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Mais um caixote para atirar para lá a tralha que anda para aqui perdida.
Também posso escrever sobre aquilo dos contratos de associação?
Nos últimos vinte anos o estado financiou entidades privadas, principalmente na zona centro.
Durante estes anos, essas entidades privadas encheram o bolso de dinheiro à custa do estado e da exploração dos seus funcionários, docentes e não docentes. Encheram os bolsos porque nunca o estado se lembrou de fiscalizar a aplicação do dinheiro que saiu dos seus cofres.
Durante estes anos, roubaram alunos ao ensino público, publicitando ensino de qualidade e projetos pedagógicos mais interessantes, quando na realidade o que fazem é dar aos pais mais espaço de manobra para terem os filhos nas escolas durante o dia de trabalho, ocupados com atividades extra e grupos de apoio ao estudo, sempre às custas dos professores e funcionários.
Durante estes anos, os professores desses colégios foram aceitando as condições de trabalho que essas mesmas entidades oferecem sem nunca se oporem, trabalhando muito mais do que 40 horas semanais e ganhando cada vez menos.
Agora, que o estado decidiu atuar em parte do problema, devolver ao público os alunos que devem ser do público, os professores dos colégios são aqueles que, por nunca terem reclamado das situações em que trabalham, se irão lixar.
Quanto aos pais, não têm legitimidade para reclamar sobre direito de escolha se se partir do princípio de que somos todos a pagar. Eu também gostava de poder escolher outro médico de família, mas não posso. Tenho o direito de ir ao privado e pagar e esse direito ninguém me tira.
Espero que o governo não recue na decisão, apesar de ter um marido a trabalhar no setor em causa, espero que o governo não ceda às pressões da oposição, que tem na agenda privatizar todo o sistema escolar e já agora o da saúde também.
Quanto ao meu marido, quando as condições de trabalho que lhe ofereciam começaram a descambar, tomou uma posição: a de se bater pelos seus direitos e não permitir que lhe tirassem a dignidade. E eu tenho uma porrada de orgulho nessa postura, que só revela a espinha dorsal que o gajo possui.
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