 

Estou mais ou menos tranquila em relação ao outros anos (em anos passados já andaria a dormir mal e a stressar com as aulas há semanas), mas estou preocupada com as miúdas.

Na verdade, sinto-me um bocado a boiar. É o ciclo habitual de setembro. 

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publicado às 19:23

coisas que lhe digo

agora que se desloca (temporariamente) numa cadeira de rodas

por blogdocaixote, em 06.09.23

levanta o rabinho, faz favor.

não saias daqui.

despacha-te, corre!

onde vais, tão depressa?

mas onde é que queres ir? (enquanto tenta manobrar a cadeira, no meio do corredor)

 

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publicado às 21:50

só para registo

por blogdocaixote, em 27.08.23

Só para registo: ele

dia 18 de agosto, acidente de mota, a baixa velocidade, numa estrada secundária, clavícula partida, omoplata rachada, perónio partido

saem colocações: não fica

cirurgia, dores, começar o ano letivo de baixa, que se prolongará pelo 1º semestre, de acordo com previsões médicas

eu

enfermeira sem carta ou formação, navego nos mares do auxílio ao esposo

saem colocações: fico no concelho ao lado (onde no ano que terminou acumulei 5h)

levo e trago esposo do hospital, assisto impotente às dores pós cirurgia, às deslocações pela casa na cadeira de escritório (deveria ser uma cadeira de rodas) ( a de escritório tem rodas)

Aguarda-se com algum receio o que ainda aí virá relacionado com os cabrões dos seguros. 

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publicado às 21:39

o acontecimento

por blogdocaixote, em 15.03.23

terminei ontem o acontecimento da Annie Ernaux.

era um livro que poderia ser lido de uma penada, mas demorei quase uma semana

tive de parar várias vezes

ontem à tarde, a mr. disse-me que estavam a ver o filme Juno nas aulas de filosofia, para depois falarem sobre responsabilidade na vida sexual

hoje, numa das minhas viagens entre escolas, pensei que a leitura deste livro seria bem mais eficiente

e depois pensei que numa sociedade "avançada" não caberia na cabeça de ninguém criminalizar e perseguir quem escolhe fazer IVGs

vai sempre haver quem decida fazê-las e quem se proponha a "ajudar" as mulheres a levar a intenção para a frente

o mais correto é que as mulheres que decidam fazê-las o possam fazer com segurança e sem terem de sofrer as dores físicas que elas implicam se forem feitas sem segurança

as mentais e emocionais, creio eu que para a maior parte das mulheres, já são castigo suficiente

agora, à tardinha, leio algures num feed de notícias que num estado qualquer da américa querem propor a pena de morte para as mulheres que façam abortos

não entendo que razões estão por trás deste retrocesso mental

custa-me aceitá-lo 

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publicado às 19:44

terrorismo

por blogdocaixote, em 03.03.23

Estou num ponto em que acredito que um ataque à bomba ao ministério da educação, fora do horário de expediente, seria uma boa medida para chamar a atenção do governo.

Mas isso é terrorismo! gritam todos!

"Explodir" com milhares de agregados familiares dos professores contratados e de quadros de zona é o quê?

Eu chamo-lhe terrorismo. 

 

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publicado às 14:45

Boa tarde, D. Clara. Chamámo-la aqui ao escritório central porque sabemos que a senhora está descontente com a sua situação laboral, entre outras razões, por ter de andar sempre a "saltar" entre delegações da nossa empresa e por não ter um vinculo connnosco, apesar de ser nossa funcionária há décadas.

Damos-lhe razão e vamos vinculá-la. Sim, pode ficar contente, Dona Clara. Ainda bem. Nós também ficamos muito contentes por si. Gostamos de ter colaboradores felizes.

Passmos então a explicar: D. Clara, na próxima semana, vai ter de se candidatar a um lugar nas 63 delegações que temos espalhadas pelo país.

Sim, D. Clara, se quer efetivar na empresa tem mesmo de se candidatar aos 63 lugares. Depois, nós dizemos-lhe onde ficou e a senhora, a partir da próxima semana passa a trabalhar lá.

Sim, D. Clara, vai ter mesmo de o fazer. São estas as condições, D. Clara. Então, a senhora não queria efetivar? 

Pois... arrisca-se a ir para lá para baixo para o Algarve sim, é onde temos mais falta de pessoal, como a senhora sabe, pois... ficará por lá efetiva, sim... era o que a senhora queria... 

a sua casa aqui? pois, não sei...

os seus filhos? pois, não sei...

o seu marido que trabalha numa empresa igual à nossa e arrisca-se a ficar noutro sítio qualquer? pois, não sei, D. Clara. Olhe, peça o divórcio e vendam a casa. 

Depois, cada um arranja-se como puder, lá no sítio onde efetivarem. Foi um gosto vê-la, D. Clara. Fique a aguardar notícias. 

 

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publicado às 18:37


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